Dicas para a obtenção da nota 10

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Um dos principais desafios do candidato que avança nos concursos públicos e chega à fase da prova oral é o fato de não estar habituado a estudar de maneira ativa. A maioria dos alunos realizam seus estudos com a leitura de livros, materiais em PDF, videoaulas e, mesmo aqueles que elaboram seu material de revisão – o que é altamente recomendável –, não estão acostumados a terem que se expor, a apresentarem oralmente todo o conteúdo estudado ao longo de anos.

Ao se deparar com um concurso em que é cobrada prova oral, alguns candidatos já desistem, pois já imaginam serem incapazes de superar a vergonha, o medo, a exposição que essa fase causa. Por esse motivo, o intuito do presente artigo é desmistificar alguns pontos relativos a essa fase do concurso, que gera calafrios em muitos candidatos – e comigo não foi diferente.

O primeiro ponto a ser observado quando se avança até a fase oral de um certame é que o candidato dispõe de conhecimento profundo sobre os temas cobrados no concurso. Ninguém chega a uma prova oral “por sorte”, pois, além de ter sido aprovado na prova objetiva, a qual tem suas peculiaridades, o candidato também já foi posto à prova com a fase discursiva, ao apresentar suas ideias de forma escrita, com tempo para formular suas respostas e desenvolver as temáticas dentro do limite disponibilizado para a realização do exame. Conhecimento, então, não falta a quem chega à fase oral.

O que fazer então? Na prova oral, o aluno tem que entender que essa fase funciona como uma “entrevista de emprego”, em que são feitos questionamentos, mas o examinador não avalia apenas o conhecimento jurídico do candidato. São avaliadas (i) sua articulação do raciocínio, (ii) capacidade de argumentação e (iii) o uso correto do vernáculo. Fatos subjetivos também são levados em consideração, em que pese não estarem explicitados em nenhuma norma do edital. Vestimenta, comportamento diante da banca, respeito às formalidades do momento são alguns dos pontos que podem fazer com que o candidato não consiga desenvolver, com plenitude, toda sua capacidade.

Outro ponto de fundamental importância nas provas orais é a gestão do tempo para realizar as respostas. Algumas provas da banca CEBRASPE – como a de Delegado da Polícia Federal e a de Promotor do Ministério Público do Estado do Ceará – cobram o tempo de 20 (vinte) minutos para as arguições dos candidatos em quatro disciplinas. Diante desse contexto, uma divisão simples aponta que o aluno deverá utilizar 5 (cinco) minutos para responder os questionamentos de cada disciplina. Dentro desse tempo, o candidato deverá ler as questões – caso o formato seja de questões por escrito, como foi no certame para Delegado da Polícia Federal e como será o certame para Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Ceará –, apresentar suas respostas de forma fundamentada e responder aos eventuais questionamentos feitos pelos examinadores. O que isso quer dizer? Significa que a gestão do tempo é um dos fatores chave para a aprovação. Aquele candidato que não consegue gerir de forma adequada o tempo de resposta entre as disciplinas cobradas, certamente terá dificuldades na matéria que deixar por último para ser respondida. Isso, sem dúvida, impactará na nota final da prova. Desse modo, uma dica para gerir bem o tempo é a utilização do método dedutivo, quando se sabe a resposta, e, quando não, a do método indutivo. Explico: no método dedutivo, você partirá de algumas premissas para chegar à conclusão, ou seja, você irá responder à questão de forma direta e, após, poderá desenvolver seu raciocínio para acrescentar informações. Já o método indutivo, é indicado nos momentos em que o candidato não sabe a resposta do questionamento e se valerá dos princípios e conhecimentos gerais sobre a temática indagada. O método indutivo demanda mais tempo de resposta, de modo que o candidato deverá se ater ao tempo limite de 5 (cinco) minutos por disciplina. Caso não consiga atingir a resposta dentro desse tempo, deverá, educadamente, solicitar ao examinador que o permita passar para outra disciplina e retomar o tema ao final.

