Você se autossabota? Entendendo a Autossabotagem

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25 de maio4 min. de leitura

Caro leitor(a), você já ouviu falar sobre Autossabotagem?

A Autossabotagem é um processo sustentado em crenças internas limitadoras que levam a pessoa a adotar comportamentos repetitivos que lhe são prejudiciais. É o comportamento consciente ou inconsciente de colocar obstáculos nas tarefas importantes que você precisa realizar.

Calma! Vou explicar melhor. Imagine quando uma pessoa conscientemente quer conquistar ou fazer algo, mas, em contrapartida e de forma inconsciente, suas ações vão na contramão do que se busca. Essa é uma das maneiras mais comuns de Autossabotagem! Os comportamentos que criam empecilhos e barreiras, limitando ou impedindo de chegar a um determinado objetivo e de cumprir metas – até mesmo as mais simples, são considerados formas de Autossabotagem.

Por outro lado, podemos definir a Autossabotagem como sendo a repetida execução de ganhos SECUNDÁRIOS em detrimento dos seus objetivos PRINCIPAIS. Ou seja, não necessariamente serão ações desagradáveis. Muito pelo contrário.

Vale destacar que o ciclo da Autossabotagem ocorre tanto de forma consciente quanto inconsciente. Aliás, a segunda maneira é a configuração mais comum, quando as pessoas sequer se dão conta de que estão se sabotando.

Vamos falar um pouco sobre os principais tipos de Autossabotagem para que você entenda melhor.

O primeiro tipo que vamos conhecer é a Vitimização. Nesse tipo de Autossabotagem, a pessoa busca sempre encontrar meios para justificar suas atitudes, sempre prefere se justificar, arrumar desculpas, do que assumir a responsabilidade por seus comportamentos.

O segundo tipo que vamos abordar é a Procrastinação. A pessoa que se autossabota procrastinando deixa tudo para realizar depois, o famoso “por que fazer hoje, se posso deixar para amanhã?”. O cérebro do procrastinador age de forma a desviar sua atenção das tarefas mais importantes, fazendo com que deixe tudo para a última hora. Obviamente, isso atrapalha – e muito – a produtividade e interfere na vida do indivíduo.

Como consequência desse clássico autossabotador, há um aumento do estresse e da ansiedade pelo fato de ter que fazer mais coisas em menos tempo e, com isso, aumentar as chances de não se atingir os objetivos. Com isso, ela cria um mecanismo de defesa para não experimentar a sensação de incapacidade.

O terceiro tipo de Autossabotagem que irei apresentar é a Negação. Nesse tipo de Autossabotagem, a pessoa nega as suas necessidades e seus desejos simplesmente por medo, para evitar o risco de experimentar a sensação do fracasso. Assim como a Inconstância, que se torna um hábito comum de pessoas autossabotadoras, elas frequentemente não concluem as tarefas que começam e, dessa forma, elas tentam se proteger, inconscientemente, do fracasso e também das consequências de um possível sucesso.

E o Medo, será que ele te sabota? Você já sentiu medo em algum momento da sua trajetória? Sabemos que o medo é algo muito comum. Na verdade, o medo é considerado um mecanismo de defesa natural. Entretanto, ele pode tornar-se um gatilho de Autossabotagem quando é excessivo e paralisante.

Claro que o medo tem sua função benéfica, pois é ele que nos deixa em estado de alerta em situações de perigo e de riscos reais. Todavia, quando não é bem administrado, o medo em excesso pode ser uma arma poderosa para a Autossabotagem.

E por fim, outra atitude que frequentemente se torna um mecanismo de Autossabotagem é a Comparação em excesso. Quem nunca se pegou imaginando:

  • O que o outro tem que eu não tenho?
  • Por que não obtenho os mesmos resultados que o outro?
  • O que estou fazendo de errado?
  • Por que é tão difícil para mim e para os outros, tão fácil?

