Recentemente publiquei aqui, no blog do Gran Cursos, um artigo intituilado “Varíola do macaco – afinal, que doença é essa?” em que trouxe os principais aspectos relevantes sobre esta doença viral que vem dominando os noticiários nas últimas semanas.
Se você ainda não conferiu, dê uma pausa agora e leia este conteúdo, pois no presente artigo, vamos relembrar outras enfermidades que, antes mesmo da COVID-19, fizeram fama mundialmente, e traçar um paralelo entre elas e a representante mais recente, a varíola do macaco ou varíola símia ou ainda monkeypox.
Ótimo, agora que você já leu o artigo anterior, vou começar te dizendo que lidar com uma doença infecciosa de proporções continentais ou até mesmo mundiais não é algo recente na história. Enfermidades já assolam a humanidade desde o início dos tempos já que, assim como os humanos se espalharam pelo mundo, era de se esperar que o mesmo acontecesse com as doenças infecciosas, não é mesmo?
Antes de mais nada, considero importante conceituar alguns termos para que você não os empregue de maneira errada no dia a dia e principalmente, na hora da sua prova:
- Surto: aumento inesperado do número de casos de determinada doença em uma região específica. Em algumas cidades, a dengue, por exemplo, é tratada como um surto e não como uma epidemia, pois acontece em regiões específicas (como um bairro).
- Epidemia: ocorrência de surtos em várias regiões. A epidemia pode então se dar em nível municipal (quando diversos bairros apresentam certa doença), estadual (quando diversas cidades registram casos) ou nacional (quando a doença ocorre em diferentes regiões do país).
- Pandemia: em uma escala de gravidade, é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se estende a níveis mundiais, como ocorreu com a COVID-19.
- Endemia: doença que se manifesta com frequência, mas somente em determinada região, por características locais. Por isso seu conceito não é de natureza quantitativa. A Febre Amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região norte do Brasil.
Agora chegou a hora de um pouco de história, vamos lá?
Um dos primeiros casos de pandemia registrados é a Peste de Justiniano, que iniciou-se por volta de 541 D.C, no Egito, e cujas estimativas apontam que tenha durado mais de 200 anos! A doença, transmitida através da mordida de pulgas em ratos contaminados com a bactéria Yersinia pestis, ficou conhecida como peste bubônica, e matou cerca 1 milhão de pessoas.
Mais tarde, em 1343, a peste bubônica retornou, assolando com cerca de 200 milhões de mortes, os continentes asiático e europeu e ficando conhecida como a Peste Negra. Aliás, foi nesta época que surgiu o termo quarentena, do italiano “quaranta giorni”, ou 40 dias já que com o objetivo de proteger as cidades costeiras da Itália, os navios que atracavam deviam permanecer ancorados, com os tripulantes em observação, pelo período de 40 dias.
Mais recentemente, em 1918, a Gripe Espanhola, causada pelo vírus influenza H1N1, resultou na morte de 20 a 50 milhões de pessoas. A enfermidade quase dizimou as populações indígenas e levou a óbito cerca de 35 mil brasileiros. Já em 2009, uma variação do vírus resultou na Gripe Suína, atingindo principalmente a América do Norte, Europa, África e Ásia oriental.
Mas, sem dúvidas, a mais longa e devastadora doença infecciosa de relevância foi a varíola humana, cuja origem é desconhecida mas com evidências tão antigas que chegam a datar do século III, em múmias egípcias. Ao longo da História a doença ocorreu em surtos que levaram à morte, apenas no século XX, por exemplo, mais de 300 milhões de pessoas.
E a fama da varíola não se justifica apenas por sua longevidade ou pelo expressivo número de vítimas. Foi a partir dela, também, que houve a descoberta do conceito de vacina, em 1798, pelo médico Edward Jenner. Aliás, foi por meio da vacinação em massa que, felizmente, após tanto tempo a varíola foi considerada erradicada em 1980, pela OMS.
Mas afinal, será que a “prima” da varíola humana, a varíola dos macacos, pode causar uma nova pandemia? Ainda é cedo para dizer que sim ou que não. Felizmente trata-se, até então (e que assim permaneça), de uma endemia causada por um vírus com transmissibilidade menor se comparado ao SARS-CoV-2, causador da COVID-19, que levou rapidamente à situação de pandemia.
Mas sem dúvidas uma coisa o SARS-CoV-2 nos ensinou: o melhor é bloquear a transmissão do vírus! Por isso tudo vai depender de como serão tomadas as medidas de saúde pública dos países que estão sendo acometidos para tentar minimizar o avanço desta endemia.
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Um forte abraço e bons estudos!
Débora Juliani
Farmacêutica formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com Residência em Análises Clínicas pelo HU/UFJF e Pós-graduação em Análises Clínicas e Microbiologia. Farmacêutica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
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