Por: Projeto Exame de Ordem | Cursos Online
Martha Lucena Barreto é uma mulher guerreira, uma espécie de atleta de ponta, aquela capaz de romper as barreiras humanas, os recordes e os índices de rendimento. Aos 89 anos, acaba de subir ao pódio da vida. Sobre seu corpo, lançam-se confetes. O coro de felicidade grita: “vitoriosa”. A medalha de ouro: o cobiçado diploma de bacharel em direito. Em punhos, ergue o canudo e mostra ao universo: “Sou dona do meu destino”.
O circuito que a mãe, avó e bisavó percorreu é íngreme. Daqueles entremeados pelos piores obstáculos. Martha tropicou em um, tropeçou em outro. Mas sempre estava de pé. Voltou à sala de aula em tempos de jovens com leituras fragmentadas, que carregam o mundo nas palmas das mãos e se relacionam com dezenas de informações simultâneas. Não foi nada fácil. Estudava, estudava e estudava, desafiando a memória cansada de quase nove décadas incessantes. Por vezes, olhava as notas alcançadas e suspirava: “Ah, que injusta”.
Martha mora em Belo Horizonte, mas sempre visita Brasília, onde mata a saudade da filha Eliana Lucena, jornalista e uma das maiores autoridades da causa em defesa do índio. Aqui, convive com o braço da família que brotou no cerrado, com alguns bisnetos.
Estudou em colégio francês. Foi educada para ser uma impecável mulher do lar. O pai, Alberto Deodato, advogado e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), era de convicções rígidas. O futuro das filhas? Casamento. Carreira? Só a de professora. Ele acreditava que universidade não era para uma “moça de família”. As meninas cresceram cercadas de aulas particulares de corte, costura, bordado e cozinha.
Apesar das tentativas, Martha e a irmã cumpriram o destino patriarcal. Foram felizes no casamento, criaram filhos, viram os netos crescer e os bisnetos nascer. Mas a inquietação de Martha era incessante.
Aos 83, depois de criar sete filhos, e de lidar com a morte que interrompeu dois bons casamentos, Martha plantou a coragem no coração e foi à forra. Tinha um lema:
O perdão dado ao pai tanto tempo depois é o sinal da sabedoria de Martha, que se dirigia diariamente à sala de aula como se cumprisse um trecho único dessa maratona de obstáculos.
Certa vez, indo de carro para a universidade, o motorista lhe desejou boa aula.
“Professora, a senhora ainda trabalha? Aguenta bem esta meninada insuportável?
Ela sorriu, respirou e respondeu:
Não sou professora, sou aluna
Espantado, o homem se virou no banco:
“A senhora é cruzeirense ou atleticana?”.
Martha não titubeou: “atleticana”.
O moço berrou de felicidade:
“Galooooooo! Já ganhou!”.
Formar-se em direito aos 89 anos é mesmo um gol daqueles que enlouquecem qualquer torcida. Uma vez, o cardiologista fixou os olhos em Martha, meio sem acreditar, e perguntou o que ela esperava ao acabar o curso de direito? “Ora, seu doutor, serei Ministra do Supremo”.
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