O Juridiquês: Conseguir e Consegui: Quando usar

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Por Projeto Exame de Ordem | Cursos Online
No artigo de hoje, vamos nos debruçar sobre uma questão gramatical muito importante.
A personagem principal é a frase abaixo, escrita no facebook por um aluno de curso superior em Direito.
Dizia ele: Eu não conseguir [sic] aprovação no Exame de Ordem porque não estudei o suficiente.
Você que está lendo este artigo estranhou a construção gramatical? Pois saiba que se trata de erro muito comum cometido pelos estudantes em geral.
O erro consiste em usar, em algumas situações, a forma nominal do verbo no infinitivo (conseguir) quando o correto seria usar a forma verbal flexionada (consegui).
Isso ocorre geralmente com aqueles verbos em que a forma nominal do infinitivo assemelha-se com a forma conjugada a não ser pela desinência “-r” apresentada por aquela ao final.
Veja na lista abaixo alguns verbos que comumente conduzem os estudantes a erro:

Como se pode ver, as formas verbais apresentadas nas duas colunas acima  existem no Português e ambas estão corretas, só que devem ser usadas em situações e momentos distintos.
Aqui, nós tomamos como exemplo o verbo conseguir, pois é o que apresenta a maior incidência de erro entre os estudantes.
Conseguir é forma nominal do verbo no infinitivo que exprime um fato de maneira vaga, imprecisa e impessoal.
Veja o exemplo:

Considera-se litigante de má-fé aquele que usar do processo para conseguir objetivo ilegal (art. 80, III, do CPC).

Consegui é forma conjugada do verbo na primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. O pretérito perfeito do indicativo é uma forma verbal usada para indicar uma ação ocorrida e finalizada no passado.
Vejamos o exemplo:

Eu consegui convencer o juiz de que o réu era inocente.

O erro cometido pelos estudantes, conforme já registrado, consiste em usar a forma nominal do infinitivo (conseguir) no lugar da forma flexionada (consegui).
Trata-se de erro primário que não pode ser tolerado principalmente se cometido por estudantes do ensino superior.
Então aqui vai uma dica para você não errar.
A forma nominal do verbo no infinitivo é usada, geralmente, nas seguintes situações: em locuções verbais, ou seja, quando vier acompanhada na frase de um verbo auxiliar; quando regida por preposição; e quando a oração não possuir um sujeito definido na frase.
Veja os exemplos abaixo com o verbo indeferir:

O juiz somente vai indeferir o pedido se não forem preenchidos os pressupostos processuais. [locução verbal com o verbo auxiliar ir”].

Não havia motivo para o juiz indeferir o pedido de justiça gratuita [forma nominal regida pela preposição “para”]

Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento… [sujeito não definido].

 
a forma flexionada é usada na primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, para indicar uma ação já passada no tempo.
Eu indeferi a petição inicial porque estava inepta.
Fique, portanto, alerta para não cometer esse erro intolerável.
Por hoje é isso.
Espero que a dica seja útil e valiosa.
 
Referência: duvidas.dicio.com.br
 
Um abraço da Professora Mara Saad.


Mara-Saad
Mara Saad – Formada em Letras pela Universidade de Brasília (UnB) e em Direito pelo UniCEUB, com especialização em Direito Processual Civil pelo ICAT – Instituto de Cooperação e Assistência Técnica do Centro Universitário do Distrito Federal, hoje UDF. Servidora Pública aposentada no cargo de Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT, onde exerceu durante mais de vinte anos assessoria de magistrado. Autora dos livros para concursos “TJDFT em Esquemas” e “STF em Esquemas”, ambos detidos ao ensino dos Regimentos Internos e legislação correlata dos respectivos Tribunais. Exerce atualmente a docência no Instituto de Formação Judiciária Luiz Vicente Cernicchiaro do TJDFT, ministrando cursos de Técnicas de Redação Jurídica com vistas à capacitação e ao aperfeiçoamento dos servidores da Casa.
 


 

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