Concurso Hemocentro: Hemovigilância das Reações Adversas no Doador

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Olá, amigo concurseiro! Continuaremos falando sobre a hemovigilância!

Hemovigilância é a monitorização das reações adversas no ciclo do sangue, inclusive com relação às reações adversas no doador. Dessa forma, vamos esquematizar essas possíveis reações para facilitar o seu estudo.

Reações adversas no doador

Conceito: a reação adversa à doação é definida como uma resposta não intencional do doador, associada à coleta de unidade de sangue, hemocomponente ou células progenitoras hematopoéticas, que resulte em óbito ou risco à vida, deficiência ou condições de incapacitação temporária ou não, necessidade de intervenção médica ou cirúrgica, hospitalização prolongada ou morbidade, dentre outras.

Veja como foi cobrado na prova!

  1. (CESPE/2015) Com relação à hemovigilância, julgue o item subsecutivo.

A hemovigilância caracteriza um conjunto de procedimentos de vigilância que monitora as reações adversas que ocorrem durante ou após a transfusão sanguínea, ou seja, trata-se, exclusivamente, da vigilância das reações transfusionais.

Comentários:

Questão errada. A hemovigilância inclui a monitorização das reações adversas em todo o ciclo do sangue, inclusive no doador. A questão está errada, pois trouxe a hemovigilância para atividades exclusivas nas reações transfusionais.

Vamos classificar as possíveis reações nos doadores de sangue quanto:

1) ao tempo de ocorrência;

2) à gravidade;

3) à correlação com a doação;

4) ao tipo de doação;

5) à extensão, em locais e sistêmicas.

 

Quanto ao tempo, poderá ser classificada em:

1.Imediata à É aquela que ocorre antes de o doador deixar o serviço de hemoterapia.

  1. Tardia à É aquela que ocorre após o doador ter saído do serviço de hemoterapia.

 

Quanto à gravidade, a classificação é a seguinte:

•      Grau 1 – Leve à Quando há sinal/sintoma local, sem dor que impeça o doador de exercer suas atividades habituais ou que persista por até duas semanas; ou reações sistêmicas com sintomas subjetivos com recuperação rápida (menos de 30 minutos), como tontura, náusea, desconforto, palidez.

 

•       Grau 2 – Moderada à Quando há sintoma local que impeça o doador de exercer suas atividades habituais ou que persista por mais de duas semanas; ou reações sistêmicas com sintomas objetivos, como perda de consciência, hipotensão arterial com necessidade de reposição volêmica e tetania.

 

•       Grau 3 – Grave à Quando há necessidade de hospitalização em virtude da reação, ou necessidade de intervenção para impedir danos permanentes, incapacidade de uma função do corpo ou evitar a morte; ou quando há presença de sintomas que persistirem por mais de um ano após a doação (morbidade de longa duração).
•       Grau 4 – Óbito atribuído às reações adversas à doação.

 

 

Quanto à correlação do doador, o foco é ter a certeza de que a reação está correlacionada ou não com a doação. Ou seja, após a investigação da reação no doador, são analisadas as evidências por meio do:

  1. Quadro clínico;
  2. Laboratorial; e
  3. Espaço de tempo entre a reação e a doação.

Após análise dessas variáveis, decidiremos se essa é uma reação que tem correlação:

  • Confirmada (definitiva/certa) à Quando a investigação concluiu que há evidências claras (quadro clínico/laboratorial, vínculo temporal), sem qualquer dúvida acerca da correlação da reação com a doação.
  • Provável à Quando a investigação já concluída, ou ainda em curso, apresenta evidências (quadro clínico/laboratorial, vínculo temporal) que indicam a correlação da reação com a doação, mas há dúvidas para sua confirmação.
  • Possível à Quando a investigação já concluída, ou ainda em curso, apresenta evidências (quadro clínico/laboratorial/ evolução e vínculo temporal) que indicam a correlação dos sinais e sintomas a outras causas, mas a correlação da reação com a doação não pode ser descartada.
  • Improvável à Quando a investigação já concluída, ou ainda em curso, apresenta evidências (quadro clínico/laboratorial, vínculo temporal) que indicam a correlação do evento adverso a outra(s) causa(s), mas há dúvidas para a sua exclusão.
  • Descartada à Quando a investigação já concluída apresenta evidências (quadro clínico/laboratorial, vínculo temporal) que indicam claramente a correlação do evento adverso a outra(s) causa(s) e não à doação.
  • Inconclusiva à Quando a investigação já concluída não encontrou evidências (quadro clínico/ laboratorial, vínculo temporal) suficientes para confirmar ou descartar a correlação da reação com a doação.

