Quantas horas por dia você precisa estudar para ser aprovado?

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“Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente.”
(2 Coríntios 9.6)

Olá querido leitor.

Hoje abordaremos um dos temas mais intrigantes e desafiadores na preparação para concursos públicos: a quantidade de horas diárias de estudos necessária à aprovação.

Nestes mais de 12 anos envolvido com o mundo dos concursos públicos, eu já recebi, muitas vezes, essa pergunta: quantas horas preciso estudar por dia???

A preocupação de grande parte dos alunos é: “ah, fulano disse que estuda 12 horas por dia”; outros…“nossa, o “Mr. Concorrente” estuda igual ao antigo Unibanco, 30 horas por dia”.

Veja. Embora a quantidade de horas diárias de estudo seja um fator importante nessa jornada, isso, por si só, não é sinônimo de que o projeto esteja caminhando no rumo certo. Eu já tomei conhecimento de situações nas quais uma pessoa ficava por, aproximadamente, 10 horas diárias em um curso preparatório. Ela assistia à aula presencial (das 8 às 12h) e à tarde continuava estudando, em grupo. Caso perguntassem para aquela pessoa quantas horas ela estudava, prontamente, dizia: “10 horas por dia”. Entretanto, nessas 10 horas estavam inseridas as pausas para cafezinho, para “espiar” as redes sociais, para as várias conversas paralelas, etc. No fim das contas, essas 10 horas, na realidade, se convertiam em, no máximo, umas 4 de efetivo estudo.

“Embora a quantidade de horas diárias de estudo seja um fator importante na jornada de estudos, isso, por si só, não é sinônimo de que o projeto esteja caminhando no rumo certo.”

Mais importante que a quantidade de horas é a qualidade do estudo. É claro que o ideal é aliar a quantidade à qualidade. (e vice-versa) Conforme destaca o professor William Douglas, “duas horas bem aproveitadas valem mais que quatro horas de simulação de estudo”.

Note. Poderíamos simplesmente dizer para você: estude, pelo menos, 8 horas diárias, ou 10 ou 12. Isso seria bem simples. Mas não estaria sendo justo, nem correto. Isso não resolve a nossa questão. Na verdade, para que possamos definir a quantidade de horas de estudo, é necessário analisar, conjuntamente, alguns pontos (pressupostos), quais sejam:

1º – Estudo versus Particularidades pessoais

Não podemos estabelecer uma quantidade “x” de horas diárias de estudo sem levar em conta as particularidades inerentes a cada pessoa. Nessa linha, uns trabalham outros não; uns frequentam academias outros não; alguns vão à igreja regularmente. Outro fator relevantíssimo: uns possuem filhos outros não. Enfim: perceba que essas circunstâncias, por si só, interferem diretamente na quantidade de horas que poderão ser destinadas aos estudos. Cada atividade dessa consome uma parcela de nosso limitado dia.

Embora seja verdade que ao iniciar os estudos será necessário abrir mão de algumas coisas, não abono a tese segundo a qual para ser aprovado precisa “desligar-se de tudo e de todos”. Isso não dá certo! Não há como deixar de ser pai, por exemplo, porque começou a estudar. Deixar de viver para estudar é algo radical. Há quem, ainda, defenda esse extremo. Respeito que pensa assim, mas não comungo dessa tese. O ideal aqui é equilíbrio. O planejamento é fundamental nessa definição.

“Não há como deixar de ser pai, por exemplo, porque começou a estudar.[…] O ideal aqui é equilíbrio. O planejamento é fundamental nessa definição.”

Ainda nessa linha das particularidades pessoais, é fundamental destacar que há pessoas que possuem mais facilidade para assimilar determinados conteúdos do que outros. Isso poderá interferir na quantidade de horas também. Respeitar os limitar aqui é necessário. Não adianta você querer “copiar” a receita do outro. Cada um precisa levar em conta as suas necessidades e realidades.

