“Só com o esforço prolongado e sinceridade, disciplina e autocontrole, o sábio se torna como uma ilha, que nenhuma enchente consegue inundar.” – Buda
Mais uma vez, a ciência nos mostra o caminho para uma vida melhor. Pesquisadores das universidades da Califórnia e da Pensilvânia, nos EUA, identificaram quais são os atributos que levam algumas pessoas a ter melhor desempenho do que outras nas atividades que se propõem a realizar. Em estudo que avaliou mais de um milhão de indivíduos, os cientistas constataram que, quanto maior a inteligência emocional e o autocontrole da pessoa, mais ela se mantém concentrada em seus projetos e, por consequência, mais produz. Aparentemente, o que ocorre é que pessoas com bom domínio das emoções tendem a se manter no caminho certo rumo à realização de seus objetivos. Elas chegam a apresentar desempenho 90% superior quando comparadas com indivíduos com aquelas características menos desenvolvidas. Em síntese, quem lida melhor com as emoções consegue alcançar mais facilmente um objetivo complexo, como ser aprovado em concurso público, por exemplo.
O autocontrole é uma habilidade difícil de desenvolver, mas todos devem pelo menos tentar melhorar nesse quesito. A falta de controle sobre as próprias emoções pode ter como consequência a baixa produtividade no trabalho e nos estudos. Pessoas excessivamente passionais e reativas têm muita dificuldade de focar no sucesso; por outro lado, elas não conseguem parar de remoer suas falhas e seus fracassos. Entram, assim, numa espécie de círculo vicioso, em que o descontrole vai se retroalimentando, o que pode levar a sucessivas frustrações.
Então como podemos desenvolver nossa capacidade de controlar as emoções? Um bom começo é mudar o foco: devemos deixar de nos concentrar tanto nos problemas e começar a focar nas soluções. Se, por exemplo, enfrentamos dificuldades no caminho rumo à aprovação em um concurso, precisamos aprender a não sucumbir a elas. Quando o candidato dá atenção em excesso aos obstáculos que se interpõem em seu percurso, cai no erro de prolongar o desânimo e outras emoções negativas. Estas, por sua vez, são as responsáveis por minar o que ele ainda tem de autocontrole. Já quando o concurseiro se concentra em decidir quais serão seus próximos passos para enfrentar um desafio, ele experimenta aquela ótima sensação de dever cumprido. Com isso, melhora sua autoestima e nutre emoções positivas. O resultado é a evolução do seu desempenho e da sua performance. Em termos práticos, esse candidato aumenta o índice de acertos nas provas.
Por isso, meu primeiro conselho é que você evite se debruçar demais sobre os problemas. Acredite: é mais eficaz se concentrar nas soluções. Siga o exemplo das pessoas emocionalmente inteligentes. Quando elas têm um sonho, partem em busca dele e, no caminho, vão superando um a um os entraves que surgirem. E elas têm plena consciência de que cometerão falhas no processo. A diferença, em relação ao grupo dos que sucumbem à autocomiseração, é que elas se dão a oportunidade de refletir. Param um pouco e se perguntam o que precisam fazer para impedir a derrota iminente. Veja bem: elas desviam o foco para a ação. Se essa conduta lhes garante de imediato um novo fôlego, no longo prazo ainda serve para desenvolver nelas atributos que podem ser determinantes para o sucesso. Pessoas assim tendem, por exemplo, a não se prender ao passado. Elas sabem que ficar preso ao que já passou impede qualquer um de avançar.
“Muitas vezes, os concurseiros reprovam porque lhes falta autoconfiança. Infelizmente, é mais comum do que desejaríamos a incapacidade deles de acreditar que podem alcançar um resultado melhor no futuro. Calejado com os insucessos, um concurseiro deixa facilmente de assumir riscos e – pior ainda – desiste de fazer novas tentativas.”
Muitas vezes, os concurseiros reprovam porque lhes falta autoconfiança. Infelizmente, é mais comum do que desejaríamos a incapacidade deles de acreditar que podem alcançar um resultado melhor no futuro. Calejado com os insucessos, um concurseiro deixa facilmente de assumir riscos e – pior ainda – desiste de fazer novas tentativas. Eis por que é tão premente que ele desenvolva a inteligência emocional. Quem é emocionalmente inteligente sabe que o sucesso começa com a capacidade de aprender com os fracassos e de extrair preciosas lições das más experiências. Esses indivíduos entendem que, se a vaga que querem conquistar vale muito a pena, a preparação para o concurso vai exigir que eles assumam mais riscos. Eles têm ciência de que, para merecer o cargo, precisarão ousar e inovar de alguma forma. E não ignoram que um fracasso ou outro é inevitável nesse percurso.
Tenha isto em mente: pessoas emocionalmente inteligentes sabem que a perfeição não existe. Entendem que insistir na ideia de ser perfeito nos torna mais propensos ao fracasso e à desistência. No mínimo, corremos o risco de reduzir nossos esforços, porque, no fundo, compreendemos que nossa busca já está fadada ao insucesso. Pra piorar, quem persegue a perfeição acaba perdendo muito tempo com a autocomiseração, lamentando o que deixou de fazer ou pensando sobre o que poderia ter feito de diferente, em vez de avançar feliz com o que já houver conquistado.
