Seria interessante realizar essa Prática, antes de mais nada para homenagear nosso Mártir, mas também para conhecer sua trajetória e a injustiça a qual foi submetido. O julgamento de Tiradentes naquela época foi de verdade e um verdadeiro golpe contra nossas raízes e esperanças.
Culpado ou inocente?
Ao revisitar a história da época podemos retirar dela a essência das circunstâncias políticas que levaram Tiradentes a forca. E desse contexto, chegar a conclusões pontuais de sua condição como réu: culpado ou inocente.
O réu
Joaquim José da Silva Xavier, filho de Domingos da Silva Santos e Antônio da Encarnação Xavier, nasceu em 1746. De formação autodidata exerceu as atividades de tropeiros, “tira-dentes”, médico prático e alferes.
Serviu nas forças de defesa contra ameaças externas, Rio de Janeiro – 1777; foi Comandante do destacamento local; encarregado do Registro instalado em Sete Lagoas – 1780; Comandante do Destacamento do Caminho Novo – 1781; bem como chefiou a Comissão Militar para averiguar as fronteiras a leste da Capitania, devida a sua “inteligência mineralógica” – 1784
Trajetória de vida
Aos 11 anos já era órfão de pai e mãe. Teria, então, morado com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão até a idade de 19 anos, quando começa sua atividade como mascate, tornando-se um grande conhecedor das estradas da capitania. Em 1775, com 29 anos, se alista, ganhando a patente de alferes, que hoje corresponde ao posto de 2º Tenente. Paralelo a essas atividades, exerceu a função de “dentista” e de “médico prático”.
Segundo ele, possuía “alguma inteligência de curativo” e era “muito conhecido”, por causa dessas atividades. Na década de 80, envolve-se no movimento conspiratório da Inconfidência Mineira. “Ele foi o elemento de ligação e o agitador por excelência” (Márcio Jardim). A principal função de Tiradentes no movimento era o de propagandista.
Em suas numerosas viagens pela Estrada Real, teve a oportunidade de atrair adeptos para a causa e ser o elo entre mineiros e cariocas. No dia 10 de maio de 1789, Joaquim José foi preso no Rio de Janeiro, jamais voltaria a Capitania das Minas. No primeiro interrogatório diz “que ele não é pessoa que tenha figura, nem valimento, nem riqueza para poder persuadir um povo tão grande a semelhante asneira” (Autos da Devassa).
Prossegue, nos outros depoimentos, negando a participação até 1790 quando, no principio desse ano, confessa sua participação e a propaganda que havia feito. Também demonstrava sua mágoa por ter sido “quatro vezes preterido na promoção”.
No dia 18 de abril de 1792, na sala do Tribunal do Rio, começa a leitura da sentença, que teve a duração de 18 horas. O Alferes Joaquim José era condenado à forca e, depois, ao esquartejamento, e as suas partes expostas pela Estrada Real. Foram condenados a mesma pena: Francisco de Paula Freire de Andrade, José Álvares Maciel, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Oliveira Lopes e Luís Vaz de Toledo e Piza. Após quatro horas, foi lida uma carta de clemência de D. Maria I. Com exceção do Alferes, os outros condenados tiveram suas penas comutadas em degredo.
“Na manhã de 21 de abril de 1792, Tiradentes, escoltado pela cavalaria do vice-rei, foi conduzido a um grande patíbulo nas cercanias da cidade. Aí, ao redor das 11 horas, sob o rigor do sol, com os regimentos formados em triângulo, depois de discursos e aclamações “ à nossa augusta, pia e fidelíssima Rainha”, o bode expiatório foi sacrificado.”
Fonte: jusbrasil (adaptado)
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