Vamos falar sobre a Leptospirose?

Leptospirose: doença infecciosa aumentada pelas enchentes, com foco no agente, transmissão, diagnóstico e tratamento.

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Entenda tudo sobre a doença que está afetando o Rio Grande do Sul

Olá pessoal! Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e faço parte do time de professores do Gran Concursos.

Infelizmente você deve ter tomado conhecimento sobre as enchentes que assolam o sul do nosso país nas últimas semanas, não é mesmo? Como se não bastasse a destruição de bens e vidas causada pelas inundações propriamente ditas, veio à tona recentemente um outro problema sanitário: um aumento substancial no número de casos de leptospirose.

Dessa forma, vamos aproveitar para relembrarmos, juntos, o agente etiológico, via de transmissão, diagnóstico e tratamento dessa doença? Afinal, quando o tema está circulando nos canais de notícias, é bem possível que as bancas aproveitem para abordá-lo em sua prova!

A leptospirose é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Leptospira interrogans, que afeta humanos e uma variedade de animais. Então já que mencionamos o agente etiológico da doença, vale destacar que esta bactéria é classificada morfologicamente como uma espiroqueta, ou seja, uma bactéria caracterizada por sua forma helicoidal e flexível, que lembra uma espiral ou saca-rolhas. Em termos tintoriais, as espiroquetas se enquadram no grupo dos Gram-negativos, ok?

A transmissão da doença ocorre principalmente por meio do contato direto ou indireto com a urina de animais infectados, especialmente roedores, que são os principais reservatórios urbanos da doença. Por essa razão, ambientes aquáticos contaminados com a bactéria representam um risco significativo para a transmissão da leptospirose, especialmente em cenários de chuvas intensas e enchentes, como o que temos visto no Rio Grande do Sul.

A bactéria penetra na pele com lesões, ou mesmo em pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada, ou ainda através das mucosas, e normalmente entre 7 a 14 dias após (período de incubação) surgem os sintomas, que variam desde formas bastante leves, praticamente assintomáticas e subclínicas, até quadros graves, associados a manifestações fulminantes.

Os principais sintomas da fase precoce são febre, falta de apetite, dor muscular (principalmente na panturrilha), dor de cabeça e náuseas/vômitos. Podem ocorrer ainda diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Mais raramente pode surgir até mesmo aumento do fígado e/ou baço e aumento de linfonodos.

Após aproximadamente uma semana, a doença pode progredir para a fase tardia, também conhecida como fase imune, quando os anticorpos começam a ser produzidos e ocorre a eliminação da bactéria do sangue, que ainda pode estar presente nos rins e no trato urinário, levando à excreção urinária da bactéria.

Assim, o método laboratorial para diagnóstico depende da fase evolutiva em que se encontra o paciente. Na fase precoce (primeira semana de doença), o diagnóstico específico é feito a partir da coleta de sangue do paciente com realização de exame direto para visualização das espiroquetas, ou ainda por meio de detecção do DNA bacteriano pela reação em cadeia da polimerase (PCR).

Já na fase tardia opta-se por métodos imunológicos como a detecção de anticorpos IgM por ELISA, ou ainda pelo método de microaglutinação (MAT), método de referência “padrão-ouro” recomendado pela Organização Mundial da Saúde para a confirmação do diagnóstico sorológico da leptospirose, dada sua sensibilidade e alta especificidade diagnóstica.

O tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita já que sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. 

A doxiciclina (antibiótico da classe das tetraciclinas) é o tratamento de primeira escolha na fase aguda da doença, na dose de 200 mg por dia, durante 5 a 7 dias. Seu mecanismo de ação atua se dá por inibição da síntese proteica bacteriana, paralisando a produção de proteínas necessárias para o crescimento e sobrevivência do microrganismo.

Na indisponibilidade de doxiciclina, pode-se optar por amoxicilina (segunda escolha), ainda na fase precoce, ou para a fase tardia, penicilina G cristalina, ampicilina, ceftriaxona ou cefotaxima.

Agora você já sabe tudo sobre leptospirose e vai acertar questões sobre o conteúdo na sua prova, não é mesmo? Que bom! E não se esqueça que pode sempre contar comigo e com toda a equipe do Gran Concursos para conquistar sua aprovação nos concursos e residências do Brasil. Um forte abraço e bons estudos!

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