O que é imuno-hematologia?

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A imuno-hematologia estuda todo o aspecto genético, sorológico, bioquímico e molecular dos constituintes sanguíneos e que são utilizados nos bancos de sangue e terapias com os hemocomponentes e hemoderivados.

Aqui vale uma nota! O termo “banco de sangue” é condenado por diversas frentes políticas de saúde no Brasil, você sabia disso? Pois é, é porque “banco” denota valor monetário e no nosso país a doação de sangue é, oficialmente, um gesto voluntário e altruísta. É Uma doação e não pode ter valor monetário atrelado ao conceito de doar e receber sangue, órgãos e tecidos! Pois bem… sigamos…………

São várias surpresas que temos ao estudar imuno-hemato… Por exemplo: sabia que não existe apenas o antígeno A, B e D na superfície de uma hemácia?… Isso mesmo, há uma diversidade ampla de antígenos eritrocitários, eles podem se expressar em um único locus gênico no plasma, leucócitos e até nas plaquetas. A maioria desses constituintes são imunogênicos pois são capazes de desencadear respostas imunológicas, criando anticorpos e respondendo como substância estranha, aí está o exemplo das doenças autoimunes que podem ocorrer, e isso se dá o nome de imunogenicidade.

Os antígenos A, B e D (fator Rh) são os mais imunogênicos, e, em casos, de doação devem ser investigados tanto o doador quanto o receptor. Em seguida, o K é próximo a ser mais imunogênico, mas eles não se limitam a esses, temos mais de trezentos antígenos na superfície das hemácias (loucura né?).

Normalmente, nós conhecemos o nosso tipo sanguíneo do grupo ABO, certo? Eu, por exemplo sou A+ (e você?)…..Bom, seja lá qual for, ele expressa o antígeno que você tem “grudadinho” na sua hemácia.. Eu, por exemplo tenho o A e o D (Rh)….

Isso significa que eu nasci com o antígeno A e D e que nasci com os anticorpos naturais (ou também chamados de regulares) do tipo anti-B. A pessoa que não nasce com nenhum antígeno na superfície (do grupo ABO) é do tipo O-, então ela naturalmente produz anti A e anti B e por isso não podem receber sangue das pessoas que possuem esse antígeno na sua hemácia…. O que nós não sabemos as vezes é que existem outros eventos sensibilizantes para outros antígenos eritrocitários…. Lembra dos “300” antígenos que eu falei? Pois é… nós não testamos, em geral, se temos ou não temos eles…. então… pode ser que não tenhamos e o doador tenha….. e aí desenvolvemos antígenos (irregulares) contra eles…

Acontece que não tem muito problema porque esses antígenos não são tão imunogênicos como os regulares (anti A e Anti B) então nós nem sentimos isso…. mas com exposições repetidas a esses eventos sensibilizantes (gravidez, transfusão de sangue por exemplo…) pode ser que esses anticorpos sejam capazes de provocar alguma reação ruim……. e os conhecimentos da Imuno-hematologia se aplicam justamente para evitar que haja essa sensibilização no momento da doação de sangue.

Em alguns casos, onde já podemos prever uma exposição repetida a evento sensibilizatório (paciente candidato à politransfusão, por exemplo)… como paciente com anemia falciforme, o fenótipo desse sangue deve ser conhecido de forma mais estendida… não apenas os antígenos A, B e D…. para que possamos selecionar melhor a bolsa de sangue que ele irá receber…. Para conseguirmos selecionar uma bolsa mais “pura”, mais “compatível” com esse receptor!

Nesse sentido, vários métodos são usados para determinar os antígenos na superfície das hemácias e esse assunto é oooooutro universo, talvez maior ainda…. que infelizmente não cabe em apenas um artigo…Porém, cabe nos nossos cursos preparatórios!

No Gran Cursos Online estudamos todos esses métodos e a forma como são cobrados em prova, por isso te convido a fazer parte das nossas turmas e aprofundar ainda mais o seu conhecimento nessa área. Anima?

Espero que sim!

Aguardo você nas nossas aulas!

 

Um abraço!

Prof Pollyana Lyra

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