Narcos para concurseiros. Por: Elias Santana

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15 de setembro5 min. de leitura

Por Elias Santana (com a colaboração de Aragonê Fernandes, Gabriel Granjeiro e Rodrigo Calado)

Talvez você já tenha assistido às 3 temporadas do seriado Narcos. Se não, farei um um breve spoiler: para combater o cartel de Medellín (liderado pelo icônico Pablo Escobar), um dos integrantes do DEA (Agência Americana de Combate ao Narcotráfico), Javier Peña, aliou-se secretamente ao Cartel de Cáli. Após a morte de Escobar, os americanos se viram diante de um problema maior: o Cartel de Cáli estava traficando uma quantidade ainda maior de drogas para os EUA. Um novo embate foi travado, a fim de desmantelar a nova organização criminosa.

Agora, você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com a minha trajetória de futuro concursado?

Há uma mensagem clara no seriado: quando se busca alianças escusas, os resultados esperados podem até ser alcançados; todavia, há consequências inevitáveis futuras, capazes de colocar antigos aliados em um confronto direto e ainda mais doloroso. Você não consegue ainda ver como isso se encaixa na sua vida?

Passar em um concurso público não é tarefa fácil ou barata. São necessários muitos investimentos – de dinheiro e, principalmente, tempo. No entanto, muitos concurseiros, em uma atitude aparentemente esperta, buscam aliados ilegais: os rateios de cursos online. Quero que você conheça quem está do outro lado do computador, sempre que você opta por essa via: uma organização criminosa (não só em relação a direitos autorais), que, por meio de sites e vários perfis falsos em redes sociais, já (hipoteticamente) arrecadou cifras milionárias (e não estou sendo hiperbólico). E onde você acha que esse dinheiro vai parar?

Futuramente, pode ser que você seja um policial. Investigará diversos crimes patrocinados por dinheiro ilegal. Pode ser que você seja um fiscal da Receita Federal e se depare com um rombo absurdo em relação à arrecadação de impostos. Pode ser que você seja um professor estadual e tenha de conviver com a precariedade do serviço público e com a justificativa governamental de que mais investimentos não são possíveis porque o Estado não arrecadou o suficiente. Talvez, a sua contribuição para essa triste realidade seja maior do que você imagina, infelizmente. A ideia de “alcançar um objetivo, independentemente dos meios adotados” é o que fez nosso Brasil chegar ao ponto em que estamos. Serei ainda mais incisivo e próximo: como você se sente quando ouve notícias acerca de fraudes em concursos públicos? Revoltado? Desacreditado? Injustiçado? Então, saiba: talvez, a mesma organização criminosa que manipula certames pode estar por trás dos sites de rateio. Ou seja, você financia aquele que, mais tarde, tornará seu sonho frustrado. É até interessante a comparação: você sente que seus direitos são violados quando alguém burla um concurso, mas não percebe que também se torna um violador de direitos quando opta pelo rateio. Você já havia pensado nisso?

Ademais, veja outras situações:

  1. Quem participa do comércio por rateio comete crime (tanto quem vende quanto quem compra). São crimes de natureza patrimonial e tributária. Além disso, como os responsáveis pelo rateio são uma organização criminosa, seus clientes respondem pelo crime de associação criminosa, conforme prevê a Lei 12.850, de 2013.

  2. É exigida de um servidor público uma conduta ilibada. Qualquer mácula pode custar o cargo alcançado. Isso é ainda mais grave para aqueles que almejam alguma carreira cujo concurso prevê a investigação de vida pregressa. Você quer mesmo colocar seu futuro cargo em risco?

  3. As organizações de rateio dependem de uma fonte para sobreviver: as empresas que, honestamente, trabalham com produção de cursos. E se a fonte secar? Nenhuma empresa sobrevive ao roubo diário.

