Vamos falar de protagonismo estudantil?

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02 de março2 min. de leitura

Protagonismo é a capacidade de se perceber como principal agente da própria vida. É quando você se responsabiliza pelas próprias atitudes, expressa iniciativa e autoconfiança ao resolver suas questões.

O estudante protagonista acredita que pode aprender e encontra as melhores formas de fazer isso, não apenas individualmente, mas atuando de forma colaborativa e participativa no contexto escolar.

A proposta do protagonismo estudantil permeia todo o texto da Base Nacional Comum Curricular – BNCC, aparecendo nas competências gerais e específicas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. No referido documento, a ideia de protagonismo ainda está relacionada a outros conceitos, como a educação integral e o projeto de vida dos estudantes.

A prática do protagonismo contribui para o desenvolvimento do senso de identidade, da auto-estima, do autoconhecimento, da autoconfiança, da visão de futuro, do projeto e do sentido da vida, da autodeterminação e da auto-realização.

 

Além disso, incentivar o protagonismo estudantil contribui para:

  • Desenvolver a autonomia, a capacidade de tomar decisões e a responsabilidade dos estudantes.
  • Promover o engajamento dos estudantes com os conteúdos escolares e a prática pedagógica.
  • Construir o projeto de vida do estudante.
  • Estimular a participação dos estudantes na esfera política, social, econômica e cultural.
  • Desenvolver habilidades como autogestão, heterogestão e co-gestão.
  • Lidar melhor com suas potencialidades e limitações.
  • Atuar em equipe, visando a consecução de objetivos comuns.
  • Fortalecer o compromisso das escolas com a formação integral dos estudantes.

 

Mas… se o estudante se tornar protagonista, qual será o papel do professor?

Essa é uma questão comum, e que aflige alguns educadores. Mas é preciso perceber o professor como mediador no processo de ensino e aprendizagem, que orienta e guia o estudante ao longo de sua formação básica, levando em conta a sua vivência e a sua realidade dentro e fora do ambiente escolar. O educador passa a ser um líder, um organizador, um co-criador de acontecimentos junto aos estudantes, portanto, a cooperação educador-estudante é meio e a autonomia do estudante é o fim.

Todavia, é preciso esclarecer que, a autonomia plena do estudante não é uma condição para iniciação prática no protagonismo, mas um objetivo a ser alcançado com a prática desta modalidade educativa. A proposta do protagonismo pretende modificar gradualmente a relação de dependência entre estudante e professor, que geralmente define as ações, para uma relação colaborativa.

E para que se desenvolva o protagonismo é necessário construir um novo tipo de relacionamento entre crianças ou adolescentes e adultos. O adulto deixa de ser um transmissor de conhecimentos para ser um colaborador e um parceiro do estudante na descoberta de novos conhecimentos e na ação comunitária. Também é necessário que haja uma mudança na visão do estudante, em que este possa ser visto como fonte de iniciativa, fonte de liberdade e de compromisso.

 

Como desenvolver o protagonismo na escola?

Para promover o protagonismo é preciso permitir que o estudante participe de todas as fases dos processos de ensino e de aprendizagem. Assim, é fundamental que ele faça parte do planejamento, da execução e da avaliação dos processos educativos. Os estudantes devem ser estimulados a tomar iniciativa dos projetos e atividades a serem desenvolvidos, ao mesmo tempo em que devem vivenciar possibilidades de escolha e de responsabilidades. E para isso é importante:

 

  • Criar momentos e espaços para a interação entre os próprios estudantes e entre os estudantes e a comunidade.
  • Promover debates e estimular a participação e a exposição de diferentes pontos de vista.
  • Buscar alternativas para as aulas em formatos tradicionais
  • Permitir que os estudantes tragam as suas próprias vivências para dentro da classe.
  • Propor atividades e reflexões que extrapolem o espaço escolar.
  • Incentivar os estudantes a levarem para a sala de aula problemas reais.
  • Desenvolver habilidades como liderança, autonomia, respeito, empatia, responsabilidade e tomada de decisões.

 

O protagonismo tem se mostrado uma alternativa eficaz na educação para a co-responsabilidade na construção do bem comum e como estratégia pedagógica de estímulo ao envolvimento do estudante em atividades que ultrapassam os limites dos seus interesses individuais e familiares.

É preciso que as práticas pedagógicas apoiem o protagonismo dos estudantes, desenvolvendo competências socioemocionais fundamentais para o contexto atual. E para que o estudante seja protagonista e responsável pelo seu percurso escolar é fundamental estruturar uma integração curricular que defina claramente as competências que serão desenvolvidas.

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