Frontend, Backend e a Arquitetura ClienteServidor

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Introdução

Quando falamos em frontend e backend, estamos nos referindo à separação de um sistema em duas grandes partes. A arquitetura cliente-servidor, amplamente adotada no desenvolvimento de aplicações web e sistemas distribuídos, segue exatamente essa lógica. Ela se baseia na distinção entre dois agentes principais: o cliente (frontend), responsável por solicitar serviços, e o servidor (backend), que responde a essas solicitações. Essa estrutura é fundamental para compreender como os sistemas são organizados e como funcionam, especialmente no contexto da web.

Modelo Cliente-Servidor

No modelo cliente-servidor, a comunicação entre as partes se dá por meio de uma rede, geralmente a Internet. O cliente envia requisições ao servidor, que processa essas requisições e envia uma resposta. O cliente pode ser um navegador, um aplicativo móvel ou qualquer outro tipo de interface de usuário. Já o servidor é uma máquina ou serviço responsável por armazenar, processar dados e entregar funcionalidades.

Essa arquitetura permite a divisão clara de responsabilidades e facilita a escalabilidade e manutenção dos sistemas. Quando há múltiplos clientes acessando o mesmo serviço simultaneamente, o servidor deve estar preparado para gerenciar essa concorrência de forma eficiente.

Frontend e Backend

Dentro da arquitetura cliente-servidor, é comum classificar o sistema em duas partes principais: frontend e backend. O frontend é a camada que interage diretamente com o usuário. É onde estão localizados os elementos visuais e a interface de navegação, sendo implementado com tecnologias como HTML, CSS e JavaScript.

O backend, por sua vez, é a camada responsável pelo processamento de dados, regras de negócio, autenticação, controle de acesso, e interação com bancos de dados. Ele é executado no lado do servidor e é desenvolvido com linguagens como Java, Python, Node.js, entre outras.

Essa separação promove a especialização no desenvolvimento de sistemas, permitindo que profissionais se dediquem exclusivamente à experiência do usuário ou à lógica do sistema. Além disso, favorece a adoção de arquiteturas modernas, como APIs RESTful e microsserviços.

Comunicação entre Cliente e Servidor

A interação entre cliente e servidor segue um fluxo bem definido: o cliente realiza uma requisição, geralmente via HTTP ou HTTPS, e o servidor processa essa solicitação, acessando recursos internos como bases de dados, e retorna uma resposta. Esse ciclo se repete a cada nova interação do usuário.

No frontend, essas requisições são feitas muitas vezes por meio de chamadas assíncronas utilizando JavaScript (como com fetch ou bibliotecas como Axios). No backend, essas requisições são tratadas por controladores que delegam as responsabilidades às camadas adequadas do sistema.

Aplicações Web e Camadas

Embora o foco deste artigo não seja aprofundar o conceito de arquitetura em camadas, é importante destacar que a divisão entre frontend e backend pode, por vezes, ser complementada com uma camada intermediária, como a camada de aplicação, especialmente em arquiteturas mais robustas. Esta será aprofundada em outro artigo.

O modelo cliente-servidor é a base para arquiteturas modernas, como a arquitetura de três camadas, SPA (Single Page Application), microfrontend e microserviços. Todas essas evoluções partem do princípio de separação de responsabilidades e da comunicação por meio de interfaces bem definidas entre cliente e servidor.

Vamos ver como esse tema é cobrado nos concursos!

1) Ano: 2022 | Banca: CESPE / CEBRASPE | Órgão: APEX Brasil | Cargo: Segurança da Informação

Com base no modelo apresentado na figura, julgue os itens a seguir:

I. Um servidor é um host que executa um ou mais serviços que compartilham recursos com os clientes. Um cliente não compartilha nenhum de seus recursos, mas solicita um conteúdo ou uma função do servidor.
II. O modelo apresentado é chamado cliente-servidor, uma estrutura de aplicação que distribui tarefas e cargas de trabalho entre os fornecedores de um recurso ou serviço, designados como servidores, e os requerentes dos serviços, designados como clientes.
III. No modelo apresentado, há dois processos envolvidos: um na máquina cliente e um na máquina servidora. A comunicação toma a forma do processo cliente, enviando-se uma mensagem pela rede ao processo servidor. Então, o processo cliente espera por uma mensagem em resposta. Quando o processo servidor recebe a solicitação, ele executa o trabalho solicitado ou procura pelos dados solicitados e envia de volta uma resposta.

a) Apenas os itens I e II estão certos.
b) Apenas os itens I e III estão certos.
c) Apenas os itens II e III estão certos.
d) Todos os itens estão certos.

Gabarito: d) Todos os itens estão certos.
Comentário: Todos os itens descrevem corretamente o modelo cliente-servidor. O item I acerta ao apontar que o servidor fornece serviços e o cliente apenas consome. O item II define com precisão a arquitetura cliente-servidor. O item III detalha de forma correta o processo de troca de mensagens entre cliente e servidor, incluindo a atuação dos respectivos processos e o fluxo de ida e volta da solicitação.

2) Ano: 2024 | Banca: CESPE / CEBRASPE | Órgão: CAPES | Cargo: Analista em Ciência e Tecnologia – Especialidade: Informática

Os servidores de aplicação podem ser executados nos lados do cliente ou do servidor de uma aplicação do tipo cliente/servidor.

( ) Certo
( ) Errado

Gabarito: Errado.
Comentário: Em uma arquitetura cliente-servidor, o servidor de aplicação é executado exclusivamente no lado do servidor. Embora parte do processamento possa ocorrer no cliente (como em SPAs), isso não caracteriza a presença de um servidor de aplicação no lado cliente. O conceito de “servidor de aplicação” envolve responsabilidades típicas de backend — lógica de negócio, integração com banco de dados, etc. — e, por definição, está localizado no servidor.

Considerações Finais

Entender a arquitetura cliente-servidor e os conceitos de frontend e backend é fundamental para qualquer profissional da área de tecnologia. Além de servir como base para aplicações distribuídas modernas, esse conhecimento é recorrente em provas de concurso público, especialmente em cargos voltados para o desenvolvimento e análise de sistemas.

A compreensão clara sobre os papéis do cliente e do servidor, assim como os limites de atuação de cada um, é essencial para não confundir conceitos e para interpretar corretamente as exigências dos editais e as questões propostas pelas bancas.

Referências Bibliográficas:

  • SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Software, 10ª edição. Pearson, 2019.
  • PRESSMAN, Roger. Engenharia de Software, 7ª edição. McGraw Hill, 2006.
  • TANENBAUM, Andrew S. Redes de Computadores, 5ª edição. Pearson, 2011.

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