Lesões osteomusculares: saiba como o tema é cobrado em provas de concurso!

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As principais causas de internação de pacientes que apresentam lesões traumáticas osteomusculares são as fraturas, sendo estas responsáveis por mais da metade das lesões. A outra parte se deve às contusões, entorses e distensões.

Neste artigo, iremos aprender a diferenciar os tipos de lesões osteomusculares, bem como identificar suas principais características.

 

Contusão

A contusão é uma lesão de tecidos moles resultante de golpe não penetrante, como uma pancada, um pontapé ou uma queda, causando ruptura de pequenos vasos sanguíneos e sangramento em tecidos moles, provocando, assim, equimose ou hematoma.

O hematoma se desenvolve pelo sangramento no local de impacto, deixando um aspecto “preto azulado” característico. Cerca de 48 a 96 horas depois, a fragmentação dos pigmentos do sangue faz com que a lesão se torne amarelada. Os principais sinais/sintomas locais das contusões são dor, edema, tumefação e alteração da coloração, os quais serão controlados com o uso intermitente de compressas frias aplicadas ao local, elevação do membro e medicação.

A maior parte das contusões se resolvem entre 1 a 2 semanas.

 

Distensão

O uso, alongamento ou estresse excessivo de um músculo ou tendão leva à distensão.

As distensões são classificadas de acordo com o grau de lesão. Reconhecem-se três tipos de distensão:

  • Distensão de 1º grau: envolve estiramento leve do músculo ou do tendão. Os sinais e sintomas podem incluir edema leve, sensação dolorosa e espasmo muscular leve, sem perda funcional perceptível.
  • Distensão de 2º grau: envolve ruptura parcial do músculo ou do tendão. Os sinais e sintomas incluem a perda da capacidade de sustentar peso, com associação de edema, dor à palpação, espasmo muscular e equimose.
  • Distensão de 3º grau: consiste em alongamento significativo do músculo ou do tendão, com ruptura e laceração do tecido envolvido. Os sinais e sintomas incluem dor significativa, espasmo muscular, equimoses, edema e perda funcional.

Para um melhor diagnóstico, deve-se realizar uma radiografia, a fim de se descartar uma lesão óssea, porque uma fratura por avulsão (em que um fragmento ósseo é tracionado para fora do osso por um tendão) pode estar associada à distensão de terceiro grau.

 

Entorse

A entorse é uma lesão nos ligamentos e tendões que circundam a articulação. É causada por um movimento de torção ou hiperextensão (forçada) de uma articulação. A função de um ligamento é estabilizar uma articulação, possibilitando simultaneamente a mobilidade. Logo, um ligamento rompido faz com que a articulação se torne instável. Os vasos sanguíneos se rompem e ocorre edema; a articulação fica sensível à palpação, e o movimento da articulação se torna doloroso.

As entorses são classificadas de modo semelhante ao sistema de classificação utilizado para as distensões:

  • Entorse de 1º grau: é causada pelo estiramento das fibras ligamentares, resultando em lesões mínimas. Manifesta-se por edema leve, dor à palpação local e dor provocada pelo movimento da articulação.
  • Entorse de 2º grau: envolve ruptura parcial do ligamento. Resulta em edema aumentado, dor à palpação, dor aos movimentos, instabilidade articular e perda parcial da função normal da articulação.
  • Entorse de 3º grau: ocorre quando um ligamento é completamente lacerado ou rompido. A entorse de terceiro grau também pode causar uma avulsão óssea. Os sintomas incluem dor intensa, dor à palpação, edema aumentado e movimento articular anormal.

 

Luxação

À condição na qual as superfícies articulares dos ossos distais e proximais que formam a articulação já não estão em alinhamento anatômico, ou seja, em que os ossos estão literalmente “fora do lugar”, dá-se o nome de luxação.

Poderá ocorrer a subluxação quando houver uma luxação parcial, que não cause tanta deformidade quanto uma luxação completa.

As luxações traumáticas são emergências ortopédicas, porque as estruturas articulares associadas, a irrigação sanguínea e os nervos estão deslocados de sua posição habitual e podem ser “aprisionados” com grande pressão sendo exercida sobre eles. A necrose avascular (NAV) poderá ocorrer se uma luxação ou subluxação não for reduzida imediatamente. A NAV do osso é causada por isquemia, que leva à necrose ou morte das células ósseas.

Os sinais e sintomas de uma luxação traumática incluem dor aguda, alteração no posicionamento da articulação, encurtamento do membro, deformidade e diminuição da mobilidade.

 

Fratura

A fratura é uma ruptura completa ou incompleta na continuidade da estrutura óssea e é definida de acordo com seu tipo e extensão. As fraturas ocorrem quando o osso é submetido a um estresse maior do que ele é capaz de absorver. Golpes diretos, forças de esmagamento, movimentos de torção repentinos e contrações musculares extremas são as principais causas de fratura. Quando o osso é fraturado, as estruturas adjacentes também são afetadas, o que pode resultar em edema de partes moles, hemorragia nos músculos e articulações, luxações articulares, tendões rompidos, nervos seccionados e vasos sanguíneos danificados. Algumas fraturas podem lesionar os órgãos devido à força que as causaram ou pelos seus fragmentos.

