Até onde seguir?

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14 de setembro4 min. de leitura

No mundo dos concursos, existem aqueles que se dão por satisfeitos na primeira conquista e resolvem encerrar a “carreira”, voltando a atenção para outros objetivos, como: família, esportes, viagens ou até mesmo o ócio. Por outro lado, há aqueles que passam a buscar cada vez mais, por diversas razões: remuneração maior, status de determinado cargo ou pelo simples gosto por desafios, entre outros motivos.

Um pouco da minha história

Eu me enquadro no grupo daqueles que buscam sempre ir além, não apenas em termos financeiros, mas também em qualidade de vida. Tanto é assim que, na minha história de estudo para concursos, iniciada em 2004, foram 11 concursos prestados, com 1 aprovação inicial seguida de 6 reprovações e 4 aprovações finais.

Na minha primeira aprovação, eu era o primeiro do cadastro de reserva e, portanto, não tinha a certeza da nomeação. Mas, como o prazo de validade do concurso era de 2 anos, prorrogáveis por mais 2; enquanto esperava, prestava outros concursos sem a preparação adequada (o que resultou nas 6 reprovações). Eu optei por testar outras áreas: início de um mestrado e uma péssima experiência na iniciativa privada.

Dessas experiências, concluí que o serviço público era o meu destino e percebi que eu deveria ir além daquela expectativa de nomeação incerta (*critério importante) para suprir o que eu precisava, em termos de remuneração e de posição (não existe cargo público ruim, ruim é não ter um cargo público, mas, se a posição faz diferença para nós, podemos buscá-la).

Assim, diante da incerteza de nomeação, não me entreguei à espera e à ansiedade que ela traz e optei por entrar de vez e – de forma correta – no mundo dos concursos a fim de avançar até que cada nova necessidade fosse garantida. Para isso, busquei me tornar um estudante de alto nível, como o Coach Marco Soares explica em excelente artigo.

Com essa ideia em mente e as ações necessárias, obtive minhas 4 últimas aprovações, tendo exercido todos os cargos: Técnico da Receita Federal (transformado em Analista Tributário, enquanto eu ainda o ocupava), Analista de Finanças e Controle da CGU (transformado em Auditor Federal, depois que eu o deixei), Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e, por fim, Analista Legislativo do Senado Federal (cargo que ocupo hoje).

Nessa sucessão de cargos, apareceram alguns outros exemplos de critérios para decidir continuar nos estudos ou não:

O cargo de Analista Tributário da Receita Federal é excelente, com uma remuneração bastante atrativa, mas eu considerava que poderia mais, em termos remuneratórios (*critério) e em termos de posição (*critério).

Quando eu ocupava o cargo de Analista de Finanças e Controle da CGU, a diferença remuneratória para o cargo de Auditor-Fiscal da RFB era de apenas 5%. Porém, enquanto a RFB está presente em centenas de municípios do Brasil afora, a CGU estava apenas nas capitais, e a mobilidade (*critério) sempre me atraiu.

Já o cargo de Auditor-Fiscal da RFB é um dos melhores da administração pública, fui atraído pelos benefícios (*critério) do Senado Federal (jornada de trabalho, serviço médico, plano de saúde), que estavam associados a uma excelente remuneração.

Um ponto a destacar é que, nas minhas mudanças de cargo, houve até mesmo uma suposta incoerência: enquanto na migração da CGU para a RFB, uma razão relevante foi a mobilidade; na migração RFB para o Senado Federal, essa razão foi superada por outras, já que o órgão legislativo está apenas em Brasília. Ou seja, nossas prioridades e nossos valores mudam com o tempo, o que pode justificar nosso interesse em continuar (ou retomar) os estudos para adequar nossa situação.

Outros critérios

Sem dúvida, a decisão a respeito de até onde ir é muito pessoal. Eu citei alguns critérios para avaliação de continuidade na vida de candidato a um cargo público: incerteza de nomeação em algum cargo, remuneração, mobilidade, benefícios oferecidos pelo órgão e status. E, para fornecer uma base adicional de critérios relevantes, menciono algumas outras circunstâncias que podem estar presentes:

Necessidade familiar

Quando se pensa na família, o fator financeiro é bastante relevante e deve ser considerado tanto em termos presentes quanto em termos futuros. Mas, além disso, há outras questões, como o tempo disponível para o convívio familiar. Nesses critérios, o planejamento familiar conta muito. A decisão de ter um filho, por exemplo, tem um impacto financeiro considerável e alguns bons cargos podem garantir uma remuneração suficiente e atrativa, além de tempo para se dedicar à família.

Autoestima

Sem entrar no mérito da nobreza do critério, o fato é que vivemos em uma época em que a imagem e a posição valem muito para muitas pessoas, e diversos cargos públicos garantem essas características, elevando a autoestima do servidor.

Objetivo mediato

Ainda que esse objetivo possa mudar com o tempo, muitos estudantes têm uma visão clara do que querem conquistar e fazem da aprovação no concurso e dos benefícios que ela traz um meio para alcançar essas conquistas. Alguns exemplos podem ser mencionados: o sonho de viajar o mundo todo, a possibilidade de não trabalhar mais nos finais de semana, a segurança e as condições para realizar alguns investimentos e até a possibilidade de provar valor para certas pessoas.

Ou seja, os critérios são diversos e vão além da minha imaginação.

Caminhando para o fim, apresento uma situação extrema, mas que garanto que ocorre: o vício na aprovação. Nesses meus 14 anos de experiências em concurso, nos quais fiz parte de fóruns, de grupos em redes sociais e conheci centenas de aprovados, deparei-me com casos de pessoas que continuam prestando concursos pelo simples prazer da aprovação.

De fato, planejar, traçar uma estratégia, executar o plano e, ao final, ver nosso nome no DOU (ou no DOE ou em qualquer diário oficial) é uma sensação única e especial e, com certeza, pode se tornar um vício para alguns.

Cabe a você, candidato a um cargo público, refletir, ponderar e encontrar as razões que lhe fazem buscar um cargo público. E, se essas razões se alterarem com o tempo, é bom ter ciência de que existem cargos públicos que se adequam a todas elas, basta voltar à batalha com foco (o Coach Rodrigo Silva já retratou bem essa necessidade neste artigo), planejamento e estratégia para novas conquistas.

Portanto, se as suas razões forem atendidas pelo alcance do cargo que você busca atualmente, você pode tranquilamente voltar a atenção para os outros aspectos importantes da sua vida. Todavia, se você enxerga novos horizontes e sente diferentes necessidades, siga em frente e busque os novos objetivos, pois cada passo e cada conquista são extremamente gratificantes.

Bons estudos a todos e contem com nosso trabalho de Coaching no Gran Cursos Online para ajudar nessas conquistas.


Alexandre Morais

Analista Legislativo do Senado Federal. Exerceu os cargos de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, Auditor Federal de Finanças e Controle da CGU e Analista Tributário da Receita Federal do Brasil. Aprovado e nomeado: Engenheiro Eletrônico da Celg.


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