API RESTful

Olá, querido(a) aluno(a)!
Neste artigo vamos compreender em profundidade o que é uma API RESTful, conceito fundamental para arquiteturas modernas de software e presença constante em provas de Tecnologia da Informação. Esse tema une princípios arquiteturais e práticas de integração de sistemas, de modo que dominar suas bases é indispensável tanto para concursos quanto para atuação profissional.

Uma API (Application Programming Interface) é um conjunto de regras e especificações que permite a comunicação entre diferentes sistemas de software. Quando se fala em API RESTful, trata-se de uma API que segue os princípios do estilo arquitetural REST (Representational State Transfer), definido por Roy Fielding em sua tese de doutorado no ano 2000.

O primeiro princípio do REST é a identificação de recursos. Em uma API RESTful, cada recurso deve ser acessível por meio de um URI (Uniform Resource Identifier). Por exemplo, /usuarios/1 pode representar um usuário específico em um sistema.

Outro aspecto central é o uso dos métodos HTTP de acordo com sua semântica:

• GET: obter informações de um recurso;
• POST: criar um novo recurso;
• PUT: atualizar um recurso por completo;
• PATCH: atualizar parcialmente um recurso;
• DELETE: remover um recurso.

As APIs RESTful também devem ser stateless (sem estado). Isso significa que cada requisição deve conter todas as informações necessárias para seu processamento, sem depender de dados de requisições anteriores. Esse princípio aumenta a escalabilidade, pois o servidor não precisa manter sessões ativas.

Outro princípio fundamental é a interface uniforme, que garante previsibilidade na comunicação entre cliente e servidor. A padronização de métodos, URIs e formatos de resposta simplifica a integração e reduz o acoplamento entre sistemas.

APIs RESTful também podem explorar o cache, permitindo que respostas sejam armazenadas temporariamente para melhorar desempenho. Além disso, podem ser estruturadas em camadas, permitindo a inserção de intermediários (como proxies e gateways) sem comprometer o funcionamento da aplicação.

Do ponto de vista prático, o formato de dados mais utilizado em APIs RESTful é o JSON (JavaScript Object Notation), por ser leve, legível e suportado por praticamente todas as linguagens de programação. Entretanto, outros formatos como XML ou YAML também podem ser usados, desde que mantenham a ideia de representação de recursos.

É importante frisar que nem toda API é RESTful. Para ser considerada assim, precisa atender aos princípios formais de REST. Uma API que apenas utiliza HTTP, mas não segue essas diretrizes (por exemplo, usando apenas POST para tudo), não é verdadeiramente RESTful.

Em concursos, questões sobre API RESTful frequentemente cobram o entendimento desses princípios: métodos HTTP, ausência de estado, interface uniforme, identificação de recursos via URIs e utilização de representações (geralmente JSON). Estar atento a esses pontos é essencial para não cair em pegadinhas.

Referências essenciais

• Fielding, R. Architectural Styles and the Design of Network-based Software Architectures. Tese de Doutorado, 2000.
• Richardson, L.; Ruby, S. RESTful Web Services. O’Reilly, 2007.
• NIST SP 800-95: Guide to Secure Web Services.

Vamos ver como este conteúdo já foi cobrado?

1. (CESPE/CEBRASPE – 2024 – STJ – Analista Judiciário – TI)
Cada solicitação de API RESTful é executada independentemente de solicitações anteriores, caracterizando um método de comunicação com ausência de estado. 

Gabarito: CERTO
Comentário: A ausência de estado (statelessness) é um princípio fundamental de uma API RESTful. Cada requisição deve conter todas as informações necessárias ao seu processamento, sem depender de contexto armazenado no servidor.

2. (CESPE/CEBRASPE – 2025 – EMBRAPA – Pesquisador – Ciências Exatas e da Terra)
Os métodos PUT e DELETE em API RESTful para integração de dados devem ser implementados como idempotentes, assegurando que requisições repetidas com o mesmo payload resultem no mesmo estado final do sistema. (Certo/Errado)

Gabarito: CERTO
Comentário: O princípio da idempotência em REST define que métodos como PUT e DELETE devem sempre levar o sistema ao mesmo estado, mesmo que repetidos várias vezes. Essa característica aumenta previsibilidade e confiabilidade em sistemas distribuídos.

Prof. Jósis Alves
Analista de TI no Supremo Tribunal Federal
Instagram: @josisalvesprof @aprovati