Para a Psicologia, o medo pode ser entendido como sentimento de insegurança em relação a uma pessoa, uma situação ou um objeto. Medo é pessoal – o que assusta um pode ser indiferente ao outro. Todas as pessoas temem algo. O medo, quando se torna irracional, ou ganha tamanha grandeza que se torna exacerbado, transforma-se em fobia. Esse vocábulo vem da palavra grega PHOBOS, que significa “medo” ou “horror”. Na mitologia grega, Phobos era um deus, filho de Ares, deus da guerra, que, ao lado de seu irmão Deimos (terror), acompanhava seu pai na guerra cruel.
Medo é uma coisa séria. Ele nos paralisa das mais diversas formas, e o que é pior, ele nos limita no caminho do sucesso (seja pelo medo de errar e até pelo medo de acertar). No caminho do concurso, existem diversos tipos de medo. Trilhar algo tão desafiador quanto é o concurso público instiga vários tipos de temores.
Para mim, o principal é o medo do fracasso. Quando nos lançamos rumo a alguma realização, todos sentimos medo de não sermos bons o bastante e de falharmos. É comum que as pessoas deixem de tentar fazer algo justamente pelo medo de fracassar – parecido com uma inspiradora frase dos Simpsons: “A tentativa é o primeiro passo ao fracasso”. Em certo ponto isso é verdade. Se não tentarmos, não fracassaremos.
Porém, já parou para pensar que, se não tentarmos, também não acertaremos? Ninguém aprendeu a andar de bicicleta na primeira tentativa (são necessárias várias quedas antes de uma criança aprender a dominar o veículo); assim como ninguém aprendeu a tocar um instrumento musical logo que saiu do útero. Eu fiz (de verdade) mais de 50 provas objetivas antes de ir para uma segunda fase. Não sei de quantos concursos já participei, e nem me importa. Só precisava passar em um que já teria dado certo. Foi tentando que consegui alcançar meus objetivos.
O medo da incerteza também gera muita aflição. O desconhecido causa muitos pesadelos a mentes incautas. Ninguém dá um salto no escuro de maneira tranquila, e isso causa muitas dúvidas: quando vai sair o edital? Quando serei aprovado? Quanto tempo demora até que se passe em um concurso? O que vou fazer da minha vida?
Lançar-se na trajetória dos estudos é um salto no escuro porque você fica à mercê de vários acontecimentos sobre os quais não tem controle (data de edital, de nomeação etc.). Só que isso não deve, e nem precisa, ser tão assustador assim. Realmente nenhum candidato tem controle sobre a data da prova, quando sai o edital, ou o tempo que leva até chegar a aprovação, mas essas são coisas comuns as quais em nada afetam àqueles que estão estudando com afinco.
No meu caso, eu estudava para o concurso de Promotor de Justiça, não me preocupando quando sairia um edital, porém, enquanto isso, eu ia fazendo provas para outras carreiras jurídicas (magistratura, defensoria etc.), e acabei sendo aprovado e nomeado para dois cargos de Delegado de Polícia. O que quero dizer é que a aleatoriedade não é algo tão ruim assim. Às vezes, ser deixado levar pela corrente pode te trazer algumas surpresas boas. Como dizia Douglas Adams, “não cheguei onde pretendia ir, mas estou onde deveria estar”.
A terceira forma de medo que quero mencionar é o medo da prova. Muitos candidatos têm medo de fazer a prova para a qual se prepararam tanto. Têm medo do Dia D. “Por quê?”, você pode perguntar. Eu acredito que isso tem relação com a primeira espécie de temor mencionada no começo desse texto: medo do fracasso, com algumas pitadas de medo do desconhecido. Mas, então, falei de alguns tipos de medo, agora como fazer para vencê-los?
Eu acredito, e nisso me devoto de corpo e alma, que a melhor forma de vencer qualquer tipo de medo é com o conhecimento. O monstro não é tão assustador quando visto de perto. Quando crianças, podemos ter medo do que tem dentro do armário ou debaixo da cama, mas, quando olhamos e não vemos nada, ficamos decepcionados. Tememos o escuro simplesmente porque não conseguimos ver o que tem lá, mas, assim que acendemos a luz, tudo que vemos é o cômodo onde estamos.
Ao adquirirmos conhecimento, somos capazes de entender como as coisas funcionam, e isso as torna menos assustadoras. Por isso, acredito que o conhecimento é a chave para vencer qualquer medo. É nisso que você tem de pensar para vencer seu medo de prova. O truque é fazer mais provas. Treine, faça simulados, resolva muitas questões. Eu não vou mentir, é provável que fracasse algumas vezes antes de acertar, mas isso não precisa ser algo ruim.
Aprender com os erros é o primeiro passo para a grandeza. Aprenda! Crie sua rotina, defina uma estratégia em seus estudos. Pratique bastante. Com o tempo, estará cada vez mais habituado com as questões e os diversos tipos de prova, tanto que o dia do concurso não será um domingo (ou um sábado) tão diferente de qualquer outro. A prática e o hábito criam a familiaridade, e com isso vem o conforto – daí, tudo fica no automático.
Esta não é uma lição tirada de um biscoito da sorte, e não estou querendo soar clichê. Esse texto retrata só alguns momentos de experiências que passei em minha jornada e queria dividir com você. Todos nós sentimos medo. Diversos tipos de medo. A forma como lidamos com eles é que define o tipo de pessoa que seremos. Cada um de nós tem a capacidade de sermos grandes, basta agarrarmos o medo e sermos capazes de saltar para dentro da boca da fera, gritando: “Sem medo!”.
Treine, adquira conhecimento, pratique. Logo, você estará decolando.
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