Quando esse comportamento é saudável, as pessoas tomam as outras como inspirações a serem seguidas e trabalham para conquistar objetivos semelhantes. Ao se comparar demais com os outros, a pessoa passa a desenvolver um sentimento de inferioridade e falta de autoconfiança e essa é uma forma bastante eficaz de se sabotar.

A falta de autoconfiança faz com que elas busquem o que está faltando em suas vidas no outro. Como a vida alheia parece sempre melhor e mais perfeita, tudo que for feito tenderá a ser insuficiente. Desse modo, todo tipo de sentimento negativo surge – inveja, incerteza, culpa, tristeza, raiva, frustração – e as constantes cobranças para ser sempre “mais do que já é” começam a minar a autoestima, corroborando para fracassos, erros e frustrações. Em um mundo extremamente competitivo e exigente, em que o sucesso e a perfeição são instigados a todo instante nas redes sociais, essa atitude está cada vez mais comum.

Um fator que costuma pesar quando falamos desse excesso de comparações é o tempo. Em razão da característica imediatista da sociedade atual, as pessoas querem sucesso rápido. Caso estejam “atrasadas” em comparação ao outro, elas se punem com pensamentos e expressões autodepreciativas.

E para não se tornar refém desse excesso de comparação, é preciso entender, caro(a) leitor(a), que Você pode conquistar todos os seus objetivos sendo exatamente como é. Não é preciso ser ou fazer igual ao outro para isso, mesmo porque o tempo de cada um é único. O outro pode ter tido oportunidades específicas e se esforçado de modo único para chegar aonde está. Raramente o sofrimento e os sacríficos que antecedem o sucesso são trazidos à tona, então como você pode se comparar com alguém que não conhece totalmente?

Agora que você já conheceu alguns mecanismos de Autossabotagem, vamos entender melhor como esse mecanismo funciona, na prática.

Provavelmente, você tem objetivos, sonhos e metas. Por isso, te convido a pensar nos seus objetivos, principalmente os pessoais e profissionais. Depois que você tirar seu tempo para refletir, responda: o que você tem feito ultimamente está te afastando ou te aproximando dos seus objetivos? Em outras palavras, o que você tem dito a si mesmo está colaborando ou te afastando dos seus objetivos e metas? Inegavelmente, o que nós falamos e pensamos tem muito efeito nas nossas emoções, e consequentemente em nossas atitudes e resultados.

Vamos entender melhor. João quer muito ser aprovado em um determinado concurso e tem constantemente o seguinte pensamento: “É muito difícil! Certamente eu não vou conseguir.”, “A concorrência será enorme!”, “Fulano é muito melhor do que eu, estuda há muito mais tempo; ele certamente será aprovado.”, “Nunca consigo me sair bem nas provas, dessa vez não seria diferente.”.

Esses pensamentos irão gerar, ainda que de forma inconsciente, uma série de sentimentos. João vai se sentir inseguro, com medo, com receio, sem autoconfiança e com a autoestima baixa. Esses sentimentos têm influência direta nos seus comportamentos e é aí que João começará a se autossabotar. Se ele tentar se preparar para essa prova (eu disse “se”), ele muito provavelmente não vai estudar como deveria, não vai cumprir o planejamento de estudos que montou, vai evitar fazer simulados com medo de seu desempenho, ficará muito ansioso e poderá até mesmo ter “brancos” no dia da prova… E são os comportamentos que conduzem ao resultado. Quais resultados você imagina que João terá? Os piores com certeza. Não vai conseguir ter um bom desempenho, nem ser aprovado.

Funciona assim: um pensamento gera um sentimento. O sentimento influencia nos seus comportamentos e são os seus comportamentos que te conduzem ao resultado.

 

“Confiar em si mesmo não garante o sucesso, mas não fazê-lo garante o fracasso.”

Albert Bandura

Portanto, comece revendo seus pensamentos!

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