Olá pessoal! Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e faço parte do time de professores do Gran Cursos Saúde.
Hoje eu não vou falar de Análises Clínicas, nem mesmo de Farmácia, exatamente. Vou falar dos degraus que superei trilhando minha carreira. E não escolhi a palavra degraus por acaso. A escolhi pois acredito que os degraus difíceis de subir hoje serão seu pódio amanhã.
Meu objetivo com este artigo é ajudar você, caro aluno, Farmacêutico (a), ou não, que até sabe onde quer chegar (o que já é um bom avanço), mas que não sabe por onde ir. Talvez conhecendo um pouco da minha trajetória você consiga enxergar oportunidades onde antes não vislumbrava, estabelecer metas e finalmente alcança-las.
Eu entrei na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora em 2008, aos 18 anos, e eu tinha uma meta: ter um salário de R$10.000,00 um dia! Na verdade, esse número veio do salário, à época, dos Peritos Criminais da Polícia Federal.
Não demorou muito tempo para eu perceber, nas disciplinas da graduação, que a área de perícia, com muita Química e Toxicologia, não era minha área de maior interesse. Eu gostava mesmo era da Anatomia, da Fisiologia, da Microbiologia, da Hematologia… E aí a carreira de Perito Criminal foi descartada, mas o salário-meta, não!
Algo muito importante, que começou a contribuir para minha bagagem de conhecimentos é que eu não levava a faculdade apenas no “básico”. Estava sempre buscando projetos de Iniciação Científica, participando de Congressos, Cursos de Inverno… Em dado momento da graduação, consegui um estágio remunerado em uma Indústria Farmacêutica e resolvi conciliá-lo com as aulas da faculdade. Então veja só: frequentava as aulas de 7h às 11h e de 13h às 15h, e aí ao invés de ir para casa, corria para o estágio de 16h até meia-noite… E isso durou 6 meses!!!
Bom, fato é que a faculdade foi chegando ao fim e se aproximava aquele temido momento de decidir o que seria da minha carreira após ter o diploma em mãos.
Foi aí que tomei minha decisão profissional mais acertada: não ser somente mais uma Farmacêutica recém formada no mercado. Enriquecer meu currículo com outro título, que me colocasse a frente da maioria dos concorrentes em uma entrevista de emprego e que aumentasse minha bagagem de conhecimentos de verdade! Escolhi a Residência em Análises Clínicas no Hospital Universitário da UFJF.
Me formei em 2013, prestei o Concurso para a Residência, e após muito estudo (muito mesmo, muito mais que para passar no vestibular), fui aprovada e ingressei na Residência em março de 2014, já com a bagagem de conhecimentos um pouquinho mais pesada devido ao processo de preparação para a prova.
E a Residência foi um divisor de águas em minha carreira. Foram 2 anos (5.760h) de imersão em um Laboratório de Análises Clínicas de um Hospital e ao final, em fevereiro de 2016, eu me sentia preparada para trabalhar em qualquer Laboratório, tamanha a experiência que adquiri. Fora o título de pós-graduação e a remuneração, que não era meu salário-meta ainda, claro, mas que já pagava minhas contas.
Nesse momento, me inscrevi no processo seletivo para Oficial Farmacêutico Temporário do Exército Brasileiro, que se baseava não em prova objetiva, mas sim em análise de currículo. E aí o degrau da Residência já foi meu primeiro pódio. Meu currículo foi muito bem pontuado e fui aprovada no processo seletivo.
Ingressei no Exército Brasileiro em março de 2016, em Brasília, após viajar 1.000km e me mudar para uma cidade em que não conhecia ninguém. Mas eu tinha minha meta, sabia onde queria chegar!
Logo na primeira semana, as atividades do Curso de Formação exigiam um internato para as instruções militares. A saudade de casa, dos pais, do marido, pesava muito, e confesso que fraquejei em alguns momentos. Chorei, pensei em desistir, mas sempre “sacodia a poeira e dava a volta por cima”.
Concluído o Curso de Formação, começou o dia a dia profissional. Sabia que seriam 8 anos de renovações contratuais, com uma estabilidade profissional praticamente garantida. Mas ainda não era a minha meta! Por isso não tardou e comecei meus estudos, ainda em 2016, para concursos militares.
Tive algumas reprovações sim! Mas ao invés de desanimar eu sentia que estava cada vez mais perto. Até que em 2017 prestei a prova para Oficial Farmacêutica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Foram 483 farmacêuticos inscritos e apenas 2 vagas, mas fui aprovada e nomeada em julho de 2018.
Alguns me perguntam se eu estudei muito, quantas horas por dia, etc. Eu sempre respondo: “Sim, me preparei para este concurso desde o dia que ingressei na Faculdade de Farmácia!”. E o que eu quero dizer com isso? A bagagem de conhecimentos começou lá, ainda em 2008. Todo conhecimento que acumulei ao longo dessa trajetória não foi em vão. Foi construindo minha base sólida, para alcançar o meu pódio.
Por isso tenha em mente que você nunca perde por adquirir conhecimento. Aliás, o conhecimento não ocupa espaço! Use bem o seu tempo livre, não o desperdice em aplicativos que não te agregam, por exemplo… Ao invés disso, leia um livro, assista uma videoaula, venha para o Blog do Gran. Vá construindo a sua bagagem de conhecimentos e abrace todas as oportunidades que surgirem: estágios, processos seletivos, etc. Você nunca sabe o que seu futuro te reserva! Mas vou te contar uma coisa… Eu acredito que ele te reserva algo incrível: o SEU pódio! Um forte abraço e sucesso, sempre!
Participe da conversa