Concurso PM SP: conheça o dia a dia de um policial militar!

Dia a dia na PM SP é tiro, porrada e bomba. Saiba como é trabalhar na corporação!

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Um novo concurso público da Polícia Militar do Estado de São Paulo (concurso PM SP) será publicado para ingresso no cargo de Soldado de 2ª Classe do Quadro de Praças. Tem interesse? Saiba aqui os detalhes da rotina da corporação.

Dia a dia na PM SP é tiro, porrada e bomba

O profissional irá fazer a diferença dando suporte na segurança pública para os cidadãos. Tem que vestir a farda, calçar o coturno, prestar solenidade à bandeira estadual e nacional, além do mais, honrar a corporação, internamente e externamente. O policial militar poderá ser acionado a qualquer momento para atender situações críticas e urgentes. Sejam elas brigas de marido e mulher ou o combate ao tráfico de drogas. Resumindo, o policial militar deve estar sempre pronto para resolver os conflitos e problemas que aparecerem.

Pensando em te mostrar todos os lados da história de como é trabalhar na Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), o Gran Cursos Online trouxe uma entrevista exclusiva com Guilherme, sargento na PM SP. Veja abaixo:

GCO – O que te fez querer a carreira e quando ingressou?

Guilherme – Ingressei em outubro de 2010, aos 19 anos. Entrei movido pelo idealismo inerente à idade, incentivado pelo meu pai, que era sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo (CBMESP). Em 2019, eu completo 9 anos de carreira dentro da corporação.

GCO – Como funciona a PM SP? Quais os programas de atuação?

Guilherme – Bom, a Polícia Militar tem diversos programas de policiamento, atuando no patrulhamento preventivo e ostensivo, atendendo a milhares de ocorrências diariamente com as equipes de radiopatrulha, além de atuar em eventos desportivos com tropas especializadas, em situações de crise e demais ocorrências que demandem atendimento por uma tropa de choque com treinamento diferenciado. Vale ressaltar que além de tudo isso, a PM de São Paulo tem diversos projetos sociais que atendem à comunidade de várias formas.

GCO – Bacana! Atualmente qual equipe você integra?

Guilherme – Sou comandante da equipe de Força Tática. Estou fazendo o curso de bacharel em Educação Física pela Escola de Educação Física da Polícia Militar de São Paulo, que é a pioneira do Brasil. Ao término do curso, retorno à atividade operacional.

GCO – E as operações como são? Conta um pouco sobre, por favor.

Guilherme – Minha unidade é na zona sul da capital, numa área bastante heterogênea. Há área nobre, mas há também a periferia que é repleta de favelas, o que faz da região, bastante perigosa. Na Força Tática, nós reservamos pelo menos 1 hora de instrução e treinamento por dia, antes de iniciarmos o patrulhamento e as operações.  Programamos nossas operações com base nos índices criminais da área e focamos as incursões nas favelas onde, nas imediações, há maior índice de roubos e furtos.

GCO – E em missões específicas, já atuou?

Guilherme – Sim, já atuei em cumprimento de mandados de busca e apreensão e mandados de prisão em conjunto com o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo), em rebeliões em presídio e em ocorrências de vulto (que tem grande ), inclusive na operação que foi desencadeada devido à prisão do ex presidente Lula, controlando manifestantes no aeroporto de Congonhas, sendo a atuação televisionada ao vivo pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Além de outras ocorrências de acompanhamento e cerco a veículo roubado em fuga, que foi televisionado ao vivo pelas emissoras Bandeirantes e Record, por helicópteros, ao vivo e incursão em favela, também televisionada.

GCO – Teve alguma situação que mexeu com você?

Guilherme – Por incrível que pareça, embora tenha participado de várias ocorrências que me colocaram em risco, inclusive um roubo à empresa de valores “Prosegur” na cidade de Ribeirão Preto – SP, onde eu trabalhava em 2016, em que a troca de tiros com cerca de 50 bandidos armados com granadas, fuzis de calibres 7.62 e .556, metralhadoras e até armamento de calibre 50, as ocorrências que mais mexeram comigo foram as que eu tive a bênção de ter salvo dois bebês que estavam desfalecidos devido a obstrução de vias aéreas por leite e chá, respectivamente. Um dos bebês tinha 4 meses e o outro, apenas 6 meses.