2º – Estudo versus trabalho

Ainda na ideia tratada no 1º ponto, ao estabelecermos a quantidade de horas diárias de estudo, devemos considerar que a grande maioria dos concursandos trabalha. E essa “figurinha” consome boa parte de nosso tempo. Perceba. Normalmente, entre 7 e 10 horas diárias são destinadas ao trabalho. (às vezes, até um pouco mais). Isso afetará, também, o número de horas que poderemos destinar aos estudos. São poucos os que podem abrir mão do trabalho só para ficar estudando. Se você estiver entre esses poucos, aproveite ao máximo. Conforme pensamento de Johann Goethe, “o tempo rende muito quando é bem aproveitado”.

o tempo rende muito quando é bem aproveitado

3º – Estudo versus descanso

Neste 3º, e último, ponto, quero destacar que o descanso é fundamental para a aprovação. Embora pareça até paradoxal, a verdade é que precisamos descansar, mesmo (e principalmente) quando estamos desenvolvendo um projeto tão ousado. Quando ultrapassamos os limites do corpo, este começa a nos dar sinais (dores, tontura, falta de concentração, sonolência constante, etc.). Eu já ouvi alguns dizerem: “o concursando somente deve descansar após ser aprovado”. Não penso assim!

Olha só! Ainda que haja certa divergência, o fato é que a grande maioria dos estudos científicos demonstra que precisamos dormir, pelo menos, 8 horas diárias. Não adianta ficar trocando horas de descanso por horas de estudos. Isso, na maioria dos casos, faz o rendimento cair. Às vezes, a pessoa fica 10 horas “quase dormindo” em cima dos livros. (ou dormindo na sala de aula) Isso não é estudo! Os estudos exigem muito de nós, tanto na questão física quanto psicológica e emocional. Descansar é fundamental nessa jornada. Uma vez ou outra, esticar um pouco mais, é até aceitável, contudo não faça disso um estilo de vida.

Note: nestes três pontos, ressaltamos alguns fatos que interferem expressivamente na quantidade de horas que poderemos destinar aos estudos. Se considerarmos apenas essas três situações, observe que, aproximadamente, umas 18 horas do nosso dia já foram consumidas. Se isso não é levado em conta, pode “pirar o cabeção” de muita gente que acredita que se não estudar 12 horas por dia não conseguirá a aprovação.

Outra coisa fundamental é: lembra o que eu disse sobre o planejamento? Ele é imprescindível para a organização de sua vida. Concursandos que não se planejam vivem “frustrados” na maioria das atividades que desempenham. Olhe isso: a pessoa está estudando, mas pensando… “poxa, poderia estar com a galera jogando um futebol”. Quando está no futebol, pensa: “nossa, eu deveria estar estudando”. A pessoa viaja com a família e não curte o momento porque o tempo todo fica se martirizando por não estar estudando. A sensação de autocondenação é uma constante. Se você programar todas as suas atividades, poderá realizar cada uma na sua devida hora. Isso ajudará bastante para que se possa tirar o maior proveito possível de cada tarefa desenvolvida.

“Concursandos que não se planejam vivem “frustrados” na maioria das atividades que desempenham.”

Em conclusão, valendo-me mais um vez dos ensinamentos do professor (“guru” dos concursos) William Douglas, e, retomando a nossa pergunta inicial, “quantas horas por dia você precisa estudar para ser aprovado, podemos dizer que “o número ideal de horas a estudar é o maior possível de horas que você puder, mantida a qualidade de vida e do estudo”.

Assim, se você pode destinar apenas 2 horas diárias para o estudo, faça com que essas duas horas tenham o melhor rendimento possível. Estude com técnica, com estratégias. Caso você possa estudar 4 horas, com qualidade, estude. Se você tem 10 horas livres por dia, mas seu limite físico se esgota com 6 ou horas de estudo, respeite isso. Conforme destacamos, o ideal é aliar quantidade com qualidade. Não adianta estudar, apenas, 10 minutos por dia com qualidade, nem 10 horas sem ela.

“…o número ideal de horas a estudar é o maior possível de horas que você puder, mantida a qualidade de vida e do estudo.”

Fé na missão!!!

Caso deseje fazer alguma ponderação, pode me contatar: wellington.antunes@globo.com

Até a próxima semana.

Wellington Antunes

Wellington Antunes
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Wellington AntunesWellington Antunes é professor de Direito Constitucional, Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação) Aprovado para Analista de Finanças e Controle da CGU (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós Graduado em Direito Administrativo no IDP (Especialista). Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções – pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)”

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