7 coisas que você precisa saber sobre concursos públicos na área de TI

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7 coisas que você precisa saber sobre concursos públicos na área de TIFala, concurseiro! O papo de hoje é sobre concursos públicos específicos para área de Tecnologia da Informação (TI), principalmente para você, que é formado na área, ou, mesmo não sendo formando, gostaria de trabalhar com tecnologia no serviço público.

Eu sou concursado desde os 19 anos de idade, tive o prazer de ser aprovado em 4 concursos de TI – DNPM, DECEA, SERPRO e TRE-RR, tendo tomado posse nestes dois últimos. Com a minha experiência, quero contribuir pontuando 7 coisas – através de perguntas e respostas – que poderão te ajudar na preparação e acabar de vez com algumas dúvidas que martelam a cabeça de quem quer estudar para esses cargos.

Venha comigo!

1. É verdade que é preciso ser Ph.D. para ser aprovado em concursos de TI?

Para quem não conhece, Ph.D. é uma sigla que significa Philosophiae Doctor, ou, em tradução livre, Doutor em Filosofia. É o mais alto título acadêmico conferido por instituições de ensino superior, principalmente nos países de língua inglesa.

Ser Ph.D. em uma área específica é o mesmo que dizer que o cara é o “top das galáxias” nessa área; mas, para passar em um concurso da área de TI, não é preciso de todo esse conhecimento, e pode ser mais fácil do que você imagina.

A profissão de TI não é regulamentada, existem excelentes profissionais que trabalham, tanto na iniciativa privada quanto na pública, sem formação específica. Em alguns casos, nem mesmo a graduação é necessária, leva-se mais em conta a experiência prática e a capacidade de trabalhar de forma criativa e inovadora do que um canudo na mão.

Um exemplo interessante é um senhor chamado Bill Gates, quando criou o programa de computador que o fez ser dono de uma das maiores empresas de tecnologia: ele desistiu da Universidade de Harvard para trabalhar integralmente na Microsoft.

– Fabão, não viaja, quero saber no serviço público.

Não estou viajando e muito menos fazendo apologia contra a formação acadêmica, longe de mim, apenas quero frisar que não há reserva de mercado para atuar com TI.

Como na iniciática privada, alguns editais não são tão restritivos. Vamos pegar o exemplo do Superior Tribunal Federal (STF), que, no último certame de 2013, pediu os seguintes requisitos para os cargos de nível superior:

CARGOS 2 e 9: ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: APOIO ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE: ANÁLISE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO e SUPORTE EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

REQUISITO: diploma, devidamente registrado, de curso de nível superior de graduação na área de Tecnologia da Informação, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, ou de graduação em qualquer curso superior, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, acrescido de certificado de curso de pós-graduação em área de Tecnologia da Informação de, no mínimo, 360 horas, fornecido por instituição reconhecida pelo MEC.

Percebeu que alguém graduado em Gastronomia pode concorrer, contanto que tenha uma especialização na área de TI?

E, para os cargos de nível médio, não é diferente. Vejamos:

CARGO 13: TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA: APOIO ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE: TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

REQUISITO: certificado, devidamente registrado, de curso de nível médio (antigo segundo grau) ou de curso técnico equivalente, expedido por instituição de ensino reconhecida pelo MEC, acrescido de habilitação específica em cursos de Tecnologia da Informação que somados apresentem carga horária mínima de 120 horas/aula.

 

Então, com apenas o ensino médio, você poderá fazer o concurso para Técnico Judiciário da área de TI do STF e, quando for aprovado, terá tempo suficiente para concluir o curso de 120 horas que será exigido no momento da posse.

Alguns editais são mais específicos nos pré-requisitos e, geralmente, fazem referência aos seguintes cursos: Sistemas de Informação, Ciências da Computação, Análise de Sistemas e Processamento de Dados.

Inclusive, aproveito para lembrar que os cursos de tecnólogo oferecem diploma de graduação, podendo habilitá-lo para concorrer à maioria dos cargos ofertados.

