“A maior arma contra o estresse é nossa habilidade de escolher um pensamento ao invés de outro.” – William James (1842-1910), filósofo e psicólogo norte-americano
Para início de conversa, é preciso esclarecer que, segundo os psicólogos, estresse não é, propriamente, uma emoção, mas, sim, um estado que experimentamos toda vez que uma adaptação nos é imposta. É errado, portanto, dizer, a fim de denotar essa condição, que se está estressado, bravo ou frustrado. Há que explicar ainda, desde logo, que o estresse pode ser positivo – quando um desafio é tido como estimulante – ou negativo – quando se entende que há uma ameaça, um perigo à espreita, com o consequente aumento de cortisol na corrente sanguínea. Abordaremos os dois tipos, dando ênfase, é claro, ao que é útil ao concurseiro.
O estresse é considerado um dos males do século 21. De fato, se não for bem administrado, pode causar danos terríveis. Em recente estudo da Universidade de Harvard, 89% dos participantes relataram sintomas como dores musculares e de cabeça, 72% cansaço e 39% distúrbios do sono, tudo associado ao estresse. Além dos efeitos físicos, há os de ordem emocional: 86% dos entrevistados mencionaram ansiedade, 81% reportaram angústia e 68% falaram de irritação. Não é só: recentemente, conversei com um médico renomado sobre o assunto e ouvi dele que qualquer anomalia em nosso corpo pode ser devida ao estresse.
“Ora, se não é possível afastar o desassossego de vez, o mínimo que devemos fazer é desenvolver formas de lidar melhor com ele, tornando-o, quem sabe, um aliado”
O que fazer, então, para enfrentá-lo, já que todos nós estamos sujeitos a vivenciá-lo uma vez ou outra? Tudo leva a crer que um estilo de vida saudável aliado a relações sociais equilibradas ajudam. Ora, se não é possível afastar o desassossego de vez, o mínimo que devemos fazer é desenvolver formas de lidar melhor com ele, tornando-o, quem sabe, um aliado. E eis que surge uma ótima notícia divulgada pela psicóloga norte-americana Kelly McGonigal, mundialmente conhecida por suas palestras no TED Talks.
Trata-se de um estudo que começou com a aplicação de um questionário com as seguintes perguntas: “Quanto estresse você teve no ano passado?” e “Você acredita que o estresse é prejudicial à sua saúde?”. De posse das respostas e dos registros públicos de óbitos, os pesquisadores chegaram a algumas conclusões bastante interessantes. A primeira delas é que, no grupo que reportou muitos momentos de estresse no ano anterior, embora tenha havido um aumento de 43% no risco de morte, esse acréscimo foi verificado apenas entre as pessoas que levavam a vida acreditando que o estresse é prejudicial. Durante os 8 anos de monitoramento, 182 mil americanos morreram prematuramente, mas não em decorrência do estresse propriamente dito, e sim da crença de que este é nocivo.
Com base nos dados coletados, também foi possível concluir que, quando mudamos nossa percepção sobre o estado de estresse, conseguimos alterar a resposta do corpo a ele. Em termos práticos, há dois modos de interpretar, por exemplo, o aumento do ritmo cardíaco diante de uma situação incômoda: como sintoma de que o corpo está entrando em desequilíbrio ou como indício de que ele se prepara para enfrentar um desafio. Ou seja, podemos entender os sintomas do estresse como sinal de que não estamos bem ou como indicativo de que somos dotados de mecanismos voltados à sobrevivência.
“se interpretarmos o estresse como algo positivo, nosso corpo tende a responder de maneira mais saudável a situações que muitos simplesmente abominariam.”
Significa dizer que, se interpretarmos o estresse como algo positivo, nosso corpo tende a responder de maneira mais saudável a situações que muitos simplesmente abominariam. É algo muito louco e até contraintuitivo, mas, de acordo com nossa maneira de enxergar o estresse, os efeitos de um mesmo fenômeno – sobre nós e nosso futuro – serão completamente diversos. Dito de outra forma, você pode escolher entrar em pânico e acabar se prejudicando toda vez que vivenciar algo estressante ou pode preferir usar a situação a seu favor e ir muito além do que imaginava possível.
Há outro aspecto digno de nota em relação ao estresse. Tem a ver com um hormônio chamado oxitocina, cuja liberação no organismo ocorre sobretudo em momentos desafiadores. Se você não sabe, essa substância também é produzida, por exemplo, quando abraçamos alguém. Ou seja, além de atuar na reação do ser humano ao estresse, a oxitocina regula nossos instintos sociais e capacidade de empatia. Já reparou como, quanto pior o momento, mais precisamos estar cercados de quem amamos? É a oxitocina agindo. Curioso notar como a mesma substância parece ser responsável por processos aparentemente antagônicos, não?
E ela não age apenas no cérebro, produzindo essas sensações todas. Atua também na proteção do sistema cardiovascular, para citar um exemplo. Anti-inflamatório natural, é capaz de relaxar os vasos sanguíneos durante um pico de estresse, fortalecendo o músculo cardíaco. Em outras palavras, faz bem para a saúde!
Pode soar estranho, mas essa resposta ao estresse esconde um mecanismo ligado à resiliência, capacidade de se adaptar às mudanças e superar adversidades. De um lado, graças aos estresse – e a depender da forma como lidamos com ele –, tendemos a procurar o apoio dos amigos, da família e de quem mais puder nos ajudar sempre que precisamos. Imagine o que esse mecanismo pode fazer por você que está estudando há meses para concurso público e se sentindo à beira de um precipício! Nada desprezível, concorda?
“Sei que a trajetória do concurseiro muitas vezes é solitária, mas sempre haverá ao menos uma pessoa com quem você poderá contar.”
Sei que a trajetória do concurseiro muitas vezes é solitária, mas sempre haverá ao menos uma pessoa com quem você poderá contar. No Gran Cursos Online, você conta com várias. 😉
Entendeu o recado? Com o coração compassivo e fortalecido, nós nos conectamos melhor com os outros, percebendo que não estamos sós no enfrentamento diário dos problemas. Acredite nisso. Creia em si mesmo e administre os estados de estresse que inevitavelmente virão. Internalize desde já que a forma como você pensa e age nesses momentos pode transformar sua experiência. Pode ser que o estresse, que tantas pessoas associam a problemas e derrota, ganhe aos seus olhos contornos muito diferentes, funcionando mesmo como fator de estímulo. Quando enxergamos o estresse por outra óptica, como um algo benéfico, criamos, nas palavras da pesquisadora Kelly McGonigal, a “biologia da coragem”, que nos leva bem mais longe do que chegaríamos se a vida fosse sempre tranquila.
Sigamos, então, juntos e tendo o estresse como aliado. Combinado?
Se concorda com esta mensagem, registre nos comentários: “O estresse será meu aliado!”.
“Quando duas pessoas se encontram há, na verdade, seis pessoas presentes: cada pessoa como se vê a si mesma, cada pessoa como a outra a vê e cada pessoa como realmente é.” – William James
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.