Ao longo desta semana, muitos alunos e leitores me perguntaram qual é a melhor forma para fazer uma prova de língua portuguesa em um concurso público. Durante o meu tempo em sala de aula – e já são dez anos – pude experimentar diversas maneiras de melhor distribuir uma prova, pensando em maior quantidade de acertos em menor tempo. Vou revelar neste artigo a minha atual metodologia:
- Ao receber a prova, faça uma oração (um clássico, certo?)!
- Primeiramente, leia a proposta de redação discursiva, para que você tome conhecimento do assunto que será exigido na etapa de produção de texto. Além disso, é muito comum que a própria prova apresente textos ou questões que podem colaborar com a construção de ideias. Todavia, em hipótese alguma, inicie a prova já redigindo o texto. Quem faz isso costuma perder muito tempo, por pensar que ainda faltam muitas horas para o término da prova.
- Ao chegar à prova de língua portuguesa, faça um mapeamento das questões, dividindo-as em três grupos: redação oficial (quando houver), gramática e análise de textos. E você vai resolver as questões exatamente nessa ordem.
- Comece por redação oficial, pois é um conhecimento que não exige muita leitura e nem muito raciocínio (se você conhece as regras previstas nos manuais de redação – principalmente o Manual da Presidência –, não terá dificuldades).
- Depois, parta para as questões de gramática, uma vez que muitas delas não dependem do texto para serem resolvidas – ou apenas exigem o conhecimento de trechos do texto. Além de serem questões mais objetivas, elas permitem ao candidato conhecer um pouco dos textos a serem analisados (assim, quando for o momento de efetivamente ler o texto, ele já não será mais tão inédito assim).
- Por fim, resolva as questões de análise de textos. Inicialmente, leia as questões. Só depois vá ao texto. Essa é uma técnica chamada leitura objetiva, que significa ler o texto já sabendo o que se deseja encontrar nele. Você não lê um texto em uma prova para se informar, mas para responder questões. Esta é a sua meta! Isso tem uma finalidade: evitar ir ao texto demasiadamente. Você, com certeza, já viu um filme mais de uma vez, certo? Em cada uma das vezes, com certeza, você encontrou novas informações, construiu novos entendimentos. Isso também ocorre quando você lê um mesmo texto várias vezes, pois começará a ver informações demais – inclusive algumas inexistentes. Isso, combinado ao nervosismo da prova e à ansiedade pelo bom resultado, leva ao erro.
O que acabei de compartilhar não é uma verdade absoluta, mas algo que vi que trouxe bons frutos aos diversos alunos que já tive! O meu conselho: simule essa situação! Pegue provas antigas e faça um teste. Avalie se essa metodologia é útil para você!
Elias Santana – Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Estudando para concursos públicos ? Prepare-se com quem tem tradição de aprovação e 27 anos de experiência em concursos públicos. Cursos online com início imediato, visualizações ilimitadas e parcelamento em até 12x sem juros
Profº comecei a aplicar suas técnicas e realmente funciona, ainda mais nas provas do CESPE. Uma coisa percebi estou gabaritando as questões de gramática, mas as de interpretação não. Como faço pra melhorar? Já estou fazendo provas de concursos anteriores, conferindo gabarito e corrigindo. Dê uma dica
Uli, não sou professor mas vou dar uma dica que vale a pena testar. Como você é boa em gramática, não terá dificuldade de entender e executar o que eu vou falar. Na verdade, a dica é bastante simples. Leia, frase por frase, oração por oração. Preste bastante atenção nos SUJEITOS das orações. Nunca deixe passar um, sem saber exatamente quem ele é e a o que se refere. Por exemplo, se em um texto tiver a palavra “isso, aquele, este, ele” encontre a quem ela se refere, fique atenta também aos sujeitos indeterminados e ocultos. Quando for responder as questões, tenha em mente: 1 – Se a questão disser exatamente o que o texto diz, está correta 2- Se disser o contrário, está errada. 3- Até então muito óbvio. Agora, se a questão disser algo que o texto não aborda e não está necessariamente errado… MARQUE ERRADO, pois a questão extrapola. Isso é considerado um erro. Espero que ajude. Como a questão não pode extrapolar, a dica dos sujeitos vai ser bem útil. Mais uma coisa, há mudança de sentindo ao trocar uma oração restritiva por uma explicativa.
Poxa Igor, obrigada. Valeu vou tentar aplicar.