Existir X Haver. Por: Elias Santana

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Olá, queridos(as)! Uma pergunta que frequentemente é feita a mim diz respeito ao emprego do verbo “haver”. Muitas pessoas não sabem quando este pode estar no singular ou no plural (alguns até acreditam que ele nunca vai ao plural). Chegou a hora de sanar suas dúvidas! Veja comigo o seguinte exemplo:

  • Existiam pessoas estrangeiras no Brasil.

O verbo da sentença acima está no plural para concordar com o sujeito da oração (O que existiam? Pessoas estrangeiras = sujeito). Isso só é possível porque o verbo existir é um verbo pessoal, que significa permitir a existência de um sujeito. A maior parte dos verbos da nossa língua são pessoais – logo admitem sujeito, e com este vão concordar.

Em contrapartida, a gramática da língua portuguesa também reza que existem verbos que são impessoais, que são os que não admitem sujeito. Por esse motivo, eles não estabelecem concordância, e, por isso, só podem ser empregados no singular. Um exemplo muito famoso de verbo impessoal é haver, com o sentido de existir, ocorrer ou acontecer. É possível, portanto, substituir “existiam”, na oração 1, por haver. Mas, pergunto: qual é o correto?

  • Havia pessoas estrangeiras no Brasil.
  • Haviam pessoas estrangeiras no Brasil.

Respondeu corretamente quem disse que a oração 2 é a correta. Por ser um verbo impessoal, o certo é manter o verbo no singular (agora, “pessoas estrangeiras” passa a ser objeto direto). Sabe o que é mais interessante? Nem o Word consegue detectar esse erro! Isso porque a palavra “haviam” existe na língua portuguesa. Ela só não pode ser empregada no contexto acima apresentado. Professor, então quando o verbo “haver” pode ser colocado no plural? Quando ele for verbo auxiliar em uma locução verbal!

  • O diretor havia falado a verdade.

Em 4, o verbo “havia” pertence à locução verbal “havia falado” (o primeiro é sempre auxiliar; o segundo, principal). Nesse caso, a oração possui um sujeito, que é “o diretor”. Caso o sujeito seja flexionado no plural, o resultado será

  • Os diretores haviam falado a verdade.

Quer saber mais sobre os verbos impessoais? Na semana que vem, eu conto mais! Um abraço!

Elias Santana


Elias Santana – Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 

 


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