Epidemiologia e Vigilância Epidemiológica: conceitos exigidos em concursos – Parte I

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6 de Fevereiro de 2017

vigilancia-epidemiologicaVamos começar a entender os principais conceitos em epidemiologia? Os concursos na área da saúde cobram esse conteúdo de formas variadas e, geralmente, consta no edital nos conteúdos comuns a TODOS os cargos.

Resolvi separar esse conteúdo em partes. Hoje deixarei 15 conceitos para que vocês se aproximem do tema. Mas, em princípio, vamos entender um pouco do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) e sua importância na organização e no planejamento das ações e dos serviços de saúde do SUS.

A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos. Além disso, torna disponíveis informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que as condicionam, numa área geográfica ou população definida.

A operacionalização da vigilância epidemiológica compreende um ciclo de funções específicas e intercomplementares, desenvolvidas de modo contínuo. Isso permite conhecer, a cada momento, o comportamento da doença, ou agravo, selecionada como alvo das ações, para que as medidas de intervenção pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia.

São funções da Vigilância Epidemiológica

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A eficiência do SNVE depende do desenvolvimento harmônico das funções realizadas nos diferentes níveis. Quanto mais capacitada e eficiente a instância local, mais oportunamente poderão ser executadas as medidas de controle.

Os dados e as informações aí produzidos serão, também, mais consistentes, o que possibilita melhor compreensão do quadro sanitário estadual e nacional, e, consequentemente, o planejamento adequado da ação governamental. Nesse contexto, as intervenções oriundas do nível estadual e, com maior razão, do federal tenderão a tornar-se seletivas, voltadas para questões emergenciais ou que, pela sua transcendência, requeiram avaliação complexa e abrangente, com participação de especialistas e centros de referência, inclusive internacionais.

Agora, vamos aos conceitos!

  1. AGENTE: entidade biológica, física ou química capaz de causar doença.

  2. AGENTE INFECCIOSO: agente biológico, capaz de produzir infecção ou doença infecciosa.

  3. ANTROPONOSE: infecção cuja transmissão se restringe aos seres humanos.

  4. ANTROPOZOONOSE: infecção transmitida ao homem por meio de reservatório animal.

  5. ARBOVIROSES: viroses transmitidas de um hospedeiro para outro por meio de um ou mais tipos de artrópodes.

  6. ÁREA ENDÊMICA: aqui considerada como área reconhecidamente de transmissão para esquistossomose, de grande extensão, contínua e dentro de um município.

  7. ÁREA DE FOCO: área de transmissão para esquistossomose, porém de localização bem definida, limitada a uma localidade ou pequeno número dessa, em um município.

  8. ÁREA INDENE VULNERÁVEL: área reconhecidamente sem transmissão para esquistossomose, mas cujas condições ambientais (presença de hospedeiros intermediários nas condições hídricas), associadas a precárias condições socioeconômicas e de saneamento, na presença de migrantes portadores da esquistossomose, oriundos de áreas de transmissão, tornam a área sob risco.

  9. CASO: pessoa ou animal infectado ou doente que apresente características clínicas, laboratoriais e/ou epidemiológicas específicas.

  10. CASO AUTÓCTONE: caso contraído pelo enfermo na zona de sua residência.

  11. CASO CONFIRMADO: pessoa de quem foi isolado e identificado o agente etiológico, ou de quem foram obtidas outras evidências epidemiológicas e/ou laboratoriais da presença do agente etiológico. Exemplo disso é a conversão sorológica em amostras de sangue colhidas nas fases aguda e de convalescênça. Esse indivíduo pode ou não apresentar a síndrome indicativa da doença causada pelo agente. A confirmação do caso está sempre condicionada à observação dos critérios estabelecidos pela definição de caso, que, por sua vez, está relacionada ao objetivo do programa de controle da doença e/ou do sistema de vigilância.

  1. CASO ESPORÁDICO: caso que, segundo informações disponíveis, não se apresenta epidemiologicamente relacionado a outros já conhecidos.

  2. CASO ÍNDICE: primeiro, entre vários casos, de natureza similar e epidemiologicamente relacionados. O caso índice é, muitas vezes, identificado como fonte de contaminação ou infecção.

  3. CASO IMPORTADO: caso contraído fora da zona onde se fez o diagnóstico. O emprego dessa expressão dá a ideia de que é possível situar, com certeza, a origem da infecção numa zona conhecida.

  4. CASO INDUZIDO: caso de malária que pode ser atribuído a uma transfusão de sangue ou a outra forma de inoculação parenteral, porém não se relaciona à transmissão natural pelo mosquito. A inoculação pode ser acidental ou deliberada e, nesse caso, pode ter objetivos terapêuticos ou de pesquisa.

Aguardem os próximos artigos, pois neles postarei mais conceitos!

Abraços,

Prof.ª Natale Souza.


Professora Natale Souza – Mestre em Saúde Coletiva pela UEFS. Servidora pública da Prefeitura Municipal de Salvador. Coach, Mentory, Consultora e Professora na área de Concursos Públicos e Residências. Graduada pela UEFS em 1998, pós-graduada em Gestão em Saúde, Saúde Pública, Urgência e Emergência, Auditoria de Sistemas, Enfermagem do Trabalho e Direito Sanitário. Autora de 02 livros – e mais 03 em processo de revisão: – Legislação do SUS – vídeo livro ( Editora Concursos Psi); Legislação do SUS – Comentada e esquematizada ( Editora Sanar). Aprovada em 16 concurso e seleções públicas (nacionais e internacionais) dentre elas: – Programa de Interiorização dos Profissionais de Saúde – MS – lotada em MG; – Consultora do Programa Nacional de Controle da Dengue (OPAS), lotada em Brasília; – Consultora Internacional do Programa Melhoria da Qualidade em Saúde pelo Banco Mundial, lotada em Brasília; – Governo do estado da Bahia – SESAB – urgência e emergência; – Prefeitura Municipal de Aracaju; – Prefeitura Municipal de Salvador; – Professora da Universidade Federal de Sergipe UFS; – Governo do Estado de Sergipe (SAMU); – Educadora em Saúde mental /FIOCRUZ- lotada Rio de Janeiro.


 

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6 de Fevereiro de 2017

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