Olá, pessoal! Tudo bem? Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e tenho muita honra em dizer que faço parte da equipe do Gran Concursos.
Hoje vamos bater um papo sobre um exame laboratorial que já foi uma estrela dos pedidos médicos, mas que muita gente questiona se ainda vale a pena: o VHS (Velocidade de Hemossedimentação). Você já ouviu falar dele? Esse exame simples, que mede a taxa de sedimentação das hemácias no sangue, tem sido usado há décadas para detectar inflamações. Mas, com o avanço dos testes laboratoriais, será que ele ainda tem espaço na medicina moderna? Vamos descobrir juntos!
Para começar, vamos relembrar o que é o VHS. Esse exame mede o tempo que as hemácias levam para se depositar no fundo de um tubo de ensaio (daí o nome velocidade de hemossedimentação, ou seja, sedimentação das hemácias). Quanto mais rápido isso acontece, maior a presença de proteínas inflamatórias no sangue. Isso significa que ele não diz exatamente o que está errado, mas pode indicar que algo está acontecendo no corpo, seja uma gravidez, uma infecção, doença autoimune ou até câncer.
A técnica de execução do VHS é bem simples e direta. O exame é realizado coletando uma amostra de sangue com anticoagulante e colocando-a em um tubo vertical padronizado, chamado tubo de Westergren. Depois, basta esperar uma hora para medir a distância que as hemácias desceram no tubo, expressa em milímetros por hora (mm/h). Quanto mais rápido as hemácias sedimentam, maior o valor do VHS e, consequentemente, maior a possibilidade de um processo inflamatório. No entanto, fatores como temperatura ambiente, tempo de coleta e até a posição do tubo podem interferir nos resultados, exigindo cuidado na padronização do teste para evitar leituras erradas.

Com os avanços tecnológicos, a automação do VHS tem se tornado uma realidade em muitos laboratórios, trazendo mais rapidez e precisão para esse exame. Sistemas automatizados utilizam sensores ópticos para medir a taxa de sedimentação das hemácias sem a necessidade de esperar uma hora inteira, reduzindo o tempo de análise para apenas alguns minutos. Além disso, esses equipamentos minimizam variações causadas por fatores externos, como temperatura e posição do tubo, tornando os resultados mais confiáveis.
Sendo assim, o VHS é um exame muito útil por ser simples, barato e rápido. Ele é especialmente bom para acompanhar doenças inflamatórias crônicas, como artrite reumatoide e lúpus, porque nesses casos a inflamação tende a ser persistente. Se o VHS está alto, o médico sabe que a inflamação está ativa; se está diminuindo, pode ser sinal de que o tratamento está funcionando.
Mas, apesar dessas vantagens, o VHS tem seus problemas. Ele é um exame inespecífico, ou seja, pode estar alterado por vários motivos diferentes, como exemplificado logo ali em cima. Isso significa que um VHS alto não fecha diagnóstico nenhum por si só. Além disso, ele é um exame mais lento para detectar inflamações agudas, pois depende da produção de proteínas no fígado, o que leva um tempo.
E é aí que entra a PCR (Proteína C Reativa), um exame que tem substituído o VHS em muitos casos. Diferente do VHS, que pode levar dias para subir, a PCR aumenta em poucas horas quando há inflamação no corpo. Ele também é muito mais sensível, conseguindo detectar inflamações discretas que o VHS poderia ignorar. E o melhor: quando a inflamação desaparece, o PCR volta ao normal rapidamente, enquanto o VHS pode demorar dias para se estabilizar.
Então, se o PCR é tão mais rápido e preciso, por que ainda usamos o VHS? A resposta é simples: o VHS ainda tem seu valor em doenças crônicas! Enquanto o PCR sobe e desce rapidamente, o VHS ajuda a entender o padrão da inflamação a longo prazo. Por isso, em doenças como artrite reumatoide e lúpus, os médicos ainda pedem os dois exames juntos para ter uma visão mais completa da inflamação.
Além disso, o VHS é mais acessível e barato do que o PCR, o que faz com que ele ainda seja muito solicitado em hospitais e laboratórios públicos. Em locais com menos recursos, ele continua sendo um ótimo marcador de inflamação quando o PCR não está disponível.
Mas tem um detalhe: o VHS também pode ser influenciado por fatores que não têm nada a ver com inflamação, como anemia, gravidez e até obesidade. Isso pode confundir a interpretação dos resultados, por isso o VHS nunca deve ser analisado sozinho, mas sempre em conjunto com outros exames e com a história clínica do paciente.
Então, respondendo à nossa pergunta inicial: o VHS ainda é relevante? Sim, mas com algumas ressalvas. Ele continua útil para acompanhar doenças inflamatórias crônicas e é uma alternativa barata em muitos lugares. Porém, quando precisamos de uma resposta mais rápida e específica, a PCR é a melhor escolha.
No fim das contas, o segredo é saber quando usar cada exame! E agora que vocês já entenderam as diferenças entre VHS e PCR, podem olhar para os pedidos médicos com outros olhos e até questionar: será que esse exame foi a melhor escolha? Ciência é isso, galera: entender, questionar e aplicar! Até a próxima! Um forte abraço e bons estudos, com a equipe do Gran Concursos, claro!
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