Oi, pessoal! Tudo certo por aí? Eu sou a professora Débora Juliani, farmacêutica e especialista em Análises Clínicas. Hoje eu quero bater um papo com vocês sobre dois exames que caminham juntinhos quando o assunto é crescimento e hormônio de crescimento: IGF-1 e IGFBP-3. Eles aparecem muito em casos de baixa estatura, acromegalia e investigação do eixo GH.
Pra começar, vamos te situar brevemente: o GH é produzido pela hipófise e age principalmente no fígado, estimulando a produção de IGF-1 (Insulin-like Growth Factor 1). O IGF-1 é quem faz grande parte do “trabalho pesado” do GH: participa do crescimento ósseo, da síntese proteica e de vários processos metabólicos. Já o IGFBP-3 é a principal proteína que carrega o IGF-1 no sangue, como se fosse um “Uber” mantendo esse hormônio estável na circulação.
Você pode estar se perguntando: “Por que não dosar só GH?”. Porque o GH é pulsátil: ele sobe e desce ao longo do dia, principalmente à noite. Um valor isolado de GH em jejum muitas vezes não diz quase nada. Já o IGF-1 fica muito mais estável, refletindo a produção média de GH ao longo do tempo. Por isso, ele é um marcador indireto tão útil.
No adulto, o uso clássico é na investigação de acromegalia. Quando a hipófise produz GH em excesso, o fígado responde aumentando o IGF-1. Assim, um IGF-1 persistentemente elevado, ajustado para idade e sexo, levanta forte suspeita de acromegalia, principalmente se o paciente tiver aquelas características clínicas típicas (aumento de extremidades, mandíbula, espessamento de partes moles).
Já em crianças e adolescentes, o foco costuma ser a baixa estatura. Nesses casos, IGF-1 e IGFBP-3 ajudam como exames de triagem para deficiência de GH. Se ambos estiverem baixos para a idade, isso sugere que o eixo GH pode não estar funcionando bem e que vale a pena seguir investigando com testes de estímulo do GH.
E onde entra o IGFBP-3 nessa história? Ele é a principal proteína ligadora do IGF-1 no soro e também é produzido no fígado sob ação do GH. Em crianças pequenas, o IGFBP-3 tem uma vantagem: os valores de referência são um pouco mais estáveis e ele sofre menos influência da desnutrição aguda do que o IGF-1, então pode ajudar a confirmar o achado quando o IGF-1 está baixo.
Um ponto importantíssimo: IGF-1 e IGFBP-3 sempre devem ser interpretados com base em curvas de referência que consideram idade, sexo e estágio puberal. Não adianta comparar o resultado de uma criança de 6 anos com o de um adolescente de 15, por exemplo. Muitos laboratórios já entregam o resultado com score-Z (desvio-padrão), o que facilita ver se está abaixo, dentro ou acima do esperado.
Claro que nem tudo é GH. Várias situações podem diminuir o IGF-1 mesmo com GH normal: desnutrição, doenças crônicas, hipotireoidismo, hepatopatias, diabetes descompensado, uso de estrogênio oral, entre outras. Nesses casos, o fígado não responde bem ao GH, e o IGF-1 cai. Por isso, antes de rotular o paciente como “deficiente de GH”, precisamos avaliar o contexto clínico.
Voltando à acromegalia, o IGF-1 é usado tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento pós-tratamento. Depois de cirurgia ou medicação, esperamos que o IGF-1 volte para a faixa de referência. Se ele permanece alto, sugere que ainda há produção excessiva de GH e que o tratamento precisa ser ajustado. Muitas vezes, o exame é combinado ao teste oral de tolerância à glicose com GH, para fechar o diagnóstico.
Na deficiência de GH, IGF-1 e IGFBP-3 ajudam na triagem e no seguimento da terapia de reposição com GH. Quando o tratamento está adequado, o IGF-1 tende a subir para a faixa-alvo programada para aquela idade. Valores muito altos podem indicar dose excessiva; muito baixos, dose insuficiente ou problema de adesão.
Em resumo, IGF-1 e IGFBP-3 são como “relatórios” do eixo GH: mostram se a comunicação hipófise-fígado-tecidos está indo bem ou se algo saiu do trilho. Não substituem o raciocínio clínico, mas são aliados poderosos na mão de quem sabe interpretar.
Aqui no Gran Concursos, a nossa ideia é justamente essa: pegar exames que parecem complicados, como IGF-1 e IGFBP-3, e traduzir em linguagem de sala de aula. Se esse tema te ajudou a enxergar o eixo GH com outros olhos, salva esse conteúdo, compartilha com os colegas e bora seguir juntos nessa jornada rumo à aprovação!
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