“Pessoas de sucesso não nascem assim. Elas se tornam bem-sucedidas estabelecendo o hábito de fazer coisas que pessoas sem sucesso não gostam de fazer. As pessoas de sucesso nem sempre gostam de fazer tais coisas; elas apenas seguem em frente, e as fazem.” – Don Marquis (1878-1937), escritor e poeta estadunidense
Hábitos não são nada além de comportamentos repetidos regularmente, que tendem a ser acionados pelo subconsciente. Quer você se dê conta disso ou não, toda sua existência é pautada neles. Ou seja, se você não for capaz de controlá-los, advinha o que vai acontecer? Eles controlarão você!
É comum as pessoas falharem nas tentativas de gerenciar os próprios hábitos. Isso se deve, em parte, por sermos todos, em alguma medida, viciados neles. A maioria de nós mantém um ou alguns que gostaria de mudar, mas não consegue. Comer doce ou fritura em excesso, acordar tarde, desperdiçar tempo de mais nas redes sociais… Como resistir a uma geladeira cheia ou a uma guloseima qualquer exalando aquele cheiro único? E o que fazer se a cama quentinha e aconchegante não me deixa encarar o dia? Ah, só vou ver mais um ou dois stories dos meus amigos no Instagram…
Outra razão para nossa dificuldade vem do fato de que não se costuma aprender métodos para gerir hábitos, nem na escola, nem na faculdade. Se a educação formal não inclui técnicas de eliminação de condutas nocivas à saúde, ao bem-estar e ao sucesso profissional, cabe-nos buscar formas de desenvolvê-las nós mesmos. Felizmente, há muita literatura sobre o assunto, e é amparado nela que hoje me dirijo a você para termos esta conversa.
Considerando que os hábitos dão norte a nossa vida, é preciso descobrir um jeito de abandonar os prejudiciais e substituí-los por outros, melhores. Como ocorre em toda mudança, implementar e, sobretudo, manter os novos padrões de comportamento é difícil, muito difícil, mas não impossível. Depois de iniciar o processo, o tempo e a prática se encarregam de tornar a missão mais fácil.
A resposta está em entender que todo hábito é despertado por uma deixa, que aciona a rotina, a qual, por sua vez, resulta numa recompensa. A deixa é o gatilho a partir do qual o cérebro entra no modo automático e ativa este ou aquele hábito. A rotina é o comportamento propriamente dito, bom ou ruim. A recompensa, por fim, é o que confirma para o cérebro que vale a pena repetir essa conduta específica.
Charles Duhigg, autor do livro O poder do hábito, ensina que a rotina é uma das ferramentas mais poderosas na remoção dos obstáculos à mudança de hábitos. Quando se cria uma rotina, a mente é liberada para se concentrar em algo diferente. “Na verdade, o cérebro começa a trabalhar cada vez menos… e isso é uma verdadeira vantagem, porque significa que você tem toda aquela atividade mental para dedicar a outra coisa”, explica. É assim que, com a repetição, dominamos a rotina, e a atividade se torna um hábito automatizado.
Entendido que o ciclo se repete entre deixa, rotina e recompensa, conclui-se que, se a intenção for mudar um hábito ruim, o primeiro passo é identificar o gatilho dele e encontrar uma forma de associar essa mesma deixa a outro hábito, mais saudável, que se pretenda incorporar. Por exemplo, se você quer substituir o hábito de comer um doce após cada refeição, quando a vontade chegar, troque a guloseima por uma fruta, ou, talvez, um pedacinho de chocolate amargo 70%. No início, será difícil vencer a tentação, mas, aos poucos, você condicionará seu paladar e logo se verá seguindo o novo hábito sem nem pensar. Quando bater o desejo de comer algo doce, seu cérebro guiará você a consumir algo bem mais leve, como uma maçã, e isso bastará.
Seu problema é não conseguir sair da cama de manhã cedo? Então comece a treinar a mente para despertar de forma mais ativa. Deixe o despertador longe, de preferência em outro cômodo. Todas as manhãs você terá de se levantar para desligá-lo. Obrigue-se a se manter de pé, jogue água no rosto e inicie imediatamente suas atividades. A recompensa virá logo: o dia será mais produtivo, o que vai motivar você a seguir esse ritual até que ele se torne espontâneo. O ciclo virtuoso se inicia, entende? Aliás, como ensina o empreendedor norte-americano Jim Rohn, “motivação é o que faz você começar; hábito é o que faz você continuar”.
O psiquiatra e neurocientista Judson A. Brewer parece ter chegado a uma “maneira simples” de quebrar um mau hábito. Ele conduziu um experimento voltado a ajudar pessoas a pararem de fumar. Os resultados foram bem positivos. O fumante era orientado a simplesmente prestar atenção ao que acontecia enquanto tragava um cigarro. Brewer dizia aos voluntários: “Vá em frente e fume. Apenas fique muito curioso sobre como é quando você faz isso.” Uma das participantes relatou: “Cheira a queijo fedorento e tem gosto de produtos químicos. Eca!” O desencanto com o comportamento foi inevitável para a maioria.
Portanto, minha sugestão é: monitore como você se sente enquanto se rende ao hábito que lhe parece ruim. Se a sensação é de culpa ou arrependimento, tente usá-la como desestímulo àquela prática. Desencante-se com o mau hábito e trate de substituí-lo por outro que lhe dê orgulho. Tente, experimente, treine. Quebrar maus hábitos mudará completamente a sua vida.
E então, qual hábito negativo você gostaria de mudar e por quê? Como a sua vida vai melhorar se conseguir substituí-lo por um hábito bom? Conte para mim nos comentários.
“Hábitos são uma faca de dois gumes. Os maus conseguem arruiná-lo tão facilmente quanto os bons, engrandecê-lo, e é por isso que entender os detalhes é essencial. Você precisa saber como os hábitos funcionam e como projetá-los a seu gosto, para que possa evitar a face perigosa da lâmina.” – James Clear
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