Concurso Senado: veja dicas de português com Gustavo Silva

Concurso Senado Federal 2022: edital publicado. Saiba aspectos certeiros das questões na contagem regressiva para as provas

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7 min. de leitura

As provas do concurso Senado Federal estão chegando por aí! São 1.002 vagas ofertadas, sendo 22 imediatas e 980 para formação do cadastro de reserva.

As avaliações serão realizadas na data de 6 novembro de 2022 pela banca Fundação Getúlio Vargas. Para ajudar na sua preparação, confira dicas certeiras para o dia decisivo!

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Concurso Senado: dicas de português

Confira dicas pontuais e importantes para resolução das questões de Língua Portuguesa elaboradas pelo professor Gustavo Silva. 📚

Olá, caro aluno!
Vamos falar sobre uma das mais polêmicas e temidas bancas de provas de concurso público: a Fundação Getúlio Vargas. A FGV, como é mais conhecida, tem uma abordagem eminentemente interpretativa nas provas de Língua Portuguesa.

Mesmo os itens que tratam de tópicos gramaticais costumam ser apresentados sob um viés semântico, de sorte que o candidato deve se dedicar a fazer a maior quantidade de questões da banca para se ajustar à peculiaridade da “pegada” desse órgão examinador.
Preparamos aqui 10 superdicas que, com certeza, vão elevar seu nível de desempenho em provas da Fundação Getúlio Vargas para o concurso Senado!

Dica 1 – Modo Imperativo

Com frequência, a FGV apresenta questões cuja resolução passa pelo conhecimento da flexão do Modo Imperativo. Vale lembrar: esse modo verbal expressa ordem ou pedido, o qual pode ser feito em tom amistoso, em tom de aconselhamento, até mesmo em tom de súplica.
Em vista do fato de o examinador sugerir normalmente reescrita com alteração da pessoa (da 2.ª para a 3.ª e vice-versa), para não se confundir com a flexão, lembre-se de que todas as pessoas são copiadas do Presente do Subjuntivo. Só as segundas pessoas (TU e VÓS) – no Imperativo Afirmativo – são copiadas do Presente do Indicativo, sem o “s” final. Veja os exemplos.

Não se esqueça do que ora eu digo, nem se afaste do bom caminho. (3.ª pessoa, Imperativo Negativo)
Não te esqueças do que ora eu digo, nem te afastes do bom caminho. (2.ª pessoa, Imperativo Negativo)
Mantenha-se atento e tome cuidado (3.ª pessoa, Imperativo Afirmativo)
Mantém-te atento e toma cuidado (2.ª pessoa, Imperativo Afirmativo)

Dica 2 – Voz Ativa e Voz Passiva

A voz passiva em geral é reconhecida estruturalmente pela sequência SER+PARTICÍPIO (voz passiva analítica) ou pela presença do PRONOME APASSIVADOR SE (voz passiva sintética ou pronominal), cuja identificação passaria, em princípio, por uma análise sistemática. Contudo, em vista de sua abordagem eminentemente interpretativa, a FGV muitas vezes busca tão só a percepção do sentido passivo mediante a tradução da ideia expressa na frase na forma de voz passiva analítica. Isso quer dizer que certos particípios soltos podem permitir a identificação do sentido passivo, como em questão recente da banca (2022), que considerou como passiva a frase seguinte.

“A uísque dado não se olha o selo.”
Na visão da banca, tal frase é traduzida assim: A uísque que foi dado não se olha o selo.

Dica 3 – Coesão referencial

A coesão referencial ocorre sobretudo com o emprego de pronomes relativos, demonstrativos e pessoais. A FGV costuma elaborar questões nas quais se exige a correta
identificação do referente. A dica é testar a repetição da palavra que funciona como referente no lugar do pronome pertinente. Veja, nas frases seguintes, retiradas de questão recente da banca (2022), a associação entre o termo referido e o pronome em destaque:

“Má é uma opinião que não pode ser mudada/ má”
“Aprenda as regras das jogadas e depois as esqueça / jogadas”
“É mais fácil lutar por princípios do que aplicá-los / princípios”

Naturalmente, as referências indicadas nas duas primeiras alternativas estão erradas, visto que “que” retoma “opinião” e “as”, “regras”. Por outro lado, na última frase, é perfeitamente possível substituir “aplicá-los” por aplicar os princípios, daí o item ser o correto.

