Imunobiológicos: vamos lembrar as contraindicações e situações especiais em vacinação?

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17 de fevereiro4 min. de leitura

artigo-vacina-8O tema imunização e imunobiológicos gera dúvidas e ainda “assusta” muitos profissionais da área da saúde, principalmente os que não possuem vivência no setor. Já os “concurseiros”, muitas vezes, ficam perdidos diante das inúmeras alterações nos esquemas de vacinação, que são realizadas pelo Programa Nacional de Imunização – PNI, por conta das mudanças nos cenários epidemiológicos.

Para começarmos a discutir o tema, vamos, neste artigo, fixar as reais contraindicações para vacina e aquelas famosas falsas contraindicações.

A normatização técnica quanto ao uso dos imunobiológicos no âmbito do SUS é responsabilidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI), inserindo-se, neste contexto, a decisão quanto à introdução do imunobiológico como integrante dos calendários oficiais de vacinação, bem como a ampliação de oferta e a definição dos imunobiológicos para situações especiais e para grupos populacionais específicos (BRASIL, 2014).

Quais são as vacinas que integram a ROTINA?

  1. Vacina BCG;

  2. Vacina hepatite B (recombinante) – hepatite B;

  3. Vacina adsorvida hepatite A (inativada) – hepatite A;

  4. Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) – VOP;

  5. Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – VIP;

  6. Vacina adsorvida difteria, tétano, pertússis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada) – Penta;

  7. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertússis – DTP;

  8. Vacina adsorvida difteria e tétano adulto – dT;

  9. Vacina rotavírus humano G1P1[8] (atenuada) – VORH;

  10. Vacina febre amarela (atenuada) – FA;

  11. Vacina sarampo, caxumba e rubéola – tríplice viral;

  12. Vacina sarampo, caxumba, rubéola e varicela (atenuada) – tetra viral;

  13. Vacina meningocócica C (conjugada) – Meningo C;

  14. Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) – Pneumo 10;

  15. Vacina varicela (atenuada);

  16. Vacina influenza (inativada);

  17. Vacina raiva humana;

  18. Vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – HPV.

1. Contraindicações, situações especiais, adiamento, vacinação simultânea e falsas contraindicações

Alguns fatores, situações e condições podem ser considerados como possíveis contraindicações gerais à administração de todo imunobiológico e devem ser objeto de avaliação, podendo apontar a necessidade do adiamento ou da suspensão da vacinação. Especial atenção deve ser dada às falsas contraindicações, que interferem de forma importante para o alcance das metas e dos percentuais de cobertura dos grupos-alvo.

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1.1. Contraindicações comuns a todo imunobiológico

A contraindicação é entendida como uma condição do usuário a ser vacinado que aumenta, em muito, o risco de um evento adverso grave ou faz com que o risco de complicações da vacina seja maior do que o risco da doença contra a qual se deseja proteger.

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A ocorrência de febre acima de 38,5º C, após a administração de uma vacina, não constitui contraindicação à dose subsequente.

Quando ocorrer febre, administre antitérmico de acordo com a prescrição médica.

Não indique o uso de paracetamol antes ou imediatamente após a vacinação, para não interferir na imunogenicidade da vacina.

1.2. Situações especiais

São situações que devem ser avaliadas em suas particularidades para a indicação ou não da vacinação:

  • Usuários que fazem uso de terapia com corticosteroides devem ser vacinados com intervalo de, pelo menos, três meses após a suspensão da droga.

  • Usuários infectados pelo HIV precisam de proteção especial contra as doenças imunopreveníveis, mas é necessário avaliar cada caso, considerando-se que há grande heterogeneidade de situações, desde o soropositivo (portador assintomático) até o imunodeprimido, com a doença instalada.

  • Crianças filhas de mãe com HIV positivo, menores de 18 meses de idade, mas que não apresentam alterações imunológicas e não registram sinais ou sintomas clínicos indicativos de imunodeficiência, podem receber todas as vacinas dos calendários de vacinação e as disponíveis no CRIE o mais precocemente possível.

