Processo de trabalho em Sala de Vacina: atribuições da equipe de Enfermagem

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Hoje vamos falar do processo de trabalho em sala de vacina, um dos setores no qual a equipe de enfermagem tem autonomia, desde que seguidos os protocolos nacionais. Por isso, a equipe precisa estar atenta a TODOS os procedimentos. Além disso, esse é um tema recorrente em provas de concursos e residências.

As atividades da sala de vacinação são desenvolvidas pela equipe de enfermagem treinada e capacitada para desenvolver os seguintes procedimentos: manuseio, conservação, preparo e administração, registro e descarte dos resíduos resultantes das ações de vacinação.

Procedimentos da Sala de Vacina

O dimensionamento também pode ser definido com base na previsão de que um vacinador pode administrar com segurança cerca de 30 doses de vacinas injetáveis ou 90 doses de vacinas administradas pela via oral por hora de trabalho (MS, 2014, p.25).

Organização e funcionamento da sala de vacinação

A sala de vacinação é classificada como área semicrítica. Deve ser destinada exclusivamente à administração dos imunobiológicos, devendo-se considerar os diversos calendários de vacinação existente.

  • Início do trabalho diário:

Antes de dar início à atividade de vacinação propriamente dita, a equipe deve adotar os seguintes procedimentos:

  • Verificar se a sala está limpa e em ordem;

  • Verificar a temperatura do (s) equipamento (s) de refrigeração, registrando-a no mapa de registro diário de temperatura – o mapa de registro deve ficar em local de fácil visualização;

  • Verificar ou ligar o sistema de ar-condicionado – a temperatura ambiente deve variar de 19º C a 22º C;

  • Higienizar as mãos;

  • Organizar a caixa térmica de uso diário – inserir as bobinas de gelo ou gelox em formato de ilha, deixando a ponta do termômetro digital afastada da parede da caixa e dos gelos recicláveis – aguardar alcance da temperatura entre 2º C e 8º C, ideal 5º C;

  • Separar os cartões de controle dos indivíduos com vacinação aprazada para o dia de trabalho ou consultar o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) para verificar os aprazamentos;

  • Retirar do equipamento de refrigeração as vacinas e separar os diluentes correspondentes na quantidade necessária ao consumo na jornada de trabalho, considerando os agendamentos previstos para o dia e a demanda espontânea;

  • Organizar vacinas e diluentes na caixa térmica, já com a temperatura recomendada, colocando-os em recipientes – Atentar para o prazo de utilização após a abertura do frasco para as apresentações em multidose.

  • Organizar, sobre a mesa de trabalho, os impressos e os materiais de escritório.

  • Acolhimento e triagem:

O acolhimento se configura como uma atitude de inclusão, caracterizada por ações que favorecem a construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários com as equipes e os serviços. A recepção é estratégica para o acolhimento, pois é o primeiro contato com a unidade de saúde e de onde partem os encaminhamentos para outras unidades, como os CRIE (MS, 2014, p.28).

  • Triagem:

De acordo com MS (2014, p. 29), é o processo de escolha, seleção ou classificação ao qual os usuários são submetidos a fim de determinar aqueles que possuem prioridade no atendimento. A triagem contribui com a organização do fluxo e a otimização do tempo e dos recursos utilizados, favorecendo a redução de aglomerações no serviço de saúde, com possível melhoria na resolutividade do serviço e na satisfação do usuário.

    • Procedimentos anteriores à administração do imunobiológico:

      • Se o usuário está comparecendo à sala de vacinação pela primeira vez, abra os documentos padronizados do registro pessoal de vacinação (cartão ou caderneta de vacinação ou mesmo cartão-controle) ou cadastre o usuário no SI-PNI;

        • No caso de retorno, avalie o histórico de vacinação do usuário, identificando quais vacinas devem ser administradas;

        • Obtenha informações sobre o estado de saúde do usuário, avaliando as indicações e as possíveis contraindicações à administração dos imunobiológicos, evitando as falsas contraindicações;

        • Oriente o usuário sobre a importância da vacinação e da conclusão do esquema básico de acordo com o grupo-alvo ao qual o usuário pertence e conforme o calendário de vacinação vigente;

        • Faça o registro do imunobiológico a ser administrado no espaço reservado nos respectivos documentos destinados à coleta de informações de doses aplicadas;

        • Na caderneta de vacinação, date e anote no espaço indicado: a dose, o lote, a unidade de saúde onde a vacina foi administrada e o nome legível do vacinador;

        • O aprazamento deve ser calculado ou obtido no SI-PNI e a data deve ser registrada com lápis na caderneta de saúde, no cartão de vacinação e no cartão-controle do indivíduo.

Para o controle por parte da equipe de vacinação, a unidade de saúde deve manter o cartão de controle ou outro mecanismo para o registro dos imunobiológicos administrados. Tal instrumento deverá conter os mesmos dados do cartão de vacinação do usuário, isto é, identificação, data, vacina/dose administrada, lote e nome do vacinador.

Com a implantação do registro nominal de doses aplicadas (no SI-PNI), que inclui dados pessoais e de residência, o cartão-controle poderá ser progressivamente desativado.

  • Faça o registro da dose administrada no boletim diário específico, conforme padronização.

  • Reforce a orientação, informando o usuário sobre a importância da vacinação.

Espero que tenha gostado, e continue acompanhando o Blog, pois darei sequência a temas inerentes aos imunobiológicos.

Abraços,

Professora Natale Souza


Mestre em Saúde Coletiva pela UEFS. Servidora pública da Prefeitura Municipal de Salvador. Coach, Mentora, Consultora e Professora na área de Concursos Públicos e Residências. Graduada pela UEFS em 1998, pós-graduada em Gestão em Saúde, Saúde Pública, Urgência e Emergência, Auditoria de Sistemas, Enfermagem do Trabalho e Direito Sanitário. Autora de 02 livros – e mais 03 em processo de revisão: – Legislação do SUS – vídeo livro ( Editora Concursos Psi); Legislação do SUS – Comentada e esquematizada ( Editora Sanar). Aprovada em 16 concurso e seleções públicas (nacionais e internacionais) dentre elas: – Programa de Interiorização dos Profissionais de Saúde – MS – lotada em MG; – Consultora do Programa Nacional de Controle da Dengue (OPAS), lotada em Brasília; – Consultora Internacional do Programa Melhoria da Qualidade em Saúde pelo Banco Mundial, lotada em Brasília; – Governo do estado da Bahia – SESAB – urgência e emergência; – Prefeitura Municipal de Aracaju; – Prefeitura Municipal de Salvador; – Professora da Universidade Federal de Sergipe UFS; – Governo do Estado de Sergipe (SAMU); – Educadora em Saúde mental /FIOCRUZ- lotada Rio de Janeiro.


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