Hipodermóclise nos concursos

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hipodermoclise

Olá, amigos concursando(as) da área de enfermagem! Vamos dar seguimento às nossas dicas para facilitar sua aprovação.

Hoje vamos abordar a hipodermóclise, assunto que tem aparecido com grande frequência nas provas de concursos.

A hipodermóclise é um método em que se usa a via subcutânea para infundir medicações e soluções. Essa é uma via alternativa para pacientes que necessitem de suporte clínico para reposição de fluidos, medicamentos e eletrólitos, em ambiente hospitalar, ambulatorial ou domiciliar.

Esse procedimento é realizado em pacientes portadores de Câncer em estágio avançado e que apresentem acesso venoso prejudicado devido a condições clínicas (caquexia, desidratação) e terapia com agentes esclerosantes. Pode ser utilizado também por pacientes idosos nos quais haja dificuldades de acesso venoso para reposição volêmica e uso de medicações.

Os medicamentos de escolha, que podem ser utilizados no procedimento em foco, têm pH próximo à neutralidade e são hidrossolúveis.

Atenção! Hipodermóclise -> medicações com Ph neutro e hidrossolúveis.

São eles: Sulfato de morfina, Brometazida, Ondansetrona, Metadona, Midazolan, Prometazina, Metoclopramida, Fenobarbital, Escopolamina, Dexametasona, Clorpromazina, Clonidina, Ranitidina, Garamicina e Tramadol.

Medicamentos incompatíveis com a via subcutânea: Diazepam, Diclofenaco, Eletrólitos não diluídos e Fenitoína.

Memorize isso! Não se pode usar, nesse método, os medicamentos:  a hipodermóclise diazepam, fenitoína e diclofenaco.

A Hipodermóclise é indicada para tratamento nos seguintes casos:

  1. hidratação – quando o paciente não recebe quantidade suficiente de líquido oralmente e tem o acesso venoso periférico prejudicado por substância necrosante (quimio/radioterapia), e
  2. dor – sintoma efetivamente presente em estágio avançado da doença. 

Vejamos agora algumas vantagens desse tipo método.

  1. Baixo custo.
  2. Método simples, seguro e eficaz.
  3. Pode ser utilizado por pessoas que não sejam da área de saúde.
  4. Favorece a funcionalidade do paciente.
  5. Baixo índice de infecção.
  6. Pode ser usado em ambulatório, ideal para ser utilizado em casa sob supervisão.
  7. Reduz flutuação da concentração plasmática de opioides.
  8. Usada para hidratação a longo prazo.

Agora, algumas desvantagens.

  1. Não pode ser usado em pacientes que apresentem trombocitopenia ou problemas de coagulação.
  2. Não é a via de escolha para fazer grandes volumes.
  3. Usar somente 1ml/h até 3.000ml, sendo 1.500ml de cada lado do tórax.
  4. Possibilidade de reação local (sinais flogísticos).

Depois desse breve estudo, vamos praticar!

  1. (FUNIVERSA/SES/DF/2011/adaptada) A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua cuidados paliativos como uma abordagem que tem por objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, que enfrentam problemas associados a doenças que põem em risco a vida. Julgue o próximo item.

A hipodermóclise representa uma via alternativa para suporte clínico de pacientes em cuidados paliativos, em que há infusão de fluidos isotônicos e(ou) medicamentos por via subcutânea. Tem como vantagens o baixo custo, a possibilidade de alta precoce e o risco mínimo de complicações locais ou sistêmicas.

Comentário: A questão aborda as indicações e as vantagens da hipodermóclise.

  1. (FCC/TRT/PE/2012) A hipodermóclise é intervenção utilizada em pacientes no ambiente hospitalar. No atendimento domiciliar, dentre as indicações destaca-se
    a) embotamento cognitivo.
    b) distúrbio de coagulação.
    c) síndrome da veia cava superior.
    d) anasarca.
    e) congestão pulmonar.

Comentário: Observando-se as indicações e as contraindicações, percebemos que uma das indicações é o embotamento cognitivo.

Gabarito

  1. Letra A.

Vamos revisar as indicações descritas no site do Instituto Nacional de Câncer (INCA) sobre a Hipodermóclise.

Indicação

  1. Impossibilidade de ingestão por via oral – Pacientes em cuidados paliativos que apresentem embotamento cognitivo, náuseas e vômitos incoercíveis, obstrução do trato gastrintestinal por neoplasia.
  2. Impossibilidade de acesso venoso – Pacientes com dificuldade de acesso venoso e que tenham o sofrimento aumentado pelas constantes tentativas de punção; e aqueles cujo acesso represente impossibilidade ou limitação para a administração de medicamentos e fluidos decorrentes de flebites, trombose venosa e sinais flogísticos.
  3. Possibilidade de permanência do paciente em domicílio – Por ser um método seguro, sem graves complicações e facilmente manipulado pelo paciente ou familiar/cuidador, está indicada a terapia subcutânea para o uso em domicílio.