“Como vimos, focar em soluções, aumentar a autoconfiança e baixar o nível das expectativas são mudanças de atitude que podem fomentar a inteligência emocional e, por conseguinte, o autocontrole. Mas há, ainda, outra forma de fazer isso: pensar positivo.”
Como vimos, focar em soluções, aumentar a autoconfiança e baixar o nível das expectativas são mudanças de atitude que podem fomentar a inteligência emocional e, por conseguinte, o autocontrole. Mas há, ainda, outra forma de fazer isso: pensar positivo. Já falamos sobre o poder do pensamento positivo neste espaço (acesse aqui), mas não custa relembrar um pouco. Em síntese trata-se de concentrar a atenção do cérebro nas recompensas que você pode vir a colher como resultado do seu esforço pessoal. Um cérebro alimentado com pensamentos positivos é programado para obter ainda mais satisfação. Em outras palavras, passa a trabalhar para tornar real o que o indivíduo deseja muito.
É por isso que você, amigo concurseiro, precisa ajudar o seu cérebro a selecionar – conscientemente – pensamentos positivos. Felizmente, em matéria de concurso público há muitas opções de recompensa com as quais você pode nutrir a sua mente. Que seja o prestígio ligado ao cargo, ou o valor inicial da remuneração, ou os benefícios da carreira, ou o número de pessoas que você será capaz de ajudar com o seu talento, ou a estabilidade financeira, ou o poder que a posição de agente público vai lhe conferir, ou, ainda, o número de colegas e amigos que você conquistará quando se tornar servidor. É só escolher e focar sua imaginação nisso.
Não menospreze o fato de que nosso organismo reflete a realidade à nossa volta. Você já reparou como, quando tudo está indo bem, nosso humor também melhora? Nessas circunstâncias, manter as rédeas da situação é moleza, não é verdade? Todavia, quando as coisas vão mal, a mente tende a ser inundada por pensamentos negativos. É quando manter o autocontrole se torna um grande desafio. Em momentos assim, procure se lembrar de algo positivo que tenha acontecido com você. O importante é ter algo bom para pensar e, assim, desviar a atenção da mente. Exercitar o domínio sobre os próprios pensamentos é determinante para não perder o controle.
O segredo para aumentar as chances de sucesso em nossos planos e para melhorar o nosso desempenho em geral também envolve questões mais concretas e de ordem prática. A importância do sono, por exemplo, foi outro ponto investigado no estudo da universidade norte-americana. Todos sabemos que uma boa noite de sono nos faz acordar alertas, lúcidos, produtivos e focados. Mas os cientistas foram além do senso comum e descobriram o que ocorre depois de um sono de qualidade. Eles constataram que, quando dormimos bem – ou no mínimo o suficiente –, nosso cérebro seleciona com mais precisão, entre as memórias acumuladas durante o dia, as que devem ser armazenadas e as que podem ser descartadas. Daí a importância de sinalizarmos para a mente o que é e o que não é importante para ser guardado na memória de longo prazo. O cérebro é seletivo: se a pessoa não dá o comando certo, durante a noite a mente descartará a seu critério as informações que não tiverem sido apontadas como necessárias ou mais relevantes.
Outro ponto que mereceu atenção dos pesquisadores foi o papel da meditação para o desenvolvimento do autocontrole. Os cientistas envolvidos no estudo confirmaram que a técnica é capaz de treinar o cérebro para manter sob controle as emoções do indivíduo. E ratificaram a ideia de que, para isso, bastam cinco minutinhos por dia reservados para a concentração em absolutamente nada, a não ser a própria respiração e os cinco sentidos. Os pesquisadores garantem que a prática melhora a autoconsciência e a capacidade do cérebro de resistir a impulsos destrutivos.
“Uma regra de ouro para resistir a qualquer tipo de tentação é aguardar cerca de dez minutos antes de ceder a ela. Você vai descobrir que, na maioria das vezes, uma fissura incontrolável em poucos minutos se transforma em um desejo absolutamente administrável.”
Ora, todos sofremos tentações de vez em quando. Um dia podemos estar com uma vontade absurda de tomar uma cervejinha ou de comer um bolo de chocolate. Outro dia, o impulso autodestrutivo pode se manifestar na forma de preguiça – sabe quando tudo que queremos é ficar em casa assistindo a um programa inútil na tevê? O que faz de nós mais ou menos fortes é a forma como lidamos com esses impulsos a que todos estamos sujeitos. Uma regra de ouro para resistir a qualquer tipo de tentação é aguardar cerca de dez minutos antes de ceder a ela. Você vai descobrir que, na maioria das vezes, uma fissura incontrolável em poucos minutos se transforma em um desejo absolutamente administrável. Aguardar esses poucos minutinhos, portanto, nos ajuda a não nos desviarmos de nossa meta, seja ela emagrecer, seja ela algo mais complexo e de longo prazo, como fazer do governo o nosso novo patrão.
Como sempre, a ciência investiga e nos revela alguns segredos para que sejamos mais felizes na esfera pessoal e na carreira. Nós, do Gran Cursos Online, temos a missão de lhe apresentar essas receitas, para que você, amigo de jornada, se torne ainda mais bem-sucedido em quaisquer projetos que abraçar. Estamos juntos e seguiremos juntos, até sair a nomeação para o cargo dos seus sonhos.
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Confira também: A importância do autocontrole: aprenda as lições do Teste do Marshmallow!
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Gabriel Granjeiro
Diretor-Presidente do Gran Cursos Online
Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há quase 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.
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