O que o Douglas de 2018 diria para o Douglas de 2012

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18/07/2018 | 10:21Atualizado há 1856 dias

Douglas

Não consigo pensar em um título melhor para a coluna de hoje, atendendo ao convite de escrever sobre “O que eu gostaria de saber quando comecei a estudar”.

Há seis anos eu iniciava minha jornada de estudos para as carreiras policiais. À época eu era empregado público (trabalhava no Banco de Brasília), mas não era muito feliz com as minhas atividades. Adorava meus colegas e amigos, mas definitivamente pensava: “não nasci para ser bancário”. Confesso que esse pensamento me afrontava quase que diariamente.

É incrível como nos acostumamos facilmente à nossa realidade – qualquer que seja ela. Chega ao ponto de não nos questionarmos, por anos, se existe alguma alternativa que não seja a de acordar de manhã e de nos conformar com aquilo que temos. Conquistar algo novo parece sempre fora de alcance. Nossa percepção da realidade, infelizmente, tende a ser naturalmente conformista – e deve-se tomar muito cuidado para não ser eternamente subjugado por ela, fazendo um esforço consciente para pensar “fora da caixa”.

Nos sábios dizeres do ex-presidente Barack Obama:

“A Mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou por outro momento. Nós somos aqueles a quem esperamos.

Nós somos a mudança que buscamos.”

Fato é que, à época, eu não conhecia essa famosa citação – e talvez acabasse demorando muito para entendê-la mesmo que a conhecesse. Era como se eu vivesse em um imenso “delay” de percepção, o qual durou 4 anos completos, quando só então o “Douglas de 2012” finalmente tomou uma decisão bacana: “vou me dedicar a buscar algo que me agrada. Eu sempre quis ser policial”.

Vejo hoje que aquele “Douglas de 2012” tinha um caminho muito escuro à sua frente. Ele não sabia se tinha capacidade de passar. Não sabia sequer se conseguiria exercer bem a profissão ou se era vocacionado. Mas ele sabia de um coisa: Tinha, no mínimo, que tentar. A vida não podia se resumir ao conformismo.

 E foi assim que comecei, de verdade, a me dedicar aos estudos. Polícia Federal, Polícia Militar do DF, Polícia Civil do Distrito Federal, PRF. Não importava o órgão, não importava a carreira. O objetivo era me tornar policial, viver a experiência e decidir se era aquele o meu caminho.

É claro que, como todo novato nos estudos para uma determinada carreira (e nos estudos para concursos em geral, pois minha aprovação no BRB se deu quase no limite, nas últimas colocações do cadastro de reserva), muitos e muitos erros foram cometidos pela minha “versão de 2012”. Erros esses que hoje vejo com mais clareza e que ensejaram a elaboração desse artigo.

 

Alguns erros do “Douglas de 2012”: 

  1. Fazer poucos exercícios. Em 2012 eu não tinha noção da quantidade de exercícios que devemos fazer para REALMENTE dominar uma matéria. Listas de 30, 50 exercícios são apenas para consolidar o que se estuda em uma videoaula ou PDF. Depois de finalizadas, quanto mais exercícios você fizer por conta própria, melhor. 
  1. Fazer exercícios sem antes estudar um determinado tema. Em outra esteira, fazer exercícios é importante, mas não é interessante atropelar a ordem natural das coisas fazendo exercícios sem antes ter estudado a parte básica da matéria. Teoria sem prática não serve para nada – mas prática sem teoria também não é lá o método mais eficiente de estudo. 
  1. Deixar de estudar por ter pouco tempo livre naquele dia. Tempo de estudo é um fator MUITO menos importante do que regularidade. Se você tem pouco tempo para estudar, estude pouco, mas estude regularmente. Um ano passa rápido, e mesmo quem só tem 30 minutos por dia acumula MUITO conhecimento se estudar 30 minutos TODOS os dias de um ano (mais exatamente 182 horas e meia de estudo).  
  1. Se cobrar excessivamente. Não se cobre tanto no começo. Todo mundo começa sem saber muito. Todo mundo começa sem dominar os editais. O progresso nem sempre será notado – mas estará lá. Não desanime. Não “perca o ritmo”, independentemente dos resultados iniciais.  
  1. Deixar para treinar a parte física depois de aprovado. Toda etapa de um concurso (carreiras policiais ou não) deve ser considerada na sua preparação. Mesmo que uma etapa só venha depois, deve-se preocupar com ela desde o começo. Deixo claro que esse erro não impede – mas dificulta muito – a aprovação em fases posteriores. 
  1. Dar importância demais aos próprios erros. Veja: mesmo que eu pudesse fazer tantas coisas de uma forma diferente, é preciso citar que o “Douglas de 2012” acabou aprovado na PF, PCDF, PRF e PMDF. As colocações foram as mais variadas, mas o fato permanece: é errando que se acerta. E, mesmo sabendo que eu poderia ter me desempenhado melhor se não tivesse errado tanto, o maior acerto foi praticado: não desistir.