  • Usuários com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave não devem receber vacinas de agentes vivos atenuados.

  • O usuário que fez transplante de medula óssea (pós-transplantado) deve ser encaminhado ao CRIE de seis a doze meses após o transplante, para revacinação conforme indicação.

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1.4. Vacinação simultânea

A vacinação simultânea consiste na administração de duas ou mais vacinas no mesmo momento em diferentes regiões anatômicas e vias de administração.

De um modo geral, as vacinas dos calendários de vacinação podem ser administradas simultaneamente sem que ocorra interferência na resposta imunológica, exceto as vacinas febre amarela, tríplice viral, contra varicela e tetra viral, que devem ser administradas com intervalo de 30 dias.

As vacinas febre amarela, tríplice viral, contra varicela e tetra viral devem ser administradas com intervalo de 30 dias.

1.5. Falsas contraindicações

São exemplos de situações que caracterizam a ocorrência de falsas contraindicações:

  • Doença aguda benigna sem febre – quando a criança não apresenta histórico de doença grave ou infecção simples das vias respiratórias superiores.

  • Prematuridade ou baixo peso ao nascer – as vacinas devem ser administradas na idade cronológica recomendada, com exceção para a vacina BCG, que deve ser administrada nas crianças com peso ≥ 2 kg.

  • Ocorrência de evento adverso em dose anterior de uma vacina, a exemplo da reação local (dor, vermelhidão ou inflamação no lugar da injeção).

  • Diagnósticos clínicos prévios de doença, tais como tuberculose, coqueluche, tétano, difteria, poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola.

  • Doença neurológica estável ou pregressa com sequela presente.

  • Antecedente familiar de convulsão ou morte súbita.

  • Alergias – exceto as alergias graves a algum componente de determinada vacina (anafilaxia comprovada).

  • História de alergia não específica, individual ou familiar.

  • História familiar de evento adverso à vacinação (por exemplo, convulsão).

  • Uso de antibiótico, profilático ou terapêutico e antiviral.

  • Tratamento com corticosteroides em dias alternados em dose não imunossupressora.

  • Uso de corticosteroides inalatórios ou tópicos ou com dose de manutenção fisiológica.

  • Quando o usuário é contato domiciliar de gestante, uma vez que os vacinados não transmitem os vírus vacinais do sarampo, da caxumba ou da rubéola.

  • Convalescença de doenças agudas.

  • Usuários em profilaxia pós-exposição e na reexposição com a vacina raiva (inativada).

  • Internação hospitalar.

  • Mulheres no período de amamentação (considere as situações de adiamento para a vacina febre amarela).

Aguardem os próximos artigos sobre Imunização.

Abraços,

Prof.ª Natale Souza

Professora Natale Souza


Mestre em Saúde Coletiva pela UEFS. Servidora pública da Prefeitura Municipal de Salvador. Coach, Mentory, Consultora e Professora na área de Concursos Públicos e Residências. Graduada pela UEFS em 1998, pós-graduada em Gestão em Saúde, Saúde Pública, Urgência e Emergência, Auditoria de Sistemas, Enfermagem do Trabalho e Direito Sanitário. Autora de 02 livros – e mais 03 em processo de revisão: – Legislação do SUS – vídeo livro ( Editora Concursos Psi); Legislação do SUS – Comentada e esquematizada ( Editora Sanar). Aprovada em 16 concurso e seleções públicas (nacionais e internacionais) dentre elas: – Programa de Interiorização dos Profissionais de Saúde – MS – lotada em MG; – Consultora do Programa Nacional de Controle da Dengue (OPAS), lotada em Brasília; – Consultora Internacional do Programa Melhoria da Qualidade em Saúde pelo Banco Mundial, lotada em Brasília; – Governo do estado da Bahia – SESAB – urgência e emergência; – Prefeitura Municipal de Aracaju; – Prefeitura Municipal de Salvador; – Professora da Universidade Federal de Sergipe UFS; – Governo do Estado de Sergipe (SAMU); – Educadora em Saúde mental /FIOCRUZ- lotada Rio de Janeiro.


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