Perca o medo da redação: 3 métodos que dão certo ao praticar para prova discursiva

Como você pode evoluir no estudo para discursivas e sair do lugar de concurseiro que tem medo de discursivas para o de concurseiro que domina qualquer tipo de tema que apareça na prova.

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Quando pensamos na prova discursiva, vem na cabeça de 90% das pessoas um medo de não saber o que colocar na folha do papel. Os pedidos que a banca faz na prova podem ser objetivos, viajados, abstratos demais, diretos ao ponto demais. O medo de falhar e tangenciar o tema ou os tópicos solicitados também está entre os itens que mais causa arrepios.

Só essa perspectiva já causa aflição em muitos candidatos bons, porque eles, de fato, acabam se deixando levar pela situação e perdem o controle.

Esse controle – e o tal do autoconhecimento – são alcançados depois de muita prática – e de muitos erros. Sim! Sem dúvidas. Todo candidato que faz uma boa redação começou “cru” e errou bastante para conseguir passar ileso quando estivesse no dia da prova.

A verdade é que quem hoje faz uma boa redação é porque passou a olhar com uma lente de aumento para os erros que cometia. Para não errar mais, esse concurseiro precisa fielmente seguir:

  1. Uma cartilha própria com os pontos mais fracos da sua escrita;
  2. Treinar bastante com auxílio;
  3. Treinar sem auxílio.

Vou detalhar cada um desses pontos a seguir:

 

MÉTODO 1) Seguir a cartilha para evitar cometer os pontos mais fracos

O que eu chamo de cartilha dos pontos fracos é uma simples lista dos erros pessoais mais fáceis de cometer ao escrever uma redação. São vícios, omissões, algo que temos que lembrar de fazer que quase sempre está rodeando a maioria das redações que produzimos.

Cada pessoa tem sua lista.

Uma cartilha necessariamente é diferente da outra.

Como assim?

Simples.

Ao desenvolver 3 ou 4 redações, você notará alguns pontos positivos e alguns pontos negativos.

Geralmente, os pontos positivos são suas forças e sempre aparecem quando você faz uma redação.

A notícia ruim é que os pontos negativos também aparecem e, se você não criar consciência, eles vão vez ou outra surgir e tirar a qualidade da sua redação.

Vamos a um exemplo com dois alunos de uma das aulas das minhas Salas Particulares no Gran Cursos, em que desenvolvi 14 aulas com os temas da carreira de controle e fiscal.

O Aluno A tinha o costume de falhar das seguintes formas:

a) Esquecia de começar os parágrafos com espaçamento de 1,5 cm a 2,5 cm;

b) Não diferenciava letra maiúscula de minúscula no início das orações;

c) Ausência de acentuação em algumas palavras;

d) Gostava de utilizar a expressão “o mesmo” com o sentido de “ele”;

e) Ao enumerar itens na redação, esquecia de colocar vírgulas, substituindo-o por “e”.

 

Essas falhas somente puderam ser vistas depois que o Aluno A produziu umas quatro redações. Ficou evidente que eram erros que quase sempre apareciam, mas eram “consertáveis”.

Essa listinha é um conjunto de falhas pessoais. Ele tinha mais falhas, mas não eram tão recorrentes quanto essa acima.

Já a Aluna B também conseguiu identificar uma lista com as seguintes falhas:

a) Erros de posicionamento de proposição de ênclise e próclise;

b) Excesso de vírgulas nas orações;

c) Parágrafos maiores do que o necessário para passar as informações;

d) Ausência de linguagem impessoal ao longo do texto;

e) Esquecia de colocar siglas para facilitar a escrita.

 

Essas falhas saltavam aos olhos em todas as redações iniciais que a Aluna B fazia.

Pegando o exemplo dessa aula, ela mesmo começou a notar e atuou rapidamente com meu auxílio para consertar as falhas mais recorrentes: estudou na gramática o assunto de preposição, vírgulas e orações subordinadas. Passou a adotar uma linguagem impessoal. No lugar do “Temos que adotar uma política favorável ao…”, ela passou a escrever “Tem-se que adotar uma política favorável ao…”. E por fim, começou a escrever com a meta de fazer uma oração em, no máximo, 3 linhas, ou seja, utilizando mais pontos finais do que costumava.

Apenas tomando consciência dessas falhas recorrentes, os alunos A e B passaram a ganhar entre 15 e 20% a mais de pontos nas redações seguintes.

Após aplicar o método 1 em todas as redações, a sensação real é a de que outra pessoa está escrevendo quando se compara as primeiras redações com a última redação produzida.

Tenha sua cartilha de pontos fracos.

Não cometer os mesmos erros é o primeiro passo nessa jornada!

 

MÉTODO 2) Treinar bastante com auxílio

O que eu chamo de treinar bastante com auxílio ocorre quando se está estudando redação na prática, mas ainda há alguma insegurança em relação ao conteúdo que tem que ser desenvolvido.

É uma espécie de fase 2.

Superamos a fase 1 quando há consciência dos erros. A cartilha de falhas está na cabeça e, ao iniciar toda redação, existe a plena consciência de não mais cometer esses erros.

A fase 2 é justamente quando a técnica está desenvolvida, mas os conteúdos estão progressivamente sendo estudados. Não é todo conteúdo de prova que se sabe com total segurança a ponto de colocar no texto proposto.

Vamos a um exemplo.

Imagine que você está estudando para a CGU.

Com base nessa informação, você deve estar vendo os conteúdos de Direito Constitucional, Direito Administrativo e AFO com um olhar diferenciado, já que serão objeto da prova discursiva.

