“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.” (Gâlatas 6.9)
Olá, querido leitor!
Há alguns dias, um aluno me procurou e relatou algumas preocupações que estavam lhe incomodando. Entre outras, ele me disse que “não estava evoluindo nos estudos”. Em face a essa situação fatídica, resolvi compartilhar aqui algumas questões que julgo importantes acerca disso, pois já não é a primeira vez que me procuram para falar sobre esse tema. Além disso, à época em que eu estava me preparando para alguns concursos, eu também já vivenciei essa sensação.
Então, vamos lá!
Ao iniciarmos o projeto de estudos para concursos públicos (principalmente quando isso ocorre após um longo período sem estudar), a sensação inicial que temos, quando conseguirmos entrar no ritmo de estudos, é que estamos aprendendo muita coisa, que estamos avançando. Começamos a entender o porquê de várias situações e acertamos uma quantidade boa de questões. Tudo isso nos alegra e nos mostra que estamos no caminho certo, que estamos crescendo.
Entretanto, com o passar dos dias, essa sensação de crescimento, em alguns casos, já não é tão visível. Parece que, literalmente, estamos estacionados. Parece que, quanto mais estudamos, menos sabemos. “É um negócio doido em nossa cabeça”. (rsrs)
Perto do dia da prova então… Nossa! Vai batendo um desespero. Surge o que eu chamo de síndrome do “isso eu ainda não vi”. Vamos estudar uma matéria e percebemos que “isso eu ainda não vi”. Partimos para outra disciplina e a síndrome também está lá.
Temos de saber lidar com isso; caso o contrário, essa situação acaba nos absorvendo e, consequentemente, nos prejudicando em nossa jornada.
Nesse ponto, eu destaco que, embora pareça que não estejamos mais aprendendo, isso é apenas uma impressão equivocada. Na verdade, após a aquisição da base inicial de conhecimento de cada matéria, os estudos subsequentes objetivam, predominantemente, mais fixar do que adquirir novos conhecimentos. A proporção inicial é: adquire mais que fixa. Com o tempo, essa relação vai se alterando e começamos a fixar mais do que adquirimos. Note que as duas vertentes estão sempre presentes. Entretanto, a proporção de cada uma se altera com o passar do tempo.
Perceba que essa relação aquisição/fixação de conteúdo é fundamental para a sua aprovação.
Não adianta “adquirir” uma base abrangente de conteúdo e, no dia da prova, não conseguir resgatar as informações. Da mesma forma, não é suficiente fixar uma base reduzida de conteúdo que sequer o ajudará a responder as questões de uma única disciplina. As faces são interdependentes.
Outro ponto que merece ser destacado é que, para que possamos efetivamente saber se estamos evoluindo ou se estamos estacionados, precisamos quantificar nossos estudos. Isso tem tudo a ver com a organização e o planejamento de sua rotina como concursando.
É muito importante que você possua um cronograma no qual seja possível saber quantas horas serão destinadas diariamente ao estudo e, efetivamente, quantas foram estudadas. Isso, com o tempo, permitirá a comparação para saber se houve evolução ou não.
Além disso, é fundamental organizar uma estatística de acertos e erros na resolução de questões. Nada mirabolante! Coisa simples e que indique o percentual de acerto/erro em cada disciplina. Com isso, você também poderá verificar, realmente, como está sua evolução.
Também precisamos levar em conta a nossa colocação nas provas que estamos realizando. É possível que você ainda não tenha sido aprovado, mas eu te pergunto: como foram as suas notas nas últimas provas? Elas aumentaram? Diminuíram? Mantiveram-se constantes? Nas disciplinas em que você não foi tão bem, você continua no mesmo nível?
Lembra do querido aluno que me procurou? Após uma breve conversa, percebemos que ele não estava estacionado após dois anos de estudos.
Notamos que, no primeiro ano, o nome dele não aparecia entre os aprovados. Na sequência, o nome começou a aparecer no final da fila. Nos últimos concursos, ele chegou bem perto (sabe aquele “quasssssssssseeeeeee”””!, rsrs). Pois é: ele está chegando bem próximo de ficar dentro do número de vagas.
Começamos a conversa em um tom meio tenso. Ao terminar, a motivação estava renovada, pois, embora parecesse que tudo estava parado, na verdade, com a disciplina diária, ele estava crescendo a cada dia. Estava fixando e adquirindo novos conteúdos. Trata-se de um crescimento mais silencioso, mais inconsciente, porém constante.
Além dessas formas de mensurar sua evolução, outra estratégia muito importante é você estabelecer metas menores, realizáveis a curto prazo. A cada meta cumprida, você estabelece uma nova.
A sua meta macro é a aprovação (e nomeação né?). Vamos imaginar que você tenha estabelecido um prazo estimado de dois anos para alcançá-la. Nessa jornada, você pode (e deve) estabelecer metas menores (micro). Por exemplo: fechar o conteúdo básico em três meses, fazer um número “x” de questões por dia ou fechar todo o programa teórico do edital que você está esperando em seis meses. Enfim, estabelecendo metas menores e realizáveis, você, a cada meta cumprida, renova suas forças e se motiva para alcançar novos horizontes.
E, assim, quando menos esperar, verá seu nome entre os aprovados. Não é algo mágico. É algo natural (no tempo certo) para aqueles que não desistem do projeto. Sua hora vai chegar. Tenha bom ânimo e coragem nessa jornada. Esses são ingredientes valiosos para o alcance de sua vitória.
Por fim, lembre-se: reconhecer que precisa melhorar, a cada dia, é o embrião para o crescimento constante (essa é minha, rsrs).
Wellington Antunes
Professor de Direito Constitucional, Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação) Aprovado para Analista de Finanças e Controle da CGU (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós-Graduado em Direito Administrativo no IDP (Especialista). Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções – pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)”.
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