Dica 4 – Hiperônimos e hipônimos

As relações de hiperonímia e hiponímia, cobradas frequentemente pela FGV, estão intimamente ligadas. Hiperônimo é, nos termos da própria banca, em questão de 2022,
“uma palavra de conteúdo geral que abrange muitas palavras de conteúdo específico (por exemplo, veículo é hiperônimo de carro, charrete, motocicleta, etc.)”. Assim, “carro, charrete, motocicleta” são hipônimos de “veículo”.

A dica é não confundir termos sinônimos com hiperônimos/hipônimos. Lembre-se de que o hiperônimo tem sentido mais amplo e abarca vários hipônimos, cujo sentido é mais restrito. Assim, por exemplo, doente e enfermo, pergunta e interrogação não guardam relação de hiperônimo/hipônimo, pois são somente sinônimos entre si.

Dica 5 – Conjunções

A Fundação Getúlio Vargas muito mais se interessa pelo valor semântico das conjunções que pela classificação das orações que elas encabeçam. Por isso, a dica é ficar atento a certas conjunções cujo sentido pode variar de acordo com o contexto. Veja os exemplos a seguir.

Bati de porta em porta e esperei. (adição)
Bati de porta em porta, mas nada consegui. (oposição)

Não danço, mas canto. (oposição)
Não só danço, mas canto. (adição)

Como previsto, irei à festa. (como = conforme >> conformidade)
Como você pede, irei à festa. (como = já que >> causa)

Como você, também irei à festa. (comparação)
Não sei como irei à festa. (advérbio interrogativo não expressa ideia específica)

Se você pedir, irei à festa. (condição)
Se você pede, irei à festa. (Se = já que >> causa)
Não sei se irei à festa. (conjunção integrante não expressa ideia específica)

Dica 6 – Preposições

Assim como no caso das conjunções, as preposições são abordadas pela FGV por seu valor semântico. Como é muito comum as preposições expressarem múltiplos sentidos, a dica é observar, no contexto, a semântica apresentada. Observe alguns exemplos.

Ficar a pedido da mãe (motivo) / permaneceu a dois metros da porta (distância) / ir ao Rio (lugar/destino) / ao sair, apague a luz (tempo)
Após a esquina (lugar) / após as 14 horas (tempo)
Assustou-se com a batida (causa) / morava com a mãe (companhia) / conversava com o amigo (simultaneidade)
Falava de tudo (assunto) / gaguejava de medo (causa) / mulher de valor (definição)
Ele veio para ficar (finalidade) / foi para o Rio (lugar/destino) / para mim, ele está mentindo (referência)

Dica 7 – Complemento Nominal e Adjunto Adnominal

Trata-se de uma das temáticas gramaticais mais frequentes da FGV. Naturalmente, é preciso fazer bem a distinção entre o complemento nominal (que completa advérbios, adjetivos e substantivos abstratos com natureza paciente) e o adjunto adnominal (que é locução adjetiva que qualifica substantivos concretos e abstratos e tem natureza ativa). Contudo, além disso, é necessário interpretar bem os comandos das questões que envolvem o assunto, os quais nem sempre usam os nomes das funções sintáticas.

Nesse contexto, a dica é lembrar que adjuntos adnominais têm função acessória, enquanto os complementos nominais são termos integrantes subordinados a seus antecedentes. Assim, se o item falar de termo (associado a um nome anterior) com preposição obrigatória (normalmente “de”) ou de preposição exigida pelo nome anterior, a referência é a um complemento nominal.

Dica 8 – Concordâncias duplas

A banca FGV tem predileção por casos de concordância dupla seja para rescrita do texto, seja para verificação da correção gramatical. Nesse caso, a dica é não se limitar tão somente aos casos em que o núcleo do sujeito é percentual/fração ou coletivo/expressão partitiva. Fique atento às situações em que se apresentam infinitivos “soltos” (aqueles que não atuam como verbo principal de uma locução verbal), bem como aos casos em que o sujeito é o relativo “que” (que, subentendido, permite igualmente a oscilação da concordância de particípios). Veja os exemplos a seguir, cujas concordâncias apresentam-se gramaticalmente corretas.

