O Bom não é Excelente

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05 de agosto3 min. de leitura

Já parou para pensar por quantas vezes na vida você se viu obrigado a mudar? Você se deparou com uma situação desconfortável, ruim, e precisou fazer alguma coisa para sair daquele embaraço.

É normal que o ser humano esteja sempre querendo fugir de situações como essas, afinal, quem gosta de passar por situações ruins, tristes, desconfortáveis? Quando tudo não vai bem, você só enxerga uma solução: MUDAR! Tomar atitudes diferentes, deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade.

Mas e quando tudo vai bem, o que fazer? Quando você está numa situação confortável, com um emprego bom, reside numa casa boa, tem uma remuneração bacana, tem um carro popular, por que fazer algo para mudar de situação já que tudo vai bem, né?

Contudo, o “bom” também pode ser um problema. O bom te aprisiona, o bom te leva à zona de conforto, o bom te estagna, o bom te faz enxergar menos do que poderia, o bom te impede de ter uma vida extraordinária.

O que os grandes empreendedores, empresários e servidores públicos de altos cargos têm em comum? A maioria deles não parou quando a situação estava boa. Profissionais de sucesso sabem que, mesmo em um cenário bom e sem concorrência, eles precisam inovar sempre, sempre buscando ser melhores do que eles mesmos.

Acontece que, muitas vezes na vida, precisamos de um empurrão para enxergar nossa real situação. Em um momento de dificuldade, de crise, muitas pessoas viram seu emprego “bom” sendo ameaçado; algumas estavam em uma situação confortável, muito embora tivessem algum sonho adormecido – um sonho de se tornar servidor público, um sonho de conquistar a estabilidade, um sonho de alcançar voos maiores, contudo, o “bom” é confortável e não permitiu que elas fossem adiante.

Nesse cenário de incertezas e de dificuldades, algumas pessoas despertaram e conseguiram ver que o bom poderia ser algo melhor, poderia ser um emprego estável e até mesmo com uma remuneração melhor; às vezes, só lhes faltou um pequeno esforço para saltar do bom para o excelente.

E você, qual é a sua situação atual? Você já está vivendo o excelente ou se acomodou com o bom? De repente, você está iniciando a busca pelos seus objetivos, e aí eu te pergunto: quando você alcançar o bom, vai ser o bastante? De onde você pretende tirar inspiração para vencer a força limitadora do bom, aquela força que te convence que o bom é o suficiente, que a sua zona de conforto é o melhor lugar do mundo?

É muito mais fácil lutar contra uma situação desconfortável do que contra uma situação boa, e é por isso que muitas pessoas ficam pelo caminho, vivem uma vida mediana e não alcançam o extraordinário.

O bom subestima o seu potencial. Quantas vezes você ficou pelo caminho, pois duvidava da sua capacidade? Você pode deixar de avançar, pois alcançou uma situação agradável e teme que não consiga alcançar mais, ou até mesmo que alcançar o excelente é possível, mas te demandaria mais energia do que você está disposto a gastar, afinal você já superou o ruim e tem uma vida boa, não precisa mais do que isso.

Algumas pessoas transformam suas desculpas em uma defesa, mentem para si mesmas – afinal se a vida delas já está boa, por que continuar buscando mais? Isso seria ganancioso da parte delas, pensam.

Segundo um dicionário da língua portuguesa, ganância é a “ânsia por ganhos exorbitantes; cobiça; desejo exacerbado de ter ou de receber mais do que os outros”. Isso não tem nada haver com o que estou propondo aqui.

Você não precisa se comparar com ninguém, não tem de ter essa sede de ser melhor do que os outros e não precisa ser insatisfeito com o que já tem. Pelo contrário, a gratidão é a base do sucesso. Seja grato pelas oportunidades recebidas e por suas conquistas, mas não use isso como desculpa para continuar não progredindo.

A gratidão não deve te fazer acomodar. Seja feliz por ter chegado até aqui, seja feliz por ter oportunidade de estudar, seja feliz por ter saúde, seja feliz pelas simples coisas que possui. Se você já alcançou uma vida boa, seja grato, mas isso não precisa te impedir de ir além. O extraordinário só é vivido por quem está disposto a pagar o preço, a lutar, a correr atrás, mesmo quando tudo vai bem.

Então, se você tem um bom emprego na iniciativa privada e isso para você é excelente, é tudo que almeja, isso é ótimo, permaneça assim e usufrua de tudo que conquistou. Seria hipocrisia da minha parte dizer que apenas o serviço público pode te proporcionar o extraordinário.

Por outro lado, se você tem um bom emprego na iniciativa privada, mas isso ainda não é tudo aquilo que almeja, ouse enfrentar as dificuldades, acordar cedo, empenhar-se mais, mesmo quando tudo vai bem – só assim você conseguirá alcançar o próximo nível, aquele que vem após o “bom”.

De igual modo, se você já é servidor público, mas sempre sonhou em alcançar um cargo mais elevado, com remuneração maior e com mais benefícios, ou porque é aquele cargo que sempre sonhou em alcançar, então não estacione, não pare no bom. É hora de acordar para buscar o excelente. Você já pode ter alcançado a estabilidade e uma remuneração bacana, mas ainda assim não alcançou o que de fato sonha.

Convido você a refletir nesse momento: o que é o excelente para você? O que significa viver o extraordinário? Qual é o topo para você? Desperte aquele sonho adormecido dentro de si; não é porque você alcançou o bom que precisa parar de caminhar. Volte a subir os degraus em sua vida, volte ao batente, volte à luta, vamos juntos pagar o preço e buscar o que de melhor a vida pode proporcionar.

 

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