  4. Você provavelmente conhece alguém que conseguiu uma quantidade absurda de materiais ilegais em um grupo de WhatsApp, ou então alguém que possui um HD externo com vários GB de aulas pirateadas. Com certeza, essa pessoa não estudou todo esse material. Aquele volume absurdo de conteúdo é apenas um consolo para o provável fracasso. Ter muitos materiais não é o mesmo que conhecer todos eles. Para essa pessoa, lá no fundo, aquilo tudo não tem valor algum. Quem gasta valoriza o bem adquirido e, consequentemente, estuda muito mais, o que aumenta exponencialmente as chances de aprovação. Do que adianta ter rios de materiais e não passar em nada? Se volume de material fosse garantia de aprovação, os rateadores seriam os primeiros colocados em diversos concursos.

  5. Quando você adquire um produto por sites de rateio, fornece a eles dados importantes, como os do seu cartão de crédito. Essas organizações não se responsabilizam pela segurança das suas informações. Com isso, seus dados pessoais podem ser utilizados das mais diversas formas possíveis, e isso pode se tornar uma grande dor de cabeça. Os dados são obtidos por eles assim que você os informa no momento da compra.

  6. As divulgações sempre são em nome de laranjas, pois, como se trata de uma atividade ilícita, os reais responsáveis nunca aparecem. Esse é o motivo de os perfis serem fakes. Geralmente, pregam o socialismo e a solidariedade, mas, na verdade, enganam os “concurseiros” e enriquecem na mesma proporção.

  7. Ao adquirir um curso do Gran Cursos Online legalmente, você não está meramente comprando videoaulas. Na verdade, você paga pelo ingresso a um ecossistema virtual de aprendizagem, dotado de vídeos, áudios, PDF’s, indicadores de desempenho, gerenciador de estudos, e fórum de dúvidas (e sabe a quem recorrer, caso o material fornecido não seja suficiente). Ademais, só quem está nesse ambiente recebe constantemente materiais atualizados, de acordo com a exigência de cada concurso.

  8. Por fim, você já parou para pensar nos custos legais da sua preparação? Posso falar com propriedade do Gran Cursos Online, que é a empresa em que trabalho. Em geral, o valor de um curso é equivalente a 10% de um único mês da sua futura remuneração como servidor. Em outras palavras, no seu primeiro mês de trabalho, você terá pagado todo o seu investimento, e ainda restará 90% do seu soldo.

Desde cedo, aprendi que não posso ter tudo aquilo que quero. Se eu tenho um grande sonho, devo batalhar para alcançá-lo. “O que vem fácil, vai fácil”. E o sabor da vitória só é completo quando posso olhar para trás e sentir orgulho do que fiz e sou. Peço perdão aos que esperavam ler, hoje, algo sobre língua portuguesa. Mas quem me conhece sabe que, para mim, a educação é a única forma de construirmos uma sociedade melhor. Este artigo não é um instrumento de defesa dos meus interesses. Por meio dele, exponho a triste realidade que ameaça empresas (concorrentes ou não) e centenas de empregos diretos e indiretos. Mas, sobretudo, exponho um comportamento que ameaça o meu país. Se você quer ser um servidor público, aprenda, antes da sua nomeação, a respeitar e defender seus pares, pois é para eles que você vai trabalhar. Se você quer um Brasil melhor, tenha dignidade em seus atos. Não seja mais um “sujo falando do mal lavado”. Crimes grandes – como narcotráfico, fraudes em concursos e corrupção – nos enojam. Contudo, saiba: o cerne deles está nos delitos considerados pequenos.

Portanto, não participe e não tolere rateios. Além de não compensar financeiramente, é uma prática ilegal, que pode custar o seu futuro cargo almejado.

Conte sempre com a nossa apaixonada equipe para mudar a sua vida. Sempre estaremos ao lado, trabalhando de forma incansável, dos nossos alunos.  

Aproveitamos para agradecer, de coração, a todos os concurseiros e concurseiras que adquirem materiais honestamente, independentemente de qual curso seja. Vocês são os responsáveis por estarmos no ar. Parabéns a vocês pela nobreza e coerência!


Elias Santana

Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 


Você encontra essa coluna também no jornal Brasília Capital deste sábado, 16 de setembro.

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