O custeio por absorção é uma das metodologias tradicionais de custeamento utilizadas por empresas para alocar os custos de produção aos produtos ou serviços oferecidos. Esse método é aceito tanto pelos princípios contábeis quanto por órgãos reguladores em muitos países. Neste artigo, exploraremos os conceitos essenciais do custeio por absorção, sua aplicação, vantagens e desvantagens, bem como algumas considerações críticas sobre seu uso.
O que é o custeio por absorção?
O custeio por absorção, também conhecido como custeio integral, é um método contábil que aloca custos fixos e variáveis de produção aos produtos fabricados por uma empresa. Diferentemente do custeio variável, que trata os custos fixos como despesas diretamente no resultado do período, o custeio por absorção os incorpora ao custo do produto. Isso significa que todos os custos de produção, como matéria-prima, mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação, são atribuídos aos produtos.
Como funciona o custeio por absorção?
O custeio por absorção segue uma estrutura lógica de alocação de custos aos produtos. Os passos típicos envolvidos no processo são os seguintes:
- Identificação dos custos diretos: Os custos diretamente atribuíveis a um produto específico, como matéria-prima e mão de obra direta, são facilmente identificados e alocados.
- Alocação dos custos indiretos: Os custos indiretos, como aluguel da fábrica, supervisão de produção e manutenção de equipamentos, são alocados com base em um critério de rateio. Normalmente, utiliza-se uma medida de atividade, como horas de mão de obra ou horas-máquina, para distribuir esses custos entre os produtos.
- Cálculo do custo unitário: Uma vez que todos os custos diretos e indiretos foram atribuídos aos produtos, é possível calcular o custo unitário de cada item produzido.
- Registro contábil: Os custos atribuídos aos produtos são transferidos para o estoque, e quando os produtos são vendidos, esses custos são reconhecidos como despesas no resultado do exercício.
Vantagens do custeio por absorção
- Aceitação contábil: O custeio por absorção é amplamente aceito pelas normas contábeis internacionais e órgãos reguladores, o que o torna uma opção confiável para empresas. No Brasil, ele é o único método aceito pela legislação do imposto de renda.
- Alinhamento com princípios contábeis: Alocar os custos fixos aos produtos evita a distorção dos resultados financeiros em períodos de flutuações nas atividades produtivas, como períodos de baixa demanda.
- Atendimento ao padrão geral: O custeio por absorção é obrigatório para fins fiscais e em relatórios financeiros externos em muitos países, a exemplo do Brasil.
Desvantagens do custeio por absorção
- Impacto na tomada de decisões: O custeio por absorção pode afetar negativamente as decisões de preços de venda, pois a inclusão de todos os custos nos produtos pode levar a margens inadequadas.
- Estoques inflados: Em períodos de baixa produção, o custo por absorção pode levar a estoques inflados, o que pode distorcer a análise financeira.
- Complexidade do rateio: O critério de rateio utilizado para alocar custos indiretos pode ser complexo e subjetivo, o que pode gerar distorções nos custos atribuídos aos produtos.
Conclusão
O custeio por absorção é um método de custeamento tradicional que tem sido amplamente utilizado por empresas em todo o mundo. Embora apresente certas vantagens, como conformidade com princípios contábeis e aceitação regulatória, é essencial estar ciente das suas limitações e potenciais distorções na tomada de decisões e na análise financeira. Para lidar com essas limitações, algumas empresas optam por complementar o custeio por absorção com outras abordagens, como o custeio variável ou o custeio baseado em atividades, para obter uma visão mais abrangente da realidade financeira e operacional da empresa.
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