Esquematizando o trauma de abdome para concursos

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8 de Dezembro de 2017

Olá, amigos (as) concurseiros (as), hoje estou aqui com o resumo esquematizado do trauma de abdome, vamos conferir os principais aspectos que são cobrados nas provas de concursos.

Professora, o que mais aparece em prova dentro dessa temática? No trauma de abdome, são cobrados com maior frequência “os casos de evisceração” e acidentes com objetos penetrantes.

Normalmente, os traumas de abdome não são reconhecidos rapidamente pelos socorristas, isso mascara a gravidade da situação e retarda a remoção.

O tratamento definitivo para a lesão abdominal geralmente demanda abordagem cirúrgica e transfusão de hemocomponentes. Nesse sentido, o tempo até a chegada à sala de cirurgia é crucial. Daí a importância de a equipe de enfermagem entender a dinâmica desse atendimento visando à remoção precoce.

Segundo o PHTLS 2017, as lesões abdominais não reconhecidas são importantes causas de mortes evitáveis no atendimento pré-hospitalar. Geralmente, as causas de morte por trauma abdominal ocorrem por sangramentos intensos não percebidos de forma precoce.

Antes de detalhar o trauma abdominal, é importante conhecer a anatomia dessa região. Vamos entendê-la?

Quando ocorre lesão de órgãos sólidos (baço e fígado), há muito sangramento e o paciente é levado a choque circulatório. Por outro lado, as lesões dos órgãos ocos (intestino, bexiga) fazem com que esses órgãos derramem seu conteúdo no peritônio. A liberação de conteúdo gástrico (ácido), intestinal (bactérias) e urinário irrita o peritônio, causando inflamação (peritonite) ou infecção. Essa infecção é causada por microrganismos, como as bactérias, e, ao ir para a corrente sanguínea, pode levar o paciente a uma infecção sistêmica chamada de sepse.

As duas situações (choque hipovolêmico por falta de sangue e a sepse por contaminação de bactérias) são graves e devem ter atendimento imediato.

1.(IDECAN/CBMDF/2017) Considerando os quadrantes que dividem a cavidade abdominopélvica, o colo sigmoide do intestino grosso localiza-se no quadrante:

  1. inferior direito.
  2. superior direito.
  3. inferior esquerdo.
  4. superior esquerdo.

Comentário: letra C. O sigmoide é uma parte final do intestino grosso, parte antes do reto. Está no quadrante inferior esquerdo.

O trauma penetrante ocorre por projétil de arma de fogo ou arma branca (faca, tesoura e outros objetos cortantes).

As lesões por contusão ocorrem por compressão dos órgãos contra a coluna e algum objeto, como o volante do carro.

Em algumas situações, pode haver ruptura do diafragma (músculo que separa o tórax do abdome) e, pela diferença de pressão, os órgãos da cavidade abdominal podem subir para a cavidade torácica. Dessa forma, a ventilação pulmonar e a função respiratória são comprometidas.

A lesão na parte inferior do abdome pode causar fratura de pelve com consequente lesão de bexiga e intestino.

Avaliação primária

O foco do atendimento primário na lesão abdominal é manter o paciente vivo. Assim, a respiração e a circulação são a nossa prioridade.

A indicação de lesão abdominal pode ser suspeitada quando o paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico (veremos isso com detalhe na próxima aula) sem outro sangramento aparente.

O choque hipovolêmico ocorre quando há dificuldade de perfusão tecidual pelo sistema cardiovascular. A causa é a perda de volume de sangue, exemplo: após uma hemorragia. O paciente apresenta-se com a pressão diminuída, o pulso rápido e a respiração rápida. Esses sinais são manifestados com a tentativa de compensar a perda de volume sanguíneo. Além disso, nosso corpo prioriza irrigar o coração e o cérebro: a pele estará com pouquíssimo sangue e se apresentará pálida e fria. Ademais, na hemorragia interna abdominal, o paciente encontra-se agitado e ansioso.

Avaliação Secundária

Na avaliação secundária, deve ser coletada a história do paciente, lembrando da sigla SAMPLA:

Na sequência, deve ser feito um exame físico com os passos da inspeção e palpação.

