Havia um menino que sempre se envolvia em encrenca no colégio. Dia sim, dia não, tomava bronca dos professores e os pais eram “convidados” a comparecer à escola. Mas eis que, na enésima vez que foi chamado à sala do diretor, o menino desabafou: “Professor, estou me esforçando, mas sempre acabo me distraindo”. Ao ouvir isso, o diretor, um homem sábio e muito vivido, encheu um copo com água e, entregando-o ao garoto, disse: “Vou lhe propor um desafio: carregue este copo para cima e para baixo da escola sem deixar cair uma gota nos próximos dias e depois volte aqui e me conte o que aconteceu.” “Mas isso é impossível”, retrucou o menino. “Eu não vou conseguir”. O mestre encerrou a conversa: “Tente, ao menos tente.”
Uma semana mais tarde, o aluno procurou o diretor para relatar, satisfeito, que havia conseguido fazer o aparentemente impossível: não havia derramado nem uma única gota do copo! O homem, então, perguntou: “E você reparou nos seus amigos que estavam matando aula?”. “Não”, respondeu o menino. “E se distraiu com as meninas da escola que você queria conhecer?” De novo o menino fez que não com a cabeça. O mestre finalizou: “Seu problema era a falta de uma motivação clara que lhe desse foco. Com foco, você é capaz de fazer qualquer coisa. Agora vá em frente e, mesmo sem o copo, foque em estudar, em aprender, em crescer na vida.”
Essa história não é criação minha. Tive acesso a uma versão dela na internet por estes dias e tomei a liberdade de fazer algumas pequenas adaptações. E por que decidi reproduzi-la aqui, neste espaço? Porque enxergo nela potencial para responder parte das perguntas mais recorrentes que recebo de alunos, seguidores e concurseiros: “Estou desmotivado, e agora?”, “O que fazer depois de sucessivas reprovações?”, “Não aguento mais a solidão dos estudos. Qual é a solução?”
De fato, essa historinha ilustra bem uma ideia que sempre pautou minha forma de agir quando deparo com uma dificuldade qualquer. Seja qual for a situação, antes de sequer cogitar desistir, procuro responder uma pergunta crucial: “Por que estou nessa missão?” Pode acreditar, questionamentos como “por que estou querendo tanto passar nesse concurso público?”,“por que optei por me isolar temporariamente de algumas pessoas?” e “por que mesmo comecei este projeto tão difícil se havia caminhos mais fáceis?” ajudam a definir um foco. São como o copo d’água que o menino teve de manter cheio. Fazendo as perguntas certas, é possível descobrir o que pode nos tirar da inércia e, depois, nos motivar a continuar agindo, estudando, trabalhando, pesquisando, batalhando…
A ideia é simples. Quando enxergamos o propósito de nossas ações, passamos a atribuir um sentido maior a qualquer sacrifício que se fizer necessário. Há mais: se nos sentimos motivados por um porquê claro e convincente, deixamos de nos importar tanto com o esforço diário. Assim, com o tempo e a noção de compromisso, temos muito mais chance de alcançar resultados extraordinários.
Veja bem. Quando você, caro leitor, afirma estar desmotivado, significa que está, literalmente, sem motivo para seguir adiante em seus projetos. Em outras palavras, está sem energia, privado de estímulo e interesse, ou apenas cansado. Logo, é questão de reunir as razões capazes de fazer você reagir na direção e na medida certa, a despeito das dificuldades que cruzarem o caminho. Mentalize o que você quer para si e os seus, mas também tenha bem claro o que você não quer mais em sua vida de jeito nenhum. Tanto um como o outro têm enorme poder motivacional.
Sabe, quando você alega não aguentar mais ser reprovado em concurso público, não está falando toda a verdade. Seja franco consigo mesmo e reconheça que o seu motivo de ação é muito mais forte que a frustração de um insucesso pontual. Então tente enxergá-lo por outra óptica: você apenas não ficou bem-posicionado naquele certame. Continue tentando, que sua colocação vai melhorar progressivamente, até vir a merecida classificação dentro das vagas. Chegará a hora de comemorar e de se programar para uma nova vida em função de uma promissora carreira profissional.
Pense naqueles que dependem de você. Pode ser o seu parceiro de vida, os seus filhos, os seus pais… Agora feche os olhos e imagine o conforto que um bom salário pode proporcionar a vocês. Foi o suficiente para os seus motivos de ação despertarem? Se sim, escreva cada um deles em letras garrafais num papel e cole num painel em frente a sua mesa de estudos. Acrescente a esse mural uma foto da sede do órgão onde você deseja trabalhar e uma cópia do contracheque do cargo. Também vale pregar nele uma fotografia do carro ou da casa dos sonhos, ou mesmo de um lugar que você gostaria de visitar com seus entes queridos. Coloque um pouco de tudo que inspira você a seguir firme em seu projeto.
Quem tem motivos para a ação, ou seja, motivação, algo que vem de dentro para fora a partir de um estímulo exterior, reconhece que, mesmo já havendo alcançado muito na vida, ainda tem muito a fazer. Sabe que sempre há espaço para mais, sobretudo se tem o coração puro e está determinado a desfrutar com honra e sabedoria as graças que vier a receber.
Amigo leitor, encontre a sua motivação. Foco no copo cheio para que não caia nem uma única gota d’água! Você consegue.
Por aqui, posso afirmar que o meu maior motivo de ação chegou ao mundo há apenas alguns dias e já me transformou por completo. Ele pode ser pequenino, mas me dá uma força inestimável! Para ele e por ele estou determinado a ser a melhor versão de mim em todos os aspectos.
Samuel, meu grande pequeno motivo de ação.
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