 

Quanto ao tipo de doação, as reações podem ser locais ou sistêmicas. Vamos exemplificar?

Reações locais à sintomas locais, causados diretamente pela inserção da agulha.

Extravasamento sanguíneo:

  1. Hematoma (acúmulo de sangue nos tecidos ao redor do vaso puncionado).
  2. Punção arterial.

III. Sangramento pós-doação.

Reações sistêmicas à

1- Reação vasovagal

  • Definição: reação secundária à ativação do SNA, estimulada por fatores psicológicos bem como pelo volume de sangue retirado em relação ao volume total do sangue do doador e pela velocidade com que foi retirado.

2- Hipovolemia

  • Definição: diminuição do volume sanguíneo circulante que pode ocorrer devido à coleta excessiva de sangue, homogeneizadores descalibrados, falhas do processo, entre outros.

Os pacientes que doam sangue pela técnica de coleta por aférese também podem apresentar essas reações do doador de sangue total, acrescido de outras reações que verificaremos abaixo:

1- Toxicidade do citrato

  • Definição: reação associada aos eventos adversos do citrato, anticoagulante utilizado nas coletas por aféreses, associadas à hipocalcemia, hipomagnesemia e aumento do pH sanguíneo do doador (alcalose).

2- Reação alérgica sistêmica

  • Definição: é decorrente da liberação de substâncias vasoativas dos mastócitos e basófilos. Pode ser causada pelo óxido de etileno utilizado na esterilização dos kits e pelos hemossedimentantes utilizados para a coleta de granulócitos.

3- Embolia gasosa

  • Definição: reação caracterizada pela infusão de ar no ventrículo direito e na artéria pulmonar do doador, com obstrução do débito direito e vasoconstrição pulmonar.

A frequência de reações entre doadores de aféreses é menor que a de sangue total. Entretanto, a taxa de reações adversas graves em doadores por aféreses é muito maior do que em doadores de sangue total.

As reações do doador por aférese são mais comuns no doador de baixo peso, doadores do sexo feminino e tipo de equipamento utilizado para a coleta.

Vale destacar que os centro de hemoterapia têm a preferência por homens para doações por aférese, principalmente para reduzir os riscos de TRALI (Lesão Pulmonar Associada a Transfusão) no receptor, que é mais comum quando usado sangue de doadoras femininas.

Finalizamos mais uma dica sobre seu conteúdo de Hemoterapia. Continue nos acompanhando no Blog do Gran Cursos Online e nos nossos cursos sobre hemoterapia – inclusive, temos um curso sobre hemovigilância.

Continue firme nos estudos, com constância e determinação, que você irá conseguir.

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Fernanda Barboza é graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia e Pós-Graduada em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. Atualmente, servidora do Tribunal Superior do Trabalho, cargo: Analista Judiciário- especialidade Enfermagem, Professora e Coach em concursos. Trabalhou 8 anos como enfermeira do Hospital Sarah. Nomeada nos seguintes concursos: 1º lugar para o Ministério da Justiça, 2º lugar no Hemocentro – DF, 1º lugar para fiscal sanitário da prefeitura de Salvador, 2º lugar no Superior Tribunal Militar (nomeada pelo TST). Além desses, foi nomeada duas vezes como enfermeira do Estado da Bahia e na SES-DF. Na área administrativa foi nomeada no CNJ, MPU, TRF 1ª região e INSS (2º lugar), dentre outras aprovações.

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