8 Erros dos Concursandos Iniciantes

Quando a gente começa a estudar para concursos, acha que “é só estudar” e pronto. Não poderíamos estar mais errados... Abaixo escrevo sobre alguns dos erros mais comuns dos concursandos iniciantes que, se evitados, facilitarão a sua vida e seus estudos.

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13 de agosto6 min. de leitura

  1. Não ler o edital adequadamente

O primeiro grande erro de quem começa a estudar é achar que o edital se resume a quantidade de vagas, salário, data de prova e conteúdo programático.

Como eu sempre digo para os estudantes, leia o edital TODO, do início ao fim, pois ele contém as regras do concurso, e você precisa conhecê-las para não ser reprovado por bobeiras e desconhecimentos.

Além disso, pode ser que você tenha alguns direitos e não saiba, ou tenha impedimentos e também não saiba. Tudo isso vai estar detalhado no edital.

Ele é baseado na lei do cargo. Você sabia que todo cargo tem uma lei que o rege? Pois é, se, por acaso, o edital disser algo que vá contra a lei, você pode fazer um recurso.

Sabia que alguns cargos exigem idade máxima ou altura mínima? E que outros não aceitam pessoas com uma enorme gama de deficiências? Tudo isso vai estar escrito no edital, mas, se você não o ler por inteiro, pode acabar estudando (e quem sabe até sendo aprovado) e depois não poderá tomar posse no tão desejado cargo porque não tem todas as exigências descritas nele.

  1. Observar apenas o número de vagas ou a remuneração

Meio que seguindo o tópico anterior, ver somente o número de vagas ou a remuneração é roubada. Sim, claro que esses fatores (principalmente a remuneração) podem influenciar na sua escolha por um cargo, mas, mais importante que isso, é a sua vontade de trabalhar em determinada atribuição.

Eu, por exemplo, nunca tive vontade de trabalhar em carreiras policiais. Elas não me atraem, eu tenho medo do que pode ser o trabalho, não curto armas e nem trabalho em plantão. Se eu fosse olhar somente o número de vagas e a remuneração da próxima prova para agente da PCDF, iria querer fazê-las com certeza. São 1.800 vagas e o salário é de quase R$10.000,00 (dez mil reais). Mas o problema é que eu seria extremamente infeliz nesse trabalho.

Escolher um cargo não tem a ver somente com o quanto se ganha, mas muito mais com o que se faz. Você vai ser feliz naquele trabalho, ou vai viver estressado, querendo sair, não desempenhando sua função como deveria?

A mesma coisa serve para cargos administrativos, “de escritório”. Não consigo ver meu irmão, por exemplo, em um desses. Ele não gosta de ficar sentado na frente de um computador o dia inteiro… Não seria feliz em um cargo assim e logo pediria para sair.

Então, ao escolher um concurso para prestar, leia as atribuições do cargo, pesquise mais sobre o que se faz em determinado cargo ou órgão, pergunte para pessoas que trabalham nessas funções como é o trabalho, o que elas acham dele e reflita se é isso mesmo que você deseja.

Pode ser que você esteja fazendo somente um concurso-meio, ou concurso-escada, como falam, mas pode ser que não. E, em ambos os casos, você vai passar pelo menos algum tempo no cargo que prestar concurso, então não é melhor que seja pelo menos agradável?

  1. Escolher o concurso pela estimativa de baixa concorrência

Outro erro que concursandos iniciantes cometem é se preocupar excessivamente com a concorrência. Eu sempre digo que a sua concorrência é você mesmo, e não os coleguinhas que você não conhece e fica imaginando como é a vida deles.

Eu acho incrível como os concorrentes imaginários são estudiosos, não tem um dia ruim, estudam 20 horas líquidas por dia e ainda conseguem dormir bem, comer bem, fazer exercícios físicos, cuidar da família e quiçá trabalhar. Estão mais para robôs que seres humanos.

Entenda que você é seu único concorrente. É você contra a prova e você só precisa de uma única vaga, então não importa se tem milhares ou milhões de pessoas prestando o mesmo concurso, basta você se focar em melhorar seu desempenho um pouquinho por vez e não tentar ser melhor do que pessoas as quais só existem na sua imaginação (mesmo que elas sejam reais, o que você as vê fazendo não é o que de fato elas fazem, é uma impressão sua sobre o que você acha que está vendo).

Além do mais, quando você lê uma notícia ou um estatística dizendo que tem 1.348.326,7 pessoas concorrendo por vaga, pode ter certeza que uns 40% vão faltar no dia da prova, uns outros 50% não farão ideia do que estão fazendo lá (é a galera do “vai que”), outros 5 a 7% não vão ter estudado corretamente ou o suficiente e somente uns 2% é que de fato estarão aptos a de fato concorrer a uma vaga. Espero que você esteja nesses 2% em breve.

  1. Não fazer simulados

Uma vez uma menina me disse que não fazia simulados e, quando eu perguntei o porquê, ela me disse que uma vez fez um, mas se saiu mal e, desde então, não os faz para não ficar triste com as notas baixas.

O primeiro erro dela é ter medo de errar na hora do treino. É melhor errar no simulado que na hora da prova, não é mesmo?

O segundo é não saber no que ela está errando (nas disciplinas) e se consegue responder todas as questões necessárias no tempo destinado no dia da prova e em situações adversas.

