Estou de saco cheio. E agora?

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29 de abril4 min. de leitura

Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o. Com ele ia subindo a ladeira da vida. E, no entretanto, após cada ilusão perdida… Que extraordinária sensação de alívio!” – Mario Quintana

É inevitável, até por ser da natureza humana: em vários momentos da vida, você, eu, nós ficaremos de saco cheio. Ficaremos de saco cheio de estudar para concurso, de trabalhar demais, de não sermos compreendidos pelos outros, de esperar por melhores condições políticas, econômicas e sociais no país. Não seja muito duro consigo mesmo, amigo leitor; não há problema em se sentir esgotado assim. O problema é quando a vontade de chutar o balde chega a um nível tal que começa a fugir do controle. Quando isso acontece, há risco de dizermos o que não deveríamos, de ofendermos pessoas queridas, de praticarmos atos reprováveis, de colocarmos em risco os nossos mais sublimes sonhos. Certamente, quando o saco cheio explode, não é nada agradável de ver.

Se chegamos ao ponto de nos sentirmos esgotados física ou mentalmente, é porque o propósito que temos na vida – e todos nós temos um propósito na vida – parece ameaçado. Seres humanos envolvem-se tanto com suas metas, são tão determinados a alcançar seus objetivos, que a mera possibilidade do fracasso os leva à quase loucura. Eu assumo: já estive de saco cheio com alguns indivíduos e em certas situações. Também já ouvi inúmeras manifestações no mesmo sentido, em mensagens mais ou menos assim: “Estou de saco cheio! As coisas na minha vida não acontecem. Sempre crio grandes expectativas nos projetos que idealizei e os resultados alcançados são bem aquém do desejado. São pífios. Nada melhora, nada muda; ou fica igual, ou até piora, e ninguém me ajuda! Estou de saco cheio!”

Desabafos como esses, que ouço de tantos concurseiros e seguidores do meu blog e das minhas redes sociais, são forte indício de que essas pessoas estão prestes a perder o controle das palavras e das ações. Isso me faz lembrar de uma historinha que uma pessoa próxima a mim me contou uma vez.

É a história de um garotinho pra lá de enfezado. Ele perdia o controle com muita facilidade, sabe? Preocupado, o pai lhe deu um saco de pregos e lhe disse: “Toda vez que você perder a paciência, bata um prego na cerca dos fundos da nossa casa.” No primeiro dia, o descontrolado garoto pregou nada menos que 37 pregos na cerca. Nos dias seguintes, porém, o número foi gradativamente diminuindo. O menino descobrira que era mais fácil controlar seu péssimo gênio do que pregar os pregos na cerca. Finalmente chegou o dia em que o garoto não perdeu mais o controle. Ele contou ao pai, que lhe sugeriu retirar um prego da cerca a cada dia que fosse capaz de controlar o humor. Os dias foram passando, até que finalmente o garoto pôde contar ao pai que não havia mais pregos para remover. Este, com sua autoridade, pegou o garoto pela mão, conduziu-o até a cerca e disse-lhe: “Você fez bem garoto, mas dê uma olhada na cerca. Ela nunca mais será a mesma. Quando você diz coisas sem pensar, descontrolado, elas deixam uma cicatriz, uma marca, como essa feita pelos pregos afincados por você, filho. Você pode esfaquear um homem e retirar a faca em seguida, e, não importando quantas vezes você diga que sente muito, a ferida continuará ali. Uma ferida verbal é tão má quanto uma física.”

Precisamos exercer o autocontrole, especialmente quando estamos de saco cheio e mais propensos a protagonizar episódios de impaciência, de nervosismo e até de total descontrole emocional.

Entendeu a moral da história? Precisamos exercer o autocontrole, especialmente quando estamos de saco cheio e mais propensos a protagonizar episódios de impaciência, de nervosismo e até de total descontrole emocional. Temos de ter consciência de que nem sempre poderemos remediar as consequências de uma decisão ruim tomada quando estávamos cansados ou irritados com algo ou alguém, quando estávamos verdadeiramente de saco cheio e incapazes de enxergar com clareza os efeitos de nossas decisões. As cercas da nossa vida, assim como as do vizinho, jamais serão as mesmas se chegarmos ao ponto de enchê-las de pregos.

Por isso, não adianta ficar repetindo por todos os cantos que você está de saco cheio, que vai desistir de tudo e abandonar todos os seus projetos, que quer parar o mundo e descer. É inútil insistir nessas lamúrias especialmente na frente daqueles que sabem ouvi-lo, estão dispostos a isso e o amam. É perda de tempo e de energia! É bobagem!

Quando estiver mesmo de saco cheio, não jogue a toalha. Antes, avalie o quanto você já fez. Pense nas pessoas que dependem da sua lucidez, do seu talento, do seu trabalho, da realização dos seus sonhos, da sua felicidade, da sua alegria. Pense em você mesmo!

Aja diferente, meu amigo, minha amiga. Quando estiver mesmo de saco cheio, não jogue a toalha. Antes, avalie o quanto você já fez. Pense nas pessoas que dependem da sua lucidez, do seu talento, do seu trabalho, da realização dos seus sonhos, da sua felicidade, da sua alegria. Pense em você mesmo! Reexamine o cenário, reflita um pouco mais e só então decida o próximo passo.

Tenha em mente que, tal como outros sentimentos humanos, o de irritação é passageiro, mas também carece de descarrego, de alguma forma de alívio. Busque ajuda, seja na forma de uma simples conversa com alguém que já tenha vivido aflição semelhante, seja com ajuda especializada, por exemplo, de um professor ou de um terapeuta… Às vezes, ficar sozinho por um instante, ouvindo os próprios pensamentos ou o silêncio, é o suficiente para reencontrar o equilíbrio.

O que importa é não se tornar vítima do destempero, é não se permitir supervalorizar pequenas dificuldades e acabar se esquecendo do que é, de fato, relevante e do que é, mesmo, valioso. O que importa, enfim, é manter o foco na vida, na família, na carreira, no conhecimento, na saúde, no propósito recebido do Universo.

Por favor, leitor amigo, pare de valorizar os problemas menores. Caso contrário, não haverá espaço em sua vida para as grandes coisas, para as grandes conquistas, para o que vale a pena ser vivido.

Se você entende e concorda com esta mensagem, registre nos comentários: “Estou no controle!” e siga em frente, aliado ao autocontrole, rumo aos seus maiores sonhos.

Bons estudos e GRAN sucesso,

PS: Siga-me (moderadamente, é claro) em minha página no Facebook e em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.

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Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.

 

 

 

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