A Força que nos move

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18 de fevereiro2 min. de leitura

Muitas pessoas me perguntam sobre de onde tiro a vontade para acordar às 3 ou 4 horas da manhã para ir aos meus treinos de triathlon. Eu simplesmente respondo: “A gente tem que fazer o que deve ser feito, independentemente de gostar ou não”. Tenho uma competição de Ironman em maio e, se não agir dessa forma, jamais completarei meu objetivo. Ah, para quem desconhece, a prova consistirá em nadar 3.8 km, pedalar 180km e correr 42 km. Sim, no mesmo dia!

Os obstáculos que encontraremos no meio do percurso para os nossos objetivos serão, na maioria das vezes, compostos por inúmeras variáveis as quais simplesmente detestamos. Mas como podemos fazer para esses entraves não nos atrapalharem de modo a nos fazer desistir?

Em primeiro lugar, devemos saber exatamente onde desejamos chegar. Anote seu objetivo numa folha de papel, salve-o na tela do seu computador ou no seu celular. Esse objetivo deve ser algo real, alcançável, mesmo você enfrente muitas dificuldades. Essa meta que vislumbramos conquistar no nosso futuro, necessariamente, deverá fazer os olhos brilharem, o coração palpitar, e ela deverá habitar as nossas mais perfeitas noites de sonhos.

Trazendo isso para o dia a dia, suponhamos que você sempre almejou passar em um concurso no qual o cargo não tenha uma rotina propriamente dita – você deseja trabalhar com investigações, prender criminosos e proteger a sociedade onde vive. Agora pense que, para passar no seu tão sonhado concurso e chegar lá, deverá abdicar, em vários momentos, de situações que te trazem felicidade, como estar com a família ou amigos, ir a festas, fazer passeios etc.

A principal diferença entre as pessoas que vencem e as que perdem está na forma como elas encaram o fracasso, e o mais importante: como aproveitam as lições surgidas do momento de derrora. No livro O Domínio de Si Mesmo, o autor Émile Coué afirma que perseverar é manter a firmeza ou constância num sentimento, numa resolução, num trabalho, apesar das dificuldades ou dos incômodos, pois ela é a virtude que contribui para o êxito da vida humana.

Outro autor, Jean de Courberive, cita alguns obstáculos a serem devidamente transpostos quando o assunto é perseverar. Podemos destacar três deles: a rotina, o desânimo e o medo da mudança. A rotina nos leva à acomodação, à automação de nossas atividades e à repulsa aos desafios, sendo que é com estes que crescemos e evoluímos como seres humanos. O desânimo é o grande sugador de energias, é a preguiça, é o responsável por destruir uma das maiores qualidades que possuímos – a vontade. O medo da mudança é causado pelo desconhecimento de um suposto trabalho que a adaptação gerará – é a insegurança em lidar com o futuro.

Não temos controle sobre todas as variáveis de nossas vidas, muito menos sobre as previsões de certames, o que será cobrado nas provas, entre outros pontos. Pois é, não está apenas nas nossas mãos o tão falado destino, e aqui vem o primeiro aprendizado: se não podemos controlar tudo, devemos aprender que o melhor a se fazer é assimilar rápido as mudanças, reagir, e buscar alternativas para nos adaptarmos às novas condições. Negar a mudança dos fatos apenas atrasa nossa capacidade de lutar e de resolver.

Dito isso, falemos um pouco sobre adaptação. Ela é “A palavra” para um ano como 2021, isso porque comprovamos em 2020 que o limite humano para se adaptar é muito superior ao que imaginávamos. Como o medo e o respeito pela vida ampliam muito nossos limites de tolerância a mudanças radicais e a nossa capacidade de adaptação a condições antes sequer imaginadas, aprendemos que somos muito maiores do que supúnhamos.

Superamos todas as barreiras que nos impediam de seguir o ciclo normal de nossas vidas. Aprendemos que precisamos estar, acima de tudo, mentalmente preparados e determinados a vencer qualquer novo desafio que se apresente no caminho. Essa é a longa estrada, sinuosa e incerta, pela qual viajaremos em 2021. E para você? Qual força te move e te faz seguir em frente?

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