2. Eu preciso ter trabalhado com TI para ter sucesso nas provas?

Definitivamente não, mas pode ser um diferencial. Sempre digo aos meus alunos que, ao analisar um edital, além do peso das disciplinas que serão cobradas, ele precisa adicionar o seu peso pessoal.

– Explica isso aí!

O peso pessoal é a experiência dele com aqueles assuntos que serão cobrados no concurso.

Ex.: Um concurseiro que advoga na área criminal terá um peso pessoal menor em Direito Penal e Processual Penal; assim, ele não precisará dedicar a maior parte do tempo estudando essas disciplinas e se concentrará nas que tem maior dificuldade de aprendizagem.

Então, se você tem ou já teve experiência com atividades de TI, pode ser que seu peso pessoal, para alguns tópicos, seja menor do que para outros, e, como consequência, o seu tempo de preparação será menor.

3. Quais órgãos oferecem vagas para TI?

A função da TI nas organizações é dar suporte às atividades da área negocial. Ela torna-se uma unidade provedora de soluções que ajuda todas as demais a automatizar os processos e garantir a continuidade do negócio. Assim, todo órgão público necessita de profissionais nesse segmento.

No Executivo federal, você encontrará vagas no BACEN, na CGU, na Receita Federal, nas Agências Reguladoras e em diversos ministérios. Podemos incluir, também, as empresas públicas federais e as sociedades de economia mista, como: PETROBRAS, BNDES, ELETROBRAS, SERPRO, DATAPREV, entre outras.

No âmbito do Judiciário, além dos Tribunais Federais (STF, TSE e TST) e regionais (TREs, TRFs e TRTs), existem vagas nos Tribunais de Justiça de cada unidade da federação: TJ-PR, TJ-RS, TJ-RJ, TJ-RR etc.

No Legislativo, a Câmara dos Deputados e o Senado também têm cargos específicos de TI em seus quadros. Da mesma forma acontece no Legislativo estadual e municipal.

Os estados e municípios mantêm empresas públicas ou agências específicas para lidar exclusivamente com Tecnologia da Informação. São exemplos: ATI-PE, ATI-TO, CELEPAR, PROCERGS, PRODEB, PRODEMGE, PRODERJ, PRODESP, entre várias outras.

Já percebeu a quantidade de cargos de TI esperando por você?

4. Como são divididas as áreas de atuação dentro da TI dos órgãos públicos?

Normalmente, os cargos são criados e direcionados para três áreas distintas, que são:

  • Desenvolvimento – Responsável pela análise e construção de novos programas ou por dar sustentação aos que foram adquiridos externamente.
  • Infraestrutura – Atuar com a administração dos computadores servidores, ativos de redes e comunicação de dados.
  • Suporte – Atender aos chamados das unidades, principalmente os relacionados aos programas, aplicativos e equipamentos periféricos utilizados pelos usuários.

Essa divisão não é uma regra, existem várias subáreas de atuação e especialização em um ambiente governamental de TI, da mesma forma que ocorre na iniciativa privada.

Não se assuste caso seja aprovado em um cargo na área de Desenvolvimento de Sistemas e seja alocado em um setor responsável pela Infraestrutura de TI. Isso é algo comum em alguns órgãos.

Em geral, eles tendem a respeitar as suas aptidões ou fornecer treinamentos que desenvolvam competências para suas novas atribuições.

5. A Administração Pública vai me tornar um profissional estagnado?

De forma nenhuma! Para te deixar tranquilo, vou dar dois exemplos de sistemas que foram desenvolvidos sob a gestão ativa e direta das equipes de TI do Judiciário. São eles:

  • O Sistema Eletrônico de Informações (SEI), que foi desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e é cedido gratuitamente à Administração Pública, sendo tratado como software de Estado, atuando na gestão de documentos e processos digitais. Ele foi escolhido como a solução de processo eletrônico padrão no serviço público, sendo utilizado por várias instituições nos três poderes. Mais informações: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/sobre-o-sei
  • O Processo Judicial Eletrônico (PJe), sistema de tramitação de processos judiciais que visa atender às necessidades dos diversos segmentos do Poder Judiciário brasileiro (Justiça Militar da União e dos Estados, Justiça do Trabalho e Justiça Comum, Federal e Estadual). Esse projeto foi o resultado dos esforços da Justiça Federal com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a finalidade de assegurar sua adaptação aos diversos órgãos judiciais. Mais informações: http://www.pje.jus.br/wiki/