Os principais tipos de fratura são:

  • Fratura completa: envolve uma ruptura em toda a seção transversa do osso e frequentemente é removida de sua posição normal.
  • Fratura incompleta (p. ex.: fratura em galho verde): envolve ruptura ao longo de apenas parte da seção transversa do osso; ocorre mais comumente em crianças.
  • Fratura cominutiva: é aquela que produz vários fragmentos ósseos.
  • Fratura fechada (ou fratura simples): é aquela que não compromete a integridade da pele.
  • Fratura exposta (ou fratura composta ou complexa): é aquela em que a pele ou membrana mucosa da ferida se estende ao osso fraturado. As fraturas expostas são classificadas de acordo com os seguintes critérios:

Grau I: é a ferida limpa de menos de 1 cm de comprimento;

Grau II: é a ferida maior, sem grandes lesões aos tecidos moles ou avulsões;

Grau III: é a ferida altamente contaminada e com grandes lesões aos tecidos moles. Pode ser acompanhada por amputação traumática e é a mais grave.

  • Fratura intra-articular: estende-se até a superfície articular de um osso. Como as extremidades de um osso longo são cartilaginosas, se a fratura não for acompanhada de luxação, a radiografia nem sempre revelará a fratura, porque a cartilagem não é radiopaca. A RM ou artroscopia identificará a fratura e confirmará o diagnóstico. A articulação é estabilizada e imobilizada com tala ou aparelho imobilizador, e não é permitida sustentação de peso até que a fratura esteja consolidada. As fraturas intra-articulares muitas vezes levam à artrite pós-traumática.

 

As fraturas também podem ser descritas de acordo com o posicionamento anatômico dos fragmentos. Os tipos específicos de fraturas são:

  • Fratura por avulsão: fratura em que um fragmento de osso foi tracionado por um tendão em sua inserção;
  • Fratura por compressão: é quando a fratura ocorre porque o osso foi comprimido por duas estruturas; por exemplo, nas fraturas vertebrais;
  • Fratura deprimida: nesse tipo de fratura, os fragmentos são conduzidos para dentro de uma cavidade;
  • Fratura epifisária: quando a fratura ocorre ao longo da epífise do osso;
  • Fratura em galho verde: fratura em que um lado de um osso é fratura e o outro lado é dobrado;
  • Fratura impactada: quando fragmentos ósseos são comprimidos um contra o outro;
  • Fratura oblíqua: fratura que ocorre em ângulo ao longo do osso, sendo menos instável que uma fratura transversa;
  • Fratura patológica: fratura que ocorre ao longo de uma área de osso doente, podendo ocorrer na ausência de traumatismo ou queda.

Tendo visto as diferenças entre elas, é hora de treinar.

 

  1. (UFMT/UFSBA/ENFERMEIRO/2017) A coluna da esquerda apresenta termos referentes a lesões osteomusculares e a da direita, a definição de cada um. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.

1 – Entorse

2 – Fratura

3 – Luxação

4 – Distensão

(  ) Lesão em que há uma distensão dos ligamentos, mas não há deslocamento completo dos ossos da articulação.

(  ) Lesão nos músculos ou seus tendões geralmente causada por hiperextensão ou por contrações violentas. Em casos graves pode haver ruptura do tendão.

(  ) Lesão em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma articulação é deslocada de seu lugar. O dano a tecidos moles pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos, nervos e cápsula articular.

(  ) Lesão em que há a não solução de continuidade de um osso. Apresenta aparência geralmente alterada devido ao grau de deformação que pode impor à região afetada.

Assinale a sequência correta.

a) 1, 4, 3, 2.

b) 4, 3, 2, 1.

c) 3, 2, 1, 4.

d) 2, 1, 4, 3.

 

  1. (AMEOSC/PREFEITURA DE PALMA SOLA – SC/2016) Quando existe a fratura de um osso é necessário que esse osso seja imobilizado para que ocorra a sua recuperação. As fraturas de ossos podem ser:

a) Fechada quando não houver rompimento da pele, ou aberta (fratura exposta) que ocorre somente com os membros inferiores.

b) Fechada quando não houver rompimento da pele, ou aberta (fratura exposta) quando o osso quebrado romper os músculos e a pele.

c) Fechada quando não houver rompimento da pele, ou aberta (fratura exposta) que ocorre somente com os membros superiores.

d) Fechada quando o osso não quebrar apenas trincar, ou aberta (fratura exposta) quando o osso quebrado romper os músculos e a pele.

 

  1. (FCC/TRT – 3ª REGIAL (MG)/2009) A luxação é uma lesão que acomete comumente atletas e que, além da dor, causa

a) interrupção do fragmento ósseo sem desvio, edema e hematoma local.

b) lesão muscular grave, presença de sangramento interno localizado e síndrome compartimental.

c) deslocamento na articulação, podendo ocasionar lesão de nervos e tendões e perda da capacidade funcional.

d) lesões tendinosas, com ruptura óssea, edema local e síndrome compartimental.

e) distensão muscular, seguida de lesões tendinosas com hematoma local.

Gabarito

  1. a
  2. b
  3. c

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Victor Roberto é Bacharel e Licenciado em Enfermagem pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU,Mestrando em Ciências da Saúde pela Escola de Ciências da Saúde do Distrito Federal – ESCS, especialização em Educação em Saúde pelo Instituto Sírio Libanês, Gestão em Saúde Pública pela Universidade Cândido Mendes. Enfermeiro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal; Preceptor de residencia multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso do GDF; Preceptor da extinta residencia Uni profissional do DF em Enfermagem em Clínica Médica; Docência em nível Técnico e Superior de Enfermagem; Nomeado para o Hospital Municipal de Uberlândia.

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