Sempre que converso com alguém, participo de algum evento ou assisto a um filme, faço questão de manter a mente aberta para tudo de novo que houver para aprender. Isso já me rendeu muitas lições e inspirou inúmeros dos meus artigos. Penso que todos nós deveríamos viver a vida assim: desarmados. Toda oportunidade é, afinal, uma… oportunidade. O último desses momentos de epifania, que, aliás, me motivou a escrever este texto, ocorreu quando fui assistir ao remake do clássico filme O Rei Leão.
A história dispensa apresentações e é riquíssima em ensinamentos. O filme, em si, foi produzido com muito esmero e contém belíssimas imagens e fotografia digna de prêmios. Os animais retratados são seres complexos e seriam excelente fonte para testes e teses da área da Psicologia.
Enfim, vale a pena ver de novo essa história, prestando atenção aos detalhes. Fico feliz em dizer que consegui extrair dela valiosas lições para compartilhar com meus seguidores, colaboradores e leitores. Há para todos os gostos, e tenho certeza de que serão úteis. Hoje discorrerei sobre as mais importantes:
“Cada um de nós tem seu lugar e seu papel em nosso meio. Reflita sobre isso um pouco e, então, cumpra o seu dever, dando o melhor de si em prol da humanidade. Seja um ser de luz ciente de que faz parte de um ciclo sem fim.”
1) Logo de cara, o longa nos ensina que a vida é um grande ciclo. Mufasa explica isso direitinho ao filho, Simba, enfatizando que tudo está interligado e integra um delicado estado de equilíbrio. Nas savanas, todos os animais devem ser respeitados, todos os liderados devem ser ouvidos, e nem o rei é superior a ninguém. As ações de um interferem na vida de todos os outros. O ciclo da vida é um caminho cheio de curvas, e cada uma destas é consequência do tempo e das ações dos seres vivos. É assim no meio selvagem; é assim cá fora também. Cada um de nós tem seu lugar e seu papel em nosso meio. Reflita sobre isso um pouco e, então, cumpra o seu dever, dando o melhor de si em prol da humanidade. Seja um ser de luz ciente de que faz parte de um ciclo sem fim. Lembre-se do que diz Mufasa: “Enquanto os outros pensam no que podem ganhar, um verdadeiro rei pensa no que ele pode dar.” O pensamento de servir ao próximo é a base para nossa existência na terra e precisa nortear você antes e depois do ingresso no serviço público.
2) O medo não é sinônimo de fraqueza; ao contrário, é manifestação de enorme coragem. Ao sentirmos medo, aprendemos que sempre há algo a perder e motivos para lutar pela “sobrevivência”. A grande virtude dos fortes, imparáveis, inabaláveis é, pois, avançar sobre o perigo apesar de seus temores. Valente é aquele que usa da valentia quando estritamente necessário, quando sob provocação. Tudo bem planejado e calculado.
3) Há uma cena do filme, em particular, da qual gosto bastante: a do pai ensinando ao filho que, quando se sentir sozinho e sem direção, deve olhar para as estrelas, para o firmamento, onde estão eternizados os grandes reis do passado, e ouvir o que eles têm a dizer. É real: as pessoas que amamos nunca nos deixam de verdade; transformam-se em estrelas a iluminar nosso caminho. Obviamente, não é fácil lidar com a ausência física de um líder ou de alguém muito amado, mas há que encontrar paz na certeza de que eles estarão sempre guiando nossa jornada. Precisamos desenvolver o saudável hábito de olhar para o céu e ter a humildade de pedir ajuda, buscando sabedoria, sobretudo do Rei dos Reis.
“Enfrentar as dificuldades no exato momento em que surgem, embora difícil e doloroso, é determinante para vivermos em paz. O diferencial é não vivenciá-las nem, muito menos, perenizá-las.”
4) O caminho da fuga é sempre o mais fácil, porém o menos indicado. Enfrentar as dificuldades no exato momento em que surgem, embora difícil e doloroso, é determinante para vivermos em paz. O diferencial é não vivenciá-las nem, muito menos, perenizá-las. Quem foge dos problemas não vai a lugar nenhum. Alguém já me disse que, se uma dificuldade qualquer tem solução, é porque não era exatamente um problema. Só quando a situação não tem solução alguma mesmo é que estamos em maus lençóis. Até lá, é ter coragem e encarar o que estiver pela frente. Quem tem alma de rei não pode ter medo de crescer e defender o seu reinado e sua gente.
5) Um verdadeiro líder – dos outros ou de si próprio – não vive de passado, não perde tempo se lamentando pelas decisões pretéritas. A questão é saber lidar com as consequências delas. Fez algo no passado que queria ter feito diferente? Mas quem garante que agir diferente teria resultado em algo melhor? Talvez o efeito fosse idêntico, já pensou nisso? Temos é de aprender com o que passou, sem virar as costas aos nossos problemas e às nossas falhas. A escolha é simples: fugir, opção dos covardes; ou aprender com tudo que aconteceu, de bom e de ruim.
6) Amigos verdadeiros são para sempre. Que o digam Nala e Simba, e Timão e Pumba. Não importa a distância nem o tempo; se a amizade for verdadeira, persistirá. Nunca se perde um grande amigo. Se você acredita ter perdido um, saiba que nunca o teve de verdade. Em tempos de redes sociais, precisamos de lucidez para compreender que não é a quantidade de “amigos” que importa. Basta um que nos mostre o caminho e viva o Hakuna Matata conosco.
7) O mundo está repleto de Scars. São regicidas, vilões diabólicos, perseguidores de seres do bem, desejosos de poder e de autoridade a todo custo. Mas também há incontáveis pessoas boas e leais, tais quais os amigos de Simba, que o acompanharam na batalha final. Em outras palavras, nunca devemos desistir das pessoas; precisamos apenas escolher bem a quem dar ouvidos e com quem conviver. É muito difícil chegar longe sozinho, mas é impossível fazer isso com as companhias erradas.
8) Para concluir, uma das cenas de maior impacto é a que registra Simba com o olhar fixo nas águas límpidas do lago onde vê o rosto do pai. Seria possível interpretar esse signo visual como o profundo olhar para nossa alma, não acha? Naquele momento ímpar, Simba escuta a voz de Mufasa a lhe dizer: “Você se esqueceu de mim. Esqueceu quem você é e se esqueceu de mim. Olhe para dentro de si. Você é muito mais do que pensa. Você é meu filho e o verdadeiro rei. Lembre-se de quem você é.”
“Nossas origens precisam ser lembradas, assim como nossos objetivos precisam ser renovados. Há que ter cristalino aonde queremos chegar.”
Pois é, meu amigo, minha amiga… Com tantos problemas para resolver, tantas dificuldades para lidar e inúmeros Scars para atrapalhar, acabamos deixando de lado nossos propósitos e o principal: quem somos. É hora de mudar esse comportamento e passar a lutar contra as forças que tentam nos convencer de que não somos capazes, de que somos fracos, de que não conseguiremos alcançar nossos sonhos nunca. A verdade é bem outra. Somos, sim, plenamente capazes no que julgamos ser. Passou da hora de resgatarmos nossa essência. Nossas origens precisam ser lembradas, assim como nossos objetivos precisam ser renovados. Há que ter cristalino aonde queremos chegar.
Nunca se esqueça: você tem coração de rei. E todo aquele que se rege pela paixão, que se permite guiar por seus maiores desejos, controlando o medo sempre que necessário, é mais do que possuidor de um coração de rei; É rei.
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Bons estudos e GRAN sucesso,
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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.