A partir disso, é possível praticar por meio de provas anteriores. Simular temas prováveis de cobrança ainda é o melhor meio de se estudar.

No concurso de 2020 do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE/MG) foi cobrado o seguinte tema:

 

Texto motivador:

“No início do século passado, o orçamento público tradicional servia basicamente como instrumento de controle, tanto do Poder Legislativo sobre o Poder Executivo quanto deste sobre suas unidades integrantes. Para desempenhar tal papel, o orçamento era revestido de roupagem contábil, a partir de classificações elementares, mas que atendiam às necessidades de um setor público ainda incipiente. Nos anos 60, a Lei n.º 4.320/1964 trouxe alguma evolução na metodologia orçamentária, especialmente na adoção da classificação econômica e funcional das despesas. Mas o grande salto qualitativo se deu a partir da Constituição Federal de 1988 (CF), a qual reforçou a concepção que associa orçamento a planejamento como elos de um mesmo sistema.”

 

Tópicos:

Tendo o fragmento de texto apresentado como referência inicial, redija um texto dissertativo a respeito da evolução do processo orçamentário no Brasil. Em seu texto, atenda ao que se pede a seguir.

1 Apresente três características do orçamento tradicional e três do atual orçamento-programa. [valor: 8,00 pontos]

2 Discorra sobre os instrumentos de ligação entre planejamento e orçamento advindos da CF, representados pelas três leis orçamentárias, e caracterize cada uma dessas leis. [valor: 7,00 pontos]

3 Disserte sobre dois benefícios à sociedade advindos da evolução orçamentária a partir da CF. [valor: 4,00 pontos]

 

Para muitos alunos, esse tema é comum – e até básico. No entanto, relendo os pedidos feitos nos tópicos, há algumas nuances que não são estudadas, como a evolução do orçamento tradicional para o orçamento-programa.

Por isso, ao ler o pedido da banca, a depender do nível de aprofundamento nos estudos, a melhor tática é a de “espiar” rapidamente o padrão de resposta divulgado pela banca antes de começar a escrever.

Pode-se fazer o que chamo de auxílio rápido.

Não é preciso que você estude horas sobre o assunto orçamento tradicional, orçamento-programa, PPA, LDO e LOA.

Você precisa ter a base de conhecimento para adotar esse caminho.

Ou você pode ter que precisar de um auxílio de base. Ou seja, gastar algum tempo mergulhando no assunto, seja por videoaulas ou por PDFs para poder entender sobre os tópicos que serão objeto da sua redação.

 

MÉTODO 3) Treinar sem auxílio

O treino sem auxílio é para os veteranos de guerra. É a fase 3 da jornada. Geralmente é o passo mais interessante e desafiador, porque envolve colocar em prática toda a técnica de redação e, também, o conteúdo assimilado sem recorrer ao padrão de resposta.

Nesse nível, é interessante que o aluno já esteja praticando com consciência a sua cartilha de erros.

Também é bom que já tenha feito algumas redações com auxílio. Essa experiência ajuda bastante para entender a engenharia reversa da banca e conseguir mais pontos quando estiver aplicando o método 3 de estudo das discursivas.

Utilizando o tema anterior do TCE-MG, um aluno que não estava avançado o suficiente para fazer a redação optou por aplicar o método 3 (sem auxílio), mas não conhecia o tópico 1 de forma suficiente para ir bem na redação.

O resultado foi que ele respondeu bem os tópicos 2 e 3, mas derrapou feio no tópico 1, ganhando apenas 1,50 dos 8,00 pontos possíveis.

Por isso, é importante analisar antes de iniciar a redação qual o método você adotará para cada tema proposto. A sinceridade com o nível de estudos vai determinar se você vai obter ganhos ou não.

 

DICA FINAL:

Todos os três métodos têm seus objetivos claros e são passos fundamentais que podem ser dados para que você possa:

  1. OBJETIVO DO MÉTODO 1: Criar consciência de erros recorrentes que podem e precisam ser eliminados para ganhos de até 20% a mais na nota da redação.
  2. OBJETIVO DO MÉTODO 2: Aplicar a técnica de redação e entender os conteúdos que ainda não estão solidificados, além de conhecer a banca, aplicando a engenharia reversa com os temas.
  3. OBJETIVO DO MÉTODO 3: Simular, de fato, como seria o desempenho no dia da prova, tendo consciência de passar longe dos erros mais comuns.

Pode não ser fácil para quem está fazendo pela primeira vez, mas não é impossível começar do zero e ser um craque nas discursivas.

Se considerar uma tarefa difícil demais, há a possibilidade de contratar um especialista ou, para quem é assinante ilimitado, há a possibilidade de assistir as aulas das Salas Particulares com os GranXperts.

Caso esteja difícil, procurar o auxílio profissional pode te ajudar enormemente nessa etapa. Pense nisso!

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Por fim, espero que tenha gostado do texto e que esteja conseguindo manter o foco nesse período difícil em que vivemos.

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Para quem não me conhece: Sou Bruno Pimentel, Auditor Federal de Finanças e Controle (AFFC) do Tesouro Nacional.

Realizo coaching no GranCursos Online. Sou da equipe de estrelas do GranXperts. Sou membro da Sociedade Latino Americana de Coach (SLAC) e certificado em coaching a certificação Professional Coach Certification – PCC®.

Tenho 12 anos de experiência como servidor público federal, logrando êxito em diversos certames federais e estaduais com as bancas: Cespe/Cebraspe, FCC, FGV e ESAF.

Possuo mestrado e sou especialista em discursivas com foco em Estudos de Caso e em Peças Técnicas: elaboro temas, corrijo textos e dou consultoria no tema.

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