Já vi muita gente não conseguir responder 120 questões (em prova do Cebraspe) em quatro horas. Já vi gente não conseguir resolver prova por causa de barulhos vindos do lado de fora da sala de aula. Já vi gente passar mal porque estudou muito, mas não treinou o suficiente.

Simulados servem exatamente para simular o momento e a prova que você deseja fazer. Você não precisa e nem deve ter medo deles. Fazê-los é essencial na sua preparação.

E não só fazê-los, mas precisa cronometrar seu tempo (afinal, vai ter que terminar a sua prova em três ou quatro horas, a depender do edital), precisa fazê-los em situações adversas (calor, frio, barulho, silêncio, músicas ou sons que possam te irritar etc.). Tudo isso serve como preparação para qualquer situação que possa vir a ocorrer no dia do seu concurso. Se você treinar dessa forma, nada vai te atrapalhar no dia do certame.

  1. o descansar

Eu sou super a favor do descanso. Acho um absurdo quando falam que você precisa estudar sete dias da semana, mais de quatro a seis horas por dia, não pode sair, não pode dar atenção para a sua família, nunca pode namorar ou curtir o que quer que seja.

Claro que não dá para ir para a balada todo final de semana, encher a cara de bebida alcoólica e ficar quase uma semana para se recuperar disso tudo… Mas descansar e se divertir são essenciais para os estudos sim.

E pense comigo: o estudo é passageiro, mas a sua família e seus amigos, não. Então não vale a pena perdê-los para os estudos, por mais importante que estes sejam.

Como acho que tudo se resolve na conversa, sempre indico aos meus alunos que conversem com os familiares e amigos (mas amigos de verdade, ok?) e expliquem que a rotina vai mudar, que precisarão de muitos momentos de estudos, inclusive nos finais de semana, mas que se comprometem a ficar alguns momentos com a família ou a sair alguns dias com os amigos. Não se sinta mal por isso. Aprenda a curtir esses momentos para que os momentos de estudo não sejam regidos por culpa.

  1. Estudar em grupo

Estudo é sozinho. Você pode até discutir as matérias e aprendizados com um grupo de amigos que também estudam para o mesmo concurso que você, mas o estudo per se é feito sozinho.

Eu lembro que quando eu estudava para concursos, passava o dia estudando, revisando e fazendo questões, mas, quando meu marido chegava em casa, íamos caminhar e ele “tirava a matéria”. Como ele sabia bastante as matérias que eu estava estudando e já tinha passado em vários concursos, ele me fazia perguntas sobre a disciplina e eu tinha de explicar ou dar os conceitos. Depois ele pedia exemplos e eu também os dava.

Entenda que eu não estudava com ele… Ele era mais uma maneira de eu revisar a matéria que eu estudava sozinha, tipo um flashcard.

Então não se engane quando as pessoas te chamarem para fazer um “grupo de estudos”. Normalmente ninguém sabe o que fazer, acaba mais em conversa e enrolação e não é uma maneira de estudar. Você vai mais gastar seu tempo que aprender coisas de verdade.

  1. o revisar

Eu sempre digo que a gente aprende de verdade revisando. Pensa aqui comigo: você vai ler um PDF ou assistir a uma videoaula uma vez, talvez duas, mas vai revisar uma quantidade de vezes que eu não consigo nem contar nos dedos.

A aula é feita para você pegar os conceitos básicos, as explicações dos professores e transformar em um material inteligível em suas próprias palavras, e é a partir desse material que você vai aprender de verdade a matéria.

Outro erro que envolve os materiais de revisão são aqueles resumos maiores que as próprias aulas. Infelizmente a gente não aprende a fazer resumos quando estamos na escola, por isso, acabamos copiando o material passado pelos professores, adicionando nossas palavras e acabamos com resumos de três páginas para aulas de uma página. Isso está errado.

Resumos, mapas mentais ou flashcards devem ser menores que as aulas originais, devem ser feitos com suas próprias palavras e devem ser revistos e ajustados constantemente. Como você vai saber o que e quando ajustar? Fazendo questões, mas isso é assunto para um artigo próprio.

  1. Não usar técnicas de estudos

Quando a gente está na escola, na maioria das vezes, basta sentarmos um dia antes da prova para estudar e conseguimos pelo menos “passar” no exame, ou seja, tirar aquela nota na média. O problema é que a gente cresce com esse vício e achando que isso é estudar, quando, na verdade, isso é memorizar brevemente uma matéria específica para esquecê-la assim que terminamos a prova.

Tem gente que jura que estudar é somente sentar e ler, ler, ler mais uma vez. Isso não é uma inverdade, como também não funciona quando você tem que ler mais de 3.000 páginas de PDFs ou assistir a mais de 500 videoaulas. Você não vai conseguir memorizar o mínimo que precisa para ser aprovado.

Então aquela historia de “HBC” (hora bunda-cadeira) é papo de quem não sabe estudar de verdade e vai ficar anos e anos sem uma aprovação (se é que um dia vai ter uma).

Existem sim técnicas de estudos. Muitas não funcionam e muitas outras funcionam muito bem. Você precisa aprender sobre elas (e aqui no Gran Cursos Online não só temos lives diárias no YouTube sobre elas como temos também cursos especializados em técnicas de estudos), decidir qual é a que você se adapta melhor e utilizá-la. Somente assim você vai conseguir estudar de forma inteligente e eficiente para passar no seu concurso desejado.

Espero que essas dicas tenham sido úteis e que você as utilize para não cometer erros bobos que podem te tirar da “competição” dos concursos.

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