Se você acha que o título deste artigo não apresenta muita lógica, espere então para descobrir tudo que nós abordaremos aqui. Eu sou Marco Soares, professor e GranXpert no Gran Cursos Online e te faço um convite para embarcar nessa leitura.
Nos últimos anos, o mundo dos concursos estava bem agitado em todos os níveis (federal, estadual, distrital e municipal). Tínhamos diversos editais sendo publicados, provas sendo realizadas, nomeações acontecendo. Esse era o cenário ideal para milhares de concurseiros que almejavam mudar de vida por meio da tão sonhada aprovação.
Surpreendentemente, no final de 2019, o surgimento, no continente asiático, de uma doença infectocontagiosa até então desconhecida, a qual atingiu nível pandêmico nos primeiros meses de 2020, obrigou toda a população mundial a alterar sua rotina de vida em sociedade: países fecharam suas fronteiras, as pessoas cumpriram quarentena em suas residências, escolas foram fechadas e grande parte da população se viu obrigada a reinventar formas de realizar suas atividades adaptando-se às atividades em casa, vindo a popularizar o termo home office.
A Administração Pública também precisou se adaptar a essa realidade. Independentemente do grau de necessidade de pessoal em seus quadros, todos os gestores se viram obrigados a adiarem todos os planos de concursos públicos vigentes e previstos para atentar-se, à época, ao controle da transmissão da Covid-19 nas regiões brasileiras, bem como para viabilizar atendimento hospitalar adequado aos doentes. Além da reprogramação dos certames, outras dificuldades foram encontradas pela nossa sociedade nesse período: o abalo econômico originado pela mudança dos meios de produção, o transporte e o comércio na pandemia, a perda de fonte de renda por muitos brasileiros, fazendo com que o desemprego atingisse índices ainda maiores, o fechamento de empresas e as declarações de falência pelos empresários. Destarte, parte considerável da população precisou receber o Auxílio Emergencial, implementado pelo governo federal, como sua fonte de renda primária – em muitos casos, ele passou a ser a única renda.
Durante meses, o desânimo e a incerteza assolaram a população brasileira e, com os estudantes, as coisas não foram diferentes. Eu me lembro claramente de diversos alunos perdidos buscando orientação sobre o que fazer nesse momento. Nós sabemos que não é fácil manter uma rotina de estudos, ainda mais quando não temos perspectivas de retorno das atividades normais. Quem já estudou para uma prova sem saber notícias claras de quando ela acontecerá ou de quando o edital será publicado sabe bem do que estou falando. Eu confesso que nós, profissionais dos concursos, também sofremos juntos, afinal o seu sucesso é o nosso!
Mas prosseguir é necessário e, após meses de pesquisas, já conhecendo melhor a atividade do vírus causador da Covid-19, das formas de controle da doença, com a diminuição da transmissão e com o surgimento de algumas vacinas no mercado ainda em processo de análise para aprovação, o governo brasileiro decidiu apostar na eficácia das medidas de controle de transmissão (distanciamento, uso de máscaras de proteção, utilização de álcool em gel para higienização das mãos, aferição da temperatura corporal na entrada dos estabelecimentos, liberação na data da prova de alunos com sintomas gripais para realizar a prova posteriormente) para aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no início de 2021 em todo o país.
O exame, que deveria ter sido aplicado em 2020, mas que fora adiado, teve alterações significativas na forma de aplicação das provas. Elas foram aplicadas presencialmente com medidas de segurança nos dias 17 e 24 de janeiro, online, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, presencial para pessoas privadas de liberdade (PPL), e houve reaplicação para os ausentes nas provas anteriores por sintomas gripais nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2021. A abstenção na aplicação presencial foi de 51,5% no primeiro dia e de 55,3% no segundo dia; no online, foi de 68% no primeiro dia e de 71,3% no segundo dia.
Os altos níveis de abstenção até agora divulgados são reflexos da deficitária infraestrutura dos locais de prova por não comportarem a quantidade adequada de candidatos com cumprimento do distanciamento mínimo de um metro, falta de informações seguras de prevenção ao contágio nos locais de prova e investimento por parte do governo no sistema educacional durante esse período pandêmico, no qual a maior parte dos estudantes tinha de estudar online quando nem mesmo tiveram acesso à Internet, sendo todos esses fatores precursores do sentimento de frustração e desânimo por parte de muitos candidatos. Além disso, estudantes no estado do Amazonas não realizaram as provas devido ao aumento significativo e descontrolado do número de casos de Covid-19 no período nessa localidade. Além desses motivos, é público e notório que parte dos candidatos não se sentiu segura para estar presente na aplicação das provas durante a pandemia.
A aplicação de provas de um certame de grande porte acaba refletindo em outros. Se ocorressem intercorrências graves no ENEM, possivelmente não teríamos novas provas de concursos públicos sendo aplicadas nesse contexto. É claro que ocorreram problemas durante a aplicação das provas, mas nenhum de tamanho relevante que pudesse justificar seu cancelamento ou influenciar negativamente em aplicação de provas futuras.
A pandemia não acabou, e está bem longe de isso acontecer. Mas os editais e provas estão aí. Os operacionais das carreiras policiais que o digam. Polícias Civis e Militares estão com provas marcadas. O concurso da PCDF, que atrai candidatos de vários cantos do país, reunirá pretendentes aos cargos de Agente e de Escrivão em um único fim de semana. E o que falar dos concursos nacionais da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal?
A viabilidade em termos de saúde e de segurança para aplicação de provas desse porte nesse momento é altamente questionável. Mas quem está disposto e interessado em conquistar uma dessas vagas deve se focar tão somente nos estudos, principalmente em revisões de reta final, pois as provas estão muito próximas. Mas é claro: não descuide das regras básicas de saúde no dia da prova e preste muita atenção nas orientações das bancas examinadoras.
Espero ter contribuído para esclarecer e trazer algumas questões ao debate nesse momento de dificuldade e reflexão não só para os concurseiros, mas também para a sociedade como um todo. Caso queira me mandar uma mensagem, você pode me encontrar nas redes sociais. Estou no Instagram como @prof.marcosoares. Será um prazer poder te ajudar!
Permaneça firme!
Um grande abraço e bons estudos!
Vá e vença!!!
Marco Soares
Professor e GranXpert do Gran Cursos Online
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