Comissão de aprovados no concurso de Oficial de Chancelaria do MRE cobra nomeações para suprir grave déficit! O Gran Cursos Online apoia essa iniciativa!

Avatar


18 de outubro2 min. de leitura

itamaraty__

Por:  Guilherme Pereira Gaebler

Ex-aluno Gran Cursos Online aprovado em 5º lugar para o Concurso
de Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores

Oito anos sem concurso para a carreira, cinco meses desde a homologação do resultado final, 171 aprovados e até agora nenhuma nomeação. Essa é a situação do Concurso Público para o cargo de Oficial de Chancelaria, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Os candidatos aprovados aguardam autorização do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP) para que as convocações se iniciem, porém não há previsão de quando a espera irá acabar.

O concurso para provimento de 60 vagas de Oficial de Chancelaria teve seu edital publicado em novembro de 2015 e seu resultado final homologado em 11 de maio de 2016. O certame contou com mais de 15 mil inscritos, dos quais 171 obtiveram aprovação após o término de todas as fases, uma das quais consistia na participação num curso de formação em Brasília, DF. Entretanto, o processo de autorização das nomeações no Ministério do Planejamento não é movimentado desde o dia 20 de maio deste ano. A morosidade na tramitação do processo e a falta de informações sobre ele têm gerado crescente insatisfação e preocupação nos aprovados, que ficam prejudicados quanto aos seus planejamentos pessoais e profissionais e que estão tendo seus sonhos de se tornarem servidores públicos indefinidamente protelados.

O atraso do processo relativo ao concurso é flagrante, especialmente quando comparado a outros concursos iniciados posteriormente: o MP autorizou recentemente 600 nomeações para o IBGE, enquanto a nomeação dos candidatos aprovados nos recentes concursos da ANAC e do INSS também é iminente. O impacto financeiro dessas autorizações é considerável, chegando a mais de 1% do orçamento do IBGE e mais de 2% do orçamento da ANAC. Por sua vez, o impacto da nomeação dos aprovados dentro do número de vagas para Oficial de Chancelaria não ultrapassaria 0,21% do orçamento total do MRE.

A carreira de Oficial de Chancelaria, de nível superior e integrante do Serviço Exterior Brasileiro, é responsável por atividades de formulação, implementação e execução dos atos de análise técnica e gestão administrativa necessários ao desenvolvimento da política externa brasileira. O oficial atua em todas as áreas administrativas do MRE, sendo responsável pelo bom funcionamento das mais de 220 representações brasileiras no mundo. Ele também desempenha serviço consular, o qual é fundamental para os a cidadãos que vivem fora do território nacional e que necessitam, por exemplo, da emissão de vistos e passaportes, da realização de atos notariais e de assistência em situações de vulnerabilidade.

Dos 1.000 cargos que compõem a carreira, 182 vagas estão desocupadas, acumuladas nos 8 anos desde o último concurso – em 2008. Até 2020, outros 68 servidores da carreira estarão aptos à aposentadoria, o que acarretará o agravamento na carência de pessoal administrativo. A Secretaria de Relações Exteriores – SERE, sede do MRE em Brasília, fica em situação ainda mais grave, pois perderá 40 Oficiais de Chancelaria com o atual processo de remoção de servidores para postos no exterior.

A carência de servidores causa imensas dificuldades à execução das atividades do ministério. A falta de pessoal é apontada como a principal causa de problemas dentro das unidades gestoras do MRE e a demora na realização de concursos públicos, assim como a resistência para nomear candidatos aprovados nos poucos processos feitos, agravam o quadro. Há clara discrepância entre a dimensão da estrutura do MRE e a quantidade de servidores em atividade. Em junho de 2016, durante sabatina a embaixadores, o senador Aloysio Nunes leu um trecho do relatório de gestão do embaixador do Brasil no Gabão, Bruno Cobuccio: “Desde março de 2014, encontro-me só, sem um segundo (ou terceiro) diplomata, e nem sequer conto com a ajuda de um Oficial de Chancelaria. Trabalhar sozinho, sem a ajuda de outro diplomata, e de um corpo de funcionários capaz, ágil e motivado, é muito difícil e contraprodutivo para os interesses brasileiros…”.

Diante dessa situação, os candidatos aprovados no certame formaram uma comissão para atuar junto aos órgãos competentes e pleitear a urgência de suas nomeações. A estagnação do processo de convocação, além de ser prejudicial aos concursados, que investiram tempo e esforço na preparação, é nocivo à administração pública, que segue lidando com a falta de pessoal após gastar com a realização do concurso e do curso de formação. A suspensão dos concursos públicos federais, segundo o próprio Ministério do Planejamento, não afeta os concursos já autorizados ou concluídos.

Comissão dos Aprovados do Concurso de Oficial de Chancelaria 2015

Avatar


18 de outubro2 min. de leitura

Tudo que sabemos sobre:

nomeações