Nas duas semanas anteriores, falamos sobre conectivos oracionais, especialmente as conjunções subordinativas e coordenativas. Vimos que os examinadores cobram insistentemente a substituição desses vocábulos. Nesta semana, vamos falar sobre outro conectivo oracional: o pronome relativo “que”. A função sintática do pronome relativo “que” é bastante explorada nas provas do Cespe.
Saiba: o “que” pronome relativo retoma o termo imediatamente anterior e produz informação coerente (lógica) na oração subordinada. Então, para sabermos se a palavra “que” é um pronome relativo, devemos substituir o “que” pela expressão nominal imediatamente anterior e, se após a substituição, a oração subordinada transmitir informação coerente, ou seja, provida de sentido, teremos pronome relativo. Note que não precisamos de “macetes” para entendermos o emprego dessa importante palavra. Analisemos agora um exemplo.
Deputado distrital revela à colunista Maria Campos os motivos / que o levaram para o partido de Marina Silva.
No exemplo acima, substitua o “que” pelo substantivo imediatamente anterior “motivos”. Depois da substituição, a oração subordinada adjetiva ficará assim: os motivos o levaram para o partido de Marina Silva. Importante! A expressão “os motivos” é, sintaticamente, complemento verbal direto da forma verbal “revela” da oração principal. Já, na oração subordina adjetiva, “os motivos” é sujeito semântico da forma verbal “levaram”. Ressalte-se que a função de “os motivos”, na oração 2, é a função sintática do pronome relativo “que” (sujeito).
Observe o item abaixo:
Para a surpresa de muitas pessoas, acostumadas a ver em nosso país tantas leis que não saem do papel, a LRF, logo nos primeiros anos, atinge boa parte de seus objetivos, notadamente em relação à observância dos limites da despesa com pessoal, o que permitiu uma descompressão da receita líquida e propiciou maior capacidade de investimento público. O regulamento marca avanços também no controle de gastos em fins de gestão e em relação ao novo papel que as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar.
(CESPE/TCU/Auditor/2015)
Os pronomes relativos “que” (linha 1) e “que” (linha 5), embora retomem elementos distintos do texto, desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.
Gabarito oficial: errado
Comentário:
É fato que, no texto acima, os pronomes relativos retomam elementos distintos; todavia eles não possuem a mesma função sintática nas orações em que estão inseridos. No primeiro emprego, o relativo exerce a função sintática de sujeito. No segundo, a de objeto direto. Conforme tratamos acima, o que pronome relativo retoma o termo imediatamente anterior e transmite uma informação lógica. Vamos, então, entender como chegamos à função sintática dos dois empregos no texto. Na linha 1, depois da retomada do antecedente “tantas leis”, tem-se a seguinte construção: tantas leis não saem do papel (“tantas leis” = sujeito). Na linha 5, depois da retomada do antecedente “o novo papel”, tem-se a seguinte construção: as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar o novo papel (“o novo papel” = objeto direto). Ressalte-se que a função dos termos “tantas leis” e “o novo papel” é a função sintática do pronome relativo “que”.
Abraço forte!
Bons estudos!
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Claiton Natal – Bacharel e licenciado em Língua Portuguesa, é conhecido principalmente por ser especialista em provas para concursos públicos. Já lecionou em escolas, cursos pré-vestibulares e faculdades. Atualmente, atua em preparatórios para concursos públicos e ministra cursos e palestras em empresas, órgãos públicos e faculdades.
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Detalhes:
- Concurso: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Concurso Anvisa 2016)
- Banca organizadora: Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe)
- Cargos: Técnico Administrativo
- Escolaridade: nível médio
- Número de vagas: 78
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- Data da prova: 4 de dezembro de 2016
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