Sei que pode não ser isso o que você estava procurando quando buscou na Internet por “motivação nos estudos”. Mas a gente precisa esclarecer alguns pontos sobre esse assunto. Ter um motivo, uma razão para estudar é importante, mas normalmente o que te sabota não é a consciência ou não da sua sincera motivação.
Criou-se um fetiche a respeito desse tema, o que levou muitos alunos a depositarem na motivação a chave para deslancharem nos estudos. Você pode tentar, mas vai se frustrar.
De início, é importante separar as coisas. Quando os alunos ficam preocupados com esse assunto, normalmente o que se esconde é o desejo de que haja felicidade nos estudos. Embora esse sentimento seja real quando se passa a compreender um determinado tópico da matéria, essa satisfação não se repete com a frequência necessária para que você possa depender disso. Não serão todos os novos conhecimentos que você vai achar interessante.
Quando você diz que gostaria de “ter vontade de estudar”, normalmente o que quer dizer é o seguinte: “Eu queria ler um PDF feliz”. Nem preciso te dizer que isso é loucura, não é?! Você, na verdade, precisa ter vontade de passar! Isso sim é elementar. Perceba a diferença!
Caso você não tenha elevada vontade de ser aprovado, pode ser que concurso público não seja a sua melhor escolha. Essa é uma reflexão importante, que precisa ser feita por cada um.
Entenda: ninguém está empolgado o tempo todo. Você também nunca vai chegar a esse ponto. Desconstrua essa imagem de que os aprovados foram todos estudantes ideais, que acordavam todos os dias alegres e animados para estudar licitação, por exemplo. Vire os seus olhos para o lugar correto: disciplina.
A disciplina leva à constância, e é isso que vai te deixar competitivo.
É certo que a tecnologia nos trouxe diversos avanços, mas também bagunçou o nosso sistema de recompensas. Hoje, ao menor sinal de tédio, abre-se uma rede social, um vídeo, para receber aquela dose de dopamina. E aí é que vem o problema: você passa a querer que essa oferta de emoções esteja presente em todo lugar, mesmo nos estudos. Mas isso, naturalmente, não ocorre.
Não se trata de falta de motivação, de “não servir pra concurso público”. Acontece que se está olhando para o lugar errado. Está-se buscando nos estudos para concurso algo que eles não podem dar.
Por incrível que pareça, quando você parar com essa fantasia de “quero ser feliz” e se concentrar na sua rotina e no pensamento de longo prazo, todo fim de dia, quando terminar o seu cronograma, haverá lampejos de felicidade. E isso não porque você procurou por ela, mas porque você alinhou suas atitudes ao seu objetivo.
Quando gastamos tempo com aquilo que não nos aproxima do futuro que desejamos, o presente passa a não fazer sentido.
O segredo, portanto, está em valorizar pequenas evoluções, aquelas diárias, e perceber que o somatório delas é que te faz competitivo para a prova. Entenda a importância do que você está fazendo hoje.
Avalie sempre os seus desempenhos, estabeleça recompensas pelo cumprimento do cronograma, entenda que você é o autor desse projeto de estudos. Quando você estabelecer o hábito de olhar para os avanços, mesmo que pequenos, e enxergá-los como indispensáveis para a aprovação, cria-se o terreno perfeito para que, aliado à vontade de passar, você produza a disciplina necessária para continuar.
Nesse momento, você deixa de ver os estudos como um luxo, como uma segunda opção, e passa a encará-los como principal escolha. Aqui a preparação para concursos começa a ser vista como um dever, uma responsabilidade.
Assim, você encontra o sentimento de realização ao cumprir a meta do dia e se programa para alcançar esse estado de satisfação todos os dias. Daí, quando não se tem um dia produtivo, não se desfruta dessa sensação. E essa frustração é uma das causas do sentimento de inutilidade.
Nesse cenário, você não espera estar tudo bem para estudar, mas estuda para ficar tudo bem. É aí que se entra no fluxo desejável, isto é, naquele estado em que você não precisa mais brigar por motivação para exercer a disciplina. A sua luta passa a ser contra a culpa quando deixa de estudar.
Entenda, portanto, que a sua aprovação não depende do seu nível de motivação, depende de você reconhecer seu desejo de passar e temperá-lo com a disciplina. E isso só é possível quando se direciona a sua atenção para o seu dever diário não como obrigação, mas como cumprimento de um objetivo estipulado por você mesmo. A autoria desse projeto é sua!
Por fim, o interesse se constrói quando você se coloca em movimento.
Não caia na armadilha de achar que a vontade de estudar vai te buscar na cama. Em se tratando de preparação para concursos, normalmente a curiosidade pelos conteúdos surge durante o estudo. Ficar racionalizando e pensando o quanto é importante estudar para tentar criar o desejo é maluquice. Sente e comece! A curiosidade vem depois.
Algumas características pessoais ou circunstâncias da vida podem ajudar algumas pessoas a manterem um bom nível de interesse. Mas não é assim para a maioria. Não é mesmo! Em resumo: não espere a curiosidade chegar para estudar, mas comece, e você ficará curioso no caminho.
Salve este texto para sempre voltar a ele quando o seu “nível de motivação” começar a cair.
Caso você esteja caminhando no escuro e precise de um acompanhamento pessoal nos seus estudos, existem os GranXperts. Todos já aprovados em concurso público e com experiência para te auxiliar na conquista da sua vaga.
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Rafael Alemar (Instagram: @rafaelmalemar)
GranXpert
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