Posse em Libras. Por: Elias Santana

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04 de janeiro2 min. de leitura

Garantidamente, um dos momentos mais marcantes da cerimônia de posse do agora presidente Jair Bolsonaro foi o discurso da primeira dama, Michelle Bolsonaro, feito em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A comoção de muitos foi notória diante da grata surpresa (melhor do que chamar de “quebra de protocolo”), uma vez que o inédito discurso da primeira dama deu voz a uma significativa parcela da sociedade que luta por igualdade: os surdos. Em seguida, a ministra da mulher, família e direitos humanos, Damares Alves, anunciou que os servidores do ministério terão de, em 6 meses, aprender Libras. Fica, portanto, evidente que essa deve uma das pautas do novo governo. Por esse motivo, que tal entender o que é Libras?

Diferentemente do que muitos pensam, Libras não é “português traduzido para as mãos” (e é imaturidade compreendê-la assim). Como o próprio nome diz, é uma língua legalmente reconhecida – assim como o português, o inglês e tantas outras – com aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos  próprios. Por isso, não é uma mera transposição. Essa língua é tão complexa que apresenta níveis de formalidade e informalidade, regionalismo e até gírias! A Língua de Sinais usada em Brasília não é necessariamente idêntica a que se fala no Piauí, por exemplo. Sim, é possível afirmar que, em Libras, há sotaque!

Tive a grande oportunidade de dividir sala, durante o meu mestrado, com muitos pós-graduandos de Letras-Libras de diversos lugares do Brasil – situação que normalmente só é vivenciada na universidade pública. Alguns deles possuíam surdez total ; outros, parcial. Alguns deles faziam leitura labial ou falavam. A comunidade surda é bastante heterogênea em relação à comunicação, e, por isso, o assunto é tão vasto. Apesar de não saber Libras, pude, por meio da minha linha de pesquisa – o Gerativismo – fazer alguns estudos acerca da Língua de sinais.

Com todo esse panorama, veio-me um questionamento: será que a Língua Brasileira de Sinais pode se tornar assunto em provas de concursos públicos? Quero saber a sua opinião! Deixe-a nos comentários!

Esperamos que a valorização dos surdos vá além do discurso de posse!  A igualdade (um dos princípios iluministas) deve ser a base de nossa sociedade!

 


Elias Santana

Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 


 

 

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