Não vejo mal em apresentar recurso.
Não vejo mal em apresentarmos recurso.
Não vejo mal em apresentarem recurso.

A implantação das mudanças que foi discutida na reunião ocorrerá em um mês.
A implantação das mudanças que foram discutidas na reunião ocorrerá em um mês.
A implantação das mudanças discutida na reunião ocorrerá em um mês.
A implantação das mudanças discutidas na reunião ocorrerá em um mês.

Dica 9 – Regência de pronomes relativos

Em questões em que o candidato deve identificar erro gramatical, há a necessidade de especial atenção para a regência dos pronomes relativos. Observe as frases seguintes.

O fato que se orgulha o autor nunca foi comprovado.
Eram aquelas privações que todos estávamos expostos.
O filme cujo diretor falávamos já está em cartaz.

Apesar de as frases, por um momento, parecerem corretas, estão erradas. Isso porque os relativos eventualmente são regidos por verbos ou nomes que integram a oração adjetiva por eles iniciada, e o emprego das preposições pertinentes é obrigatório. Assim, a dica é identificar a oração adjetiva, imaginá-la em ordem direta e forçar sua continuidade para que a eventual preposição se revele.

Veja as frases corrigidas, nas quais se destaca o termo regente (que exige a preposição) dos relativos.
O fato de que se orgulha o autor nunca foi comprovado. (o autor se orgulha DE um fato)
Eram aquelas privações a que todos estávamos expostos. (todos estávamos expostos A privações)
O filme de cujo diretor falávamos já está em cartaz. (falávamos DE um diretor)

Dica 10 – Interpretação de textos

A Fundação Getúlio Vargas costuma trabalhar com vários textos curtos e, diferentemente de outras bancas, que se baseiam em pressupostos (termos presentes no texto os quais permitem acessar as entrelinhas das informações), a FGV eventualmente pode trabalhar no concurso Senado com subentendidos, que são percepções de ordem subjetiva as quais guardam certa relação lógica com as ideias do texto. Convém ressaltar que, para outras bancas, tais análises poderiam representar extrapolações.

Veja a questão seguinte, retirada de uma prova de 2022.

Observe o seguinte diálogo:
— Em que é que você trabalha?
— Não, eu sou casada.

A única opção que não pode ser compreendida desse diálogo é que a mulher
(A) não está trabalhando.
(B) não está à procura de emprego.
(C) possui a visão de que mulher casada não trabalha fora.
(D) mostra a divisão de trabalho entre homem e mulher.
(E) reclama da dupla jornada de trabalho, causa de não trabalhar.

A resposta do item E é a única que efetivamente não pode ser extraída do diálogo, visto que há a declaração expressa de que a mulher não trabalha. As alternativas A, B e C são acessíveis mediante elementos presentes nas frases; contudo, a informação do item D beira uma extrapolação, visto que tal divisão de trabalho não é real, a não ser na percepção daquela mulher. Em outros termos, o que se tem ali é UMA forma de divisão de trabalho, não A divisão de trabalho; contudo, a banca tem o item D como certo. A dica, então, é considerar que a banca é mais flexível em relação a inferências que se fazem com base nas informações apresentadas no texto, o que exige mais atenção e cuidado do candidato na análise dos itens.

Interessado no concurso Senado Federal 2022Clique aqui e confira vagas, etapas, remunerações e mais detalhes.

Gustavo Silva é professor do Gran. Professor da SEDF. Ministra aulas em Cursos para Concursos e da rede privada. Formado em Letras – Português, História e Pedagogia.

 

 

 

 

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Resumo do Concurso Senado Federal

concurso Senado Senado Federal
Situação atual Edital publicado
Banca organizadora Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Cargos Advogado, Analista Legislativo, Consultor Legislativo e Técnico Legislativo (Policial Legislativo)
Escolaridade Nível superior
Carreiras Legislativo, jurídica, saúde, administrativa, Tecnologia da Informação e Policial
Lotação Brasília/DF
Número de vagas 22 + 980 Cadastro de Reserva
Remuneração de R$ 19.427,79 a R$ 33.461,68
Inscrições de 23 de agosto de 2022 até 21 de setembro de 2022
Taxas de inscrição de R$ 55,00 a R$ 94,00
Data  da prova objetiva 6 de novembro de 2022
Confira aqui os editais publicados:

 


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