A forma de se dirigir à banca examinadora também é um tema que “derruba” muitos candidatos. A gestão do tempo cabe ao candidato, entretanto, isso não quer dizer que ele deverá ser rude com o examinador que, eventualmente, esteja fazendo reperguntas e extrapolando o tempo de sua disciplina. Em casos como esse do exemplo, deverá o candidato “solicitar” autorização para ir para outra disciplina. A falta de cordialidade com a banca gera uma animosidade desnecessária e perigosa para o candidato, já que, como visto, não é apenas o conhecimento jurídico que está sendo avaliado naquele momento. Lembre-se: a prova oral não avalia apenas isso, então muito cuidado.

Além da conduta acima citada, algumas outras também devem ser evitadas durante a realização da prova oral.

A primeira e inegociável dica é: não ficar em silêncio. Parece brincadeira, mas, ao longo dos anos de treinamento de alunos para a realização de provas orais para os mais diversos certames pelo país, alguns candidatos simplesmente “travam” e não conseguem desenvolver as respostas. Essa conduta não conduz a outro resultado que não seja a reprovação, já que não haverá condições de ser avaliado. Não saber a resposta não necessariamente vai levar o candidato à reprovação, uma vez que poderá ser avaliado quanto aos demais requisitos da prova oral. Evidentemente que, se o aluno não souber nenhuma das respostas, apenas sua capacidade de argumentação, de articulação do raciocínio e uso correto do vernáculo não conseguirão elevar a nota a um patamar de aprovação. Mas não se esqueça do que foi dito no início do presente artigo: o candidato que chega a essa fase possui conhecimento. Pode não saber aquele caso específico que foi cobrado, mas conhece a temática cobrada no tema. Apresento um exemplo a fim de facilitar o entendimento: o candidato pode não saber que o STF já julgou que a prática do nepotismo não demanda lei especifica para ser vedada no nosso ordenamento jurídico, mas certamente saberá que a referida prática é vedada por violação dos princípios constitucionais da moralidade e impessoalidade, previstos no artigo 37 da Constituição Federal. O que eu quero dizer com isso: ainda que não saiba a resposta exatamente como a banca quer, o candidato, utilizando-se do método indutivo, poderá chegar à resposta e alcançar sua aprovação.

Outro ponto que deve ser evitado a todo custo quando se está diante de uma banca examinadora de prova oral é discutir com o examinador. Essa conduta, não raras vezes, leva à eliminação do candidato, especialmente em provas de magistratura, em que a banca examinadora é formada por membros do próprio Tribunal. O candidato deve se portar com humildade perante a banca. Isso não quer dizer que deva ser submisso, mas que saiba se expressar quando confrontado. Ocasionalmente, há um examinador mais “carrasco”, o qual gosta de colocar o candidato contra a parede para verificar como reage a uma situação de estresse. Alguns alunos, simplesmente, levam aquela conduta para o lado pessoal e acabam por discutir com o examinador. O resultado é a reprovação. Nesses casos, o candidato poderá discordar do examinador, mas, para tanto, deverá se apegar a precedentes dos Tribunais Superiores e, de forma educada, apresentá-los. Não deve discordar apresentando um argumento de ordem pessoal.

Por fim, uma última dica diz respeito ao fato de ser fundamental não interromper o examinador enquanto ele estiver falando. Essa situação acontece, muitas vezes, quando o candidato está apresentando sua resposta e o examinador o interrompe para fazer uma pergunta. Alguns alunos ignoram a fala o examinador e continuam desenvolvendo a resposta. Essa conduta gera uma animosidade e prejudica eventual auxílio do examinador. Explico: quando o examinador faz uma pergunta, ele busca, na maioria das vezes, recolocar o aluno no trilho da resposta, ou conduzir o aluno a falar as palavras-chaves que estão no espelho de correção. Não há nada mais importante naquele momento do que a fala do examinador. Por essa razão, ao não deixar o examinador falar, o candidato perde a oportunidade de ser conduzido àquilo que o espelho de correção cobra.

Assim, observa-se que a prova oral em concursos tem suas peculiaridades, que a diferenciam totalmente das outras fases. É necessário ao aluno ter em mente essas principais dicas a fim de que consiga se apresentar de maneira adequada e alcance a nota máxima nessa tão relevante fase.

Importante ressaltar, por fim, que o time de GRANXPERTS do Gran Cursos Online acompanha o aluno em todas as fases do certame e conseguirá auxiliá-lo a desenvolver todas as qualidades necessárias para uma prova oral nota 10.

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