Na primeira ocorrência, eu estava abordando algumas pessoas num bairro periférico, quando várias pessoas vieram correndo em minha direção e a mãe estava com o bebê nos braços, desfalecido e cianótico (boca e olhos roxos), e simplesmente jogou o bebê nos meus braços e implorou para que eu salvasse o filho dela. Eu percebi que ele estava com as vias aéreas obstruídas e iniciei a manobra de desobstrução, fazendo com que ela (a criança) expelisse o leite e voltasse a respirar. Foi a ocorrência que mais mexeu comigo. A segunda, foi parecida, mas era um pai trazendo a filha nas mesmas condições. Realizei as manobras necessárias no momento e graças a Deus, obtive êxito. Foi bem emocionante!

GCO  – E confronto, vc já passou por algum? Como foi? Pode relatar?

Guilherme – Sim, algumas ocorrências de confronto. Houve essa que eu mencionei, do roubo à empresa de valores, que foi a que durou mais tempo e o poder bélico dos bandidos era absurdamente grande, além de eles disporem de mais de 20 veículos clonados que eram blindados. Nós da Força Tática fomos acionados às 04h da manhã, no nosso horário de folga e ao chegarmos ao local, fomos recebidos a tiros. Os policiais das equipes de radiopatrulha foram os primeiros a serem atacados pela quadrilha e devido ao grande armamento de fogo dos bandidos, fomos acionados.

Tivemos que progredir em conduta de patrulha, a pé, por vários quarteirões sob rajadas de fuzis e metralhadoras, para chegarmos próximos ao local onde estava concentrada a maior parte da quadrilha. As ruas estavam escuras, pois eles explodiram os transformadores dos postes, o que aumentava o risco, pois não tínhamos como saber onde estavam e quantos eram. Como os tiros partiam de vários pontos distintos, tínhamos que progredir com cautela. Após quase uma hora de trocas de tiros, a ocorrência encerrou e a ordem foi restabelecida. Algum tempo depois, alguns indivíduos da enorme quadrilha foram presos. Apreendemos vários materiais e veículos utilizados por eles.

GCO – O que você diria para quem está se preparando para ingressar na PM SP?

Guilherme – Me sinto honrado por fazer parte da gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo, pois aprendi, durante quase uma década de carreira, que ser policial militar, é trazer pra si a grata satisfação de conhecer e entender a sociedade em todos os seus âmbitos e auxiliar a todos indistintamente, protegendo, salvando, amparando e orientando. Ser policial militar é abdicar de feriados, de momentos junto à própria família, em prol de um ideal, de garantir a paz de uma maioria que muitas vezes não percebe a presença, tampouco a importância do trabalho policial. Ser policial militar é trazer pra si a responsabilidade de ir onde ninguém mais vai, de combater o mal e suas diversas facetas, servindo de escudo para todos, por idealismo e ânsia de justiça e paz.

 

Concurso PM SP: dicas importantes para passar

O professor de informática e policial militar Jeferson Bogo dá dicas pontuais para quem vai participar do certame:

  • Carreira: antes de pensar em se inscrever no concurso público, conheça mais sobre a profissão que irá exercer. Olhe as redes sociais, confira entrevistas dos aprovados e saiba sobre o dia a dia dos policiais da corporação.
  • Vagas: são dois concursos públicos que juntos ofertam milhares de chances, no total são 5.400 vagas. Não perca a chance!
  • Banca: conhecer o perfil da organizadora é muito importante, a Fundação Vunesp tem um estilo ao cobrar o entendimento das questões e os assuntos queridinhos. Use isso ao seu favor!
  • Teoria e prática: além do estudo das disciplinas cobradas, é importante que o candidato avalie se teve aproveitamento ao fazer as questões, como por exemplo: saber o motivo dos acertos e  dos erros.
  • Condição Física: não subestime o Teste de Aptidão Física – TAF, inicie a prática de exercícios com antecedência. Realize os treinos com orientação profissional.

 

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