Na inspeção, devem ser procuradas lesões (escoriação, hematoma, abrasões, ferimentos penetrantes) ou distensão (inchaço). Podem ser encontrados também sangramentos externos e evisceração.

Opa! O que é evisceração? É a exteriorização dos órgãos do abdome por feridas penetrantes.

O trauma de abdome pode ser evidente quando ocorre a marca do cinto de segurança na pele por força de desaceleração repentina.

Existem dois sinais que indicam sangramento retroperitoneal:

  1. Sinal de Gray Turner – equimose envolvendo os flancos.
  2. Sinal de Cullen – equimose em volta do umbigo.

Porém, esses dois sinais vão aparecer no estágio mais avançado do sangramento.

Na palpação deve ser observado sinal de dor. Porém, ela deve ser suave, pois a palpação profunda pode deslocar coágulos ou agravar a lesão.

A palpação da pelve deve observar se há instabilidade óssea, o que demostra que houve fratura de pelve. Essa é uma lesão que causa muito sangramento. Esse paciente deve ser removido rapidamente.

A ausculta por meio do estetoscópio não muda o atendimento pré-hospitalar e ocasiona perda de tempo na remoção. Porém, se forem auscultados sons intestinais no tórax, haverá a suspeita de ruptura de diafragma. Isso ocorre porque os órgãos do abdome vão penetrar na cavidade torácica.

Primeiros socorros no trauma de abdome

– Não remover objetos encravados, controlar hemorragias e remoção.

Evisceração

Segundo o PHTLS, uma evisceração ocorre quando parte de um órgão é deslocado por meio de um ferimento aberto e se projeta para fora do corpo. O órgão mais comum de se deslocar pelo ferimento abdominal é o intestino.

  1. (CESPE/TJDFT/2015) Acerca da assistência de enfermagem a paciente cirúrgico, julgue o item que se segue.

A protrusão de órgãos abdominais através da incisão cirúrgica é denominada evisceração.

Comentário: certo. A questão trouxe apenas o conceito de evisceração.

O socorrista não deve reposicionar a víscera dentro do abdome.  O órgão exteriorizado deve ser deixado como encontrado e deve-se cobri-lo com um tecido estéril ou pelo menos limpo umedecido com solução fisiológica para evitar ressecamento e morte (necrose) do tecido.

Uma ação muito importante nesse atendimento é manter a vítima calma (o que é muito difícil com um órgão exteriorizado), mas deve-se explicar à pessoa que chorar ou gritar aumenta a pressão dentro do abdome, o que fará aumentar a evisceração.

Vamos usar o manual do SAMU de Suporte Básico de Vida (SBV) para esquematizar esses atendimentos.

Veja como foi cobrado!

  1. (FCC/TRE-RN/2011) No atendimento pré-hospitalar de um indivíduo apresentando trauma abdominal com evisceração intestinal, é prioritário que o órgão eviscerado seja
  2. a) reposicionado na cavidade abdominal.
  3. b) coberto com atadura de algodão e de crepe.
  4. c) irrigado permanentemente após o enfaixamento compressivo.
  5. d) coberto com compressas estéreis úmidas.
  6. e) coberto com gaze vaselinada.

Comentário: letra D. A banca cobrou o que deve e o que não deve ser feito na evisceração. Observe que as vísceras não devem ser colocadas para dentro no ambiente pré-hospitalar para não aumentar a pressão intra-abdominal e necrosar esses tecidos; isso será feito dentro do centro cirúrgico.

O enfaixamento compressivo é contraindicado pelo risco de necrose (morte do tecido).

Finalizamos nossas dicas de hoje sobre o trauma de abdome. Continue nos acompanhando no blog do Gran Cursos Online e conheça nossos cursos para acelerar seu projeto de aprovação e SUCESSO.

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Fernanda Barboza é graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia e Pós-Graduada em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. Atualmente, servidora do Tribunal Superior do Trabalho, cargo: Analista Judiciário- especialidade Enfermagem, Professora e Coach em concursos. Trabalhou 8 anos como enfermeira do Hospital Sarah. Nomeada nos seguintes concursos: 1º lugar para o Ministério da Justiça, 2º lugar no Hemocentro – DF, 1º lugar para fiscal sanitário da prefeitura de Salvador, 2º lugar no Superior Tribunal Militar (nomeada pelo TST