Contraindicação

  • Infusão rápida de grande volume.
  • Desidratação severa.
  • Distúrbio severo de eletrólitos.

Vamos treinar mais um pouco!

  1. (FCC/TRF/2ª Região/2012 adaptada) Marque o item em que há, corretamente, as vantagens e as desvantagens da hipodermóclise em relação à via intravenosa.
  2. a) Vantagem – administração segura de diclofenaco e diazepam.
    Desvantagem – impossibilidade de infusão rápida de grandes volumes.
  3. b) Vantagem – impossibilidade de formação, no sítio da infusão, de hematoma e edema. Desvantagem –risco de necrose tecidual como complicação tardia.
  4. c) Vantagem – possibilidade de infusão de solução oleosa ou suspensão. Desvantagem – impossibilidade de administração de fenitoína.
  5. d) Vantagem – infusão segura em pacientes com coagulopatia. Desvantagem – dificuldade de ajuste rápido de doses.
  6. e) Vantagem – facilidade na educação do autocuidado e do cuidador em domicílio. Desvantagem – impossibilidade de infusão de nutrição parenteral.

Comentário: A técnica da hipodermóclise é simples e fácil de ensinar ao cuidador, a desvantagem é que não poder infundir dieta parenteral. Gabarito: letra E.

Letra A. Errada. Vimos que é contraindicado o uso de diazepam e diclofenaco por essa via.

Letra B. Errada. Existe risco de hematoma e edema local, esses são, inclusive, reações adversas do uso da hipodermóclise.

Letra C. Errada. Pois as medicações por essa via precisam ser hidrossolúveis, e as oleosas não o são. A desvantagem está correta, porque a fenitoína é incompatível com o método.

Letra D. Errada. A hipodermóclise não é indicada para pacientes com distúrbios de coagulação.

Utilização dos medicamentos

Para o uso de medicamentos por meio da hipodermóclise, é preciso diluir a medicação na apresentação líquida em água para injeção. Exceções: ketamina e ondansetrona devem ser diluídos em solução salina a 0,9%. Vejamos agora outras informações importantes para o uso do método em pacientes.

Volume: diluir a medicação em 100%, ou seja, se a medicação tiver 1ml, a diluição será para 2ml, 1ml da água para injeção e 1ml do medicamento igual ou total a 2ml.

Regiões de aplicação: deltoidiana, anterior do tórax, escapular, abdominal e face lateral da coxa

Cuidados durante a permanência do acesso:

  1. proteger com plástico durante o banho com o objetivo de manter a área seca;
  2. lavagem das mãos antes do manuseio do cateter (exemplo: conectar equipos com fluidos ou medicação) para prevenir infecção; e
  3. observar a área da inserção do dispositivo subcutâneo em relação a sinais flogísticos.

Obs.: Nos casos de sinais flogísticos, usar calor (bolsa térmica) para amenizar os sintomas. 

Reações adversas: edema, dor local e infecção.

Vamos praticar!

  1. (CESPE TJDFT 2015) Julgue o item seguinte com relação a procedimentos técnicos em enfermagem.

Para a instalação da hipodermóclise – para infusão de fluidos isotônicos e(ou) medicamentos por via subcutânea – deve-se introduzir uma agulha em ângulo de 15° e fixá-la no espaço subcutâneo.

Comentário: Apesar de a indicação da hipodermóclise estar correta, o ângulo de aplicação é de 45° e não de 15°, como afirma o item. Lembre-se de que o ângulo de15° é usado para administração pela via intradérmica.

Gabarito: errado.

Terminamos por aqui nossas dicas sobre a hipodermóclise, e esperamos por você nos cursos do Gran Cursos Online, para contribuir de forma decisiva na sua aprovação.

Vamos caminhar juntos, rumo ao seu sucesso.

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Fernanda Barboza – Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia e Pós-Graduada em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. Atualmente, servidora do Tribunal Superior do Trabalho, cargo: Analista Judiciário- especialidade Enfermagem, Professora e Coach em concursos. Trabalhou 8 anos como enfermeira do Hospital Sarah. Nomeada nos seguintes concursos: 1º lugar para o Ministério da Justiça, 2º lugar no Hemocentro – DF, 1º lugar para fiscal sanitário da prefeitura de Salvador, 2º lugar no Superior Tribunal Militar (nomeada pelo TST). Além desses, foi nomeada duas vezes como enfermeira do Estado da Bahia e na SES-DF. Na área administrativa foi nomeada no CNJ, MPU, TRF 1ª região e INSS (2º lugar), dentre outras aprovações.
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