No artigo de hoje, eu vou contar um pouco sobre como foi a minha trajetória no mundo dos concursos públicos. O ano era 2002 e havia acabado de me formar em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ. Desde cedo, meu pai sempre incutiu na minha cabeça sobre a importância de se ter um diploma de nível superior, seja para trabalhar no campo privado ou para estudar para concurso público.
Aos dezoito anos, prestei vestibular para o curso de Administração, pois não estava certo sobre em qual ramo de atividades eu gostaria de trabalhar no setor privado (serviço público não passava pela minha cabeça). O que eu sabia era que Administração de Empresas me daria a possibilidade de me engajar em marketing, vendas ou recursos humanos, além de inúmeras outras vertentes laborais em grandes empresas.
A minha meta era arrumar uma oportunidade o mais cedo possível para poder levar alguma experiência sobre os demais candidatos em futuras entrevistas para estágio nas grandes empresas do mercado.
Objetivo definido, parti para a prática! Consegui um estágio como professor de informática para crianças de 1ª a 4ª série do ensino fundamental ainda no meu primeiro semestre da faculdade. Estagiava de tarde e de noite partia para a aula. Foi um ano de muito aprendizado. Lidar com crianças, tão curiosas e sedentas por conhecimento, foi uma experiência sensacional.
Depois desse período, parece que as oportunidades foram aparecendo e participei de diversos processos seletivos. Em pouco tempo, consegui estagiar no Banco do Brasil (área administrativa), Xerox do Brasil (Marketing and Business) e AMBEV (já como funcionário contratado como Analista de Vendas).
Pois então, tempos depois eu estava com o tão almejado diploma na mão – Bacharel em Administração de Empresas em uma das faculdades mais renomadas do país e com bastante experiência prática. Mas vocês sabem o que é o mais engraçado disso tudo? É que apesar de estar trabalhando em gigantes multinacionais, ganhando bem e com muitos horizontes promissores pela frente, não me considerava estar no caminho da minha realização pessoal e profissional.
Acredito que o ano de 2002 foi um divisor de águas na minha vida. Aquela rotina de trabalho (doze a catorze horas por dia) estava literalmente me matando aos poucos. Não havia mais prazer naquilo. Lembro que orava todas as noites para que tivesse uma luz que me guiasse na tomada de uma decisão. Na realidade eu não sabia ao certo o que fazer da vida.
Foi aí que comecei a introjetar pensamentos sobre quais eram as sensações e atitudes que me davam mais prazer na vida. As palavras “adrenalina”, “desafio” e “superação pessoal” foram as que mais me vieram à mente.
Bonito, não? O problema são as contas para pagar. Foi então que pedi demissão, peguei tudo que havia economizado e me mandei para a casa de um primo em San Diego – Califórnia. Nessa época, a quantidade de recursos que eu tinha disponível só conseguiria suprir dois meses de despesas, mas estava disposto a arriscar. Chegando em solo norte-americano, procurei uma escola de inglês para imigrantes, gratuita, e para minha sorte conheci um brasileiro que havia acabado de se lesionar numa obra onde estava trabalhando. Ele me ofereceu para trabalhar temporariamente em seu lugar como ajudante de pedreiro, e aceitei de pronto!
O pagamento não era dos melhores: meia baguete de pão com queijo, alface e maionese, mais 25 dólares por dia, porém resolvi encarar o desafio, pois precisava do dinheiro. A grana era suficiente para pagar o aluguel e o trabalho era totalmente físico, ia das 7h às 18h, de segunda a sábado. O único dia que tinha livre era o domingo, mas estava tão cansado que não conseguia sair de casa.
Passaram-se dois meses e resolvi voltar ao Brasil determinado a estudar para concursos na área de segurança pública. “Por que não, ser policial? Essa carreira engloba tudo aquilo que sempre quis para ter satisfação pessoal/profissional!” E assim foi, passaram-se dois anos de muita dedicação aliados a um cargo de servidor temporário numa agência reguladora do governo federal para que conseguisse minha primeira aprovação no cargo de investigador de polícia da PCERJ. E depois vieram mais quatro aprovações e muita história para contar.
Hoje tenho dezoito anos de serviço público e, se pudesse dar um recado para aquele rapaz de dezoito anos que não sabia ao certo se seria servidor ou trabalharia na iniciativa privada, seria o seguinte: comece e conclua a sua graduação, analise as opções, muitas, se possível, e a partir daí faça suas escolhas e seja feliz naquilo que se propôs a se dedicar.
Clique nos links abaixo:
Receba gratuitamente no seu celular as principais notícias do mundo dos concursos!
Clique no link abaixo e inscreva-se gratuitamente:
Participe da conversa