 

Tivesse eu não me preocupado tanto com alguns pontos irrelevantes (como meus erros) e aproveitado mais os minutos livres em dias ruins, pensando sempre no longo prazo, eu teria alcançado resultados com mais facilidade e tranquilidade. E isso, em inúmeros casos, pode ser a diferença entre bater na trave mais uma vez, ou ser nomeado.

Felizmente, a vida é um aprendizado que pode (e deve) ser compartilhado, pois é muito egoísmo pensar que o que aprendemos pertence unicamente a nós. Talvez meus erros sejam também os de outras pessoas, de modo que falar sobre eles poderá vir a encurtar alguns caminhos por aí.

Se eu conseguir incentivar ou ajudar apenas UM de vocês a se animar com os estudos, mesmo sem tempo, mesmo sem energia, minha missão com este artigo estará mais do que cumprida.

O engraçado é que hoje muitas das minhas preocupações e inseguranças se foram. Eu não sei se serei policial até o fim da minha vida. Não sei se escolherei outra carreira, outro curso superior para cursar, ou se me aposentarei onde estou. Mas, depois do que passei, tenho muito orgulho de estar onde estou e de viver essas etapas – ao passo que aprendi que também posso correr riscos. Correr atrás, experimentar, voltar e começar novamente, se preciso for.

Por isso, o importante não é apenas conhecer nossos erros, mas também aceitar que erros e falhas são naturais. Lembre-se sempre de que problemas VÃO acontecer – mas que não importa quantas vozes em contrário você esteja ouvindo, basta que você faça sua parte.

Aprenda com seus erros. Aprenda com os erros dos outros. Mas – errando ou acertando – faça sua parte.

Penso ser esse o mais importante dizer para a minha inexperiente, mas corajosa, versão de 2012: fique tranquilo e trabalhe. Se eu me encontrasse em uma máquina do tempo, ainda ansioso com as incertezas que estavam pela frente, simplesmente repetiria: fique tranquilo e trabalhe.

Pensando bem, acho que esse conselho também vale para o Douglas de 2018. Vale para cada um de nós, em qualquer dia de nossas vidas. O segredo é não esquecer.

 

Post scriptum:

Como bem diz o chef  Henrique Fogaça, “a gente aprende, aprende e morre burro”.

Em uma última nota – e se eu puder tomar a liberdade de complementar o pensamento do famoso chef: “mas morremos mais sábios do que nascemos”. 

 

E isso basta.


Douglas Vargas

Douglas de Araújo Vargas é Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado pelo CEBRASPE em 2013. Iniciou sua jornada em concursos públicos ao ser aprovado no certame para escriturário do Banco de Brasília, aos 17 anos de idade. Após decidir dedicar-se às carreiras policiais, logrou aprovações em diversos certames, merecendo destaque para as aprovações na PMDF – Soldado (2012), Polícia Federal – Escrivão (2013), Polícia Civil do Distrito Federal – Escrivão (2013), Polícia Civil do Distrito Federal – Agente (2013) , PRF – Agente (2013), Ministério da Integração, Ministério da Justiça, PMDF – Oficial (2017).

É atualmente um dos professores responsáveis pela autoria do material em PDF de Direito Penal e Direito Processual Penal do Gran Cursos Online.


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