E, no Executivo, posso citar a atuação das empresas públicas de TI, como a DATAPREV (com os sistemas previdenciários) e o SERPRO (que desenvolve os sistemas da Receita Federal).

6. Então, quais disciplinas eu devo estudar?

Via de regra, as bancas distribuem as disciplinas em dois grupos:

Conhecimentos básicos:

  • Português;
  • Matemática e Raciocínio-lógico;
  • Inglês técnico (ter uma boa base aqui é um diferencial competitivo, já que a maioria dos termos de TI estão nesse idioma);
  • Legislação (regimentos internos, leis e normativos específicos da área de atuação do órgão etc.).

São conteúdos que têm um peso menor no edital, mas nem por isso devem ser negligenciados.

Conhecimentos específicos:

  • Arquitetura e Engenharia de Software (MVC, REST, SOA, XP etc.);
  • Linguagens de programação (Java, C#, PHP etc.)
  • Desenvolvimento de Sistemas Web (HTML5, CSS, JavaScript, XML, JSON etc.);
  • Redes de Computadores (Topologias, Protocolos etc.);
  • Virtualização de Servidores (VMware, XEN etc.);
  • Banco de Dados (Oracle, PostgreSQL, MySQL etc.);
  • Segurança da Informação (Políticas de segurança, Norma ISSO 27002 etc.);
  • Projetos e Governança de TI (PMBOK, SCRUM, ITIL, COBIT etc.);
  • Modelagem de Processos de Negócio (UML, BPMN etc.).

Aqui são conteúdos mais técnicos e gerencias, comumente utilizados nos atuais ambientes de TI.

– Caramba, Fabão! É muita coisa para estudar.

Realmente, gera essa sensação, mas esses assuntos podem vir em menor ou maior quantidade. Depende do órgão, do cargo e do nível de escolaridade. Com as técnicas adequadas, é plenamente possível fixar os tópicos mais importantes e encarar a prova com mais competitividade.

7. Por onde eu começo?

Para o concurseiros iniciantes, sugiro refletir sobre os seguintes questionamentos:

  • Motivação (Por que eu quero ser servidor público?);
  • Objetivo (Qual cargo se adequa ao meu perfil profissional?);
  • Planejamento de estudos (Como devo me organizar e a quais matérias devo me dedicar?);
  • Material base (Qual o material mais adequado para estudar?);
  • Exercícios (Qual banco de questões de provas anteriores eu posso utilizar?);
  • Revisão (Como preparar material de revisão eficiente?).

 Por fim, tenho duas notícias para te dar. Uma ruim e uma boa.

E vou começar logo pela ruim. Essas questões, mais cedo ou mais tarde, precisarão ser respondidas para que você possa iniciar sua jornada com assertividade.

A boa notícia é que o Gran Cursos Online tem uma plataforma completa, com conteúdos exclusivos que vão te auxiliar nessa preparação, tanto com os materiais de estudo produzidos por professores renomados quanto com a orientação e a expertise dos coaches que te acompanharão nesta caminhada em busca de sua aprovação.

Fábio Barros

Coach certificado pelo Instituto Geronimo Theml (IGT). Aprovado em 1º lugar no cargo de Técnico Judiciário Programador de Sistemas do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE/RR), onde atualmente ocupa a Coordenadoria de Tecnologia de Eleições. Aprovado, em 3º lugar, no cargo de Técnico Operador de Redes do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO/RR) e nos concursos de TI do DNPM e do DECEA. Agente público desde os 19 anos. Atua, também, como Analista Comportamental certificado pelo IGT e mentor na área de Concursos Públicos.

 

 

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