O primeiro imparável. Por: Elias Santana

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imparávelImparável: palavra formada por 9 letras, mas 8 fonemas (em função do dígrafo vocálico “im”); polissílaba; paroxítona (acentuada, por ser terminada em L); neologismo, estruturado pelo acréscimo do prefixo -in (negação) e do sufixo -el (responsável por formar adjetivos a partir de verbos) ao radical “parar”; morfologicamente, pode funcionar como adjetivo ou substantivo:

(1) O homem imparável realiza grandes obras. (Adjetivo)

(2) O imparável merece o nosso reconhecimento. (Substantivo)

Enquanto adjetivo, pode, sintaticamente, funcionar como adjunto adnominal (como ocorre em 1) ou predicativo do sujeito;

(3) Eu sou imparável!

enquanto substantivo, pode ser núcleo de diversas estruturas sintáticas – sujeito (como em 2), objetos, aposto, vocativo, agente da passiva.

(4) Eu conheço o imparável. (Objeto direto)

(5) Eu convivo com o imparável! (objeto indireto)

(6) Jesus, o imparável, deixou o seu exemplo para a humanidade. (aposto)

Para fazer a análise semântica, vou me apoiar em um trecho de Pe. Antônio Vieira, retirado do Sermão da Terceira Dominga do Advento:

“Quando lhe perguntavam quem era, respondeu o que fazia; porque cada um é o que faz, e não é outra cousa. As cousas definem-se pela essência: o Batista definiu-se pelas ações; porque as ações de cada um são a sua essência. Definiu-se pelo que fazia para declarar o que era.”

Segundo Vieira, uma pessoa se define por seus atos. Como “imparável” é um atributo advindo de um verbo, ele só pode fazer referências aos que, por meio de ações, revelam tal comportamento. É como definiu Gabriel Granjeiro: referente ao que não para; diz-se do que não é possível parar ou suspender. Note: o imparável é o que não para e não permite que alguém o pare. Ainda não é um vocábulo dicionarizado, mas não há impedimentos para que um dia o seja.

Confira AQUI o artigo motivacional que traz dicas sobre como ser IMPARÁVEL

Por trás de tanta complexidade linguística, há algo socialmente mais brilhante: querer ser, todos os dias, imparável.

A data nos faz lembrar que, muito antes da concepção informal do verbete, alguém já reunia todas essas características: Jesus.

Para alguns, o Salvador; para todos, um exemplo. Jesus nos mostra que ser imparável está além de lutar incansavelmente por si e pelos seus, mas, sobretudo, garantir que todos possam também alcançar a imparabilidade. Ele, no mistério da cruz, revelou que, para os imparáveis, a vitória é uma consequência. Tê-lo como referência (uma das ou a referência) significa estar comprometido com a composição de um testemunho capaz de edificar a nossa sociedade! Feliz Páscoa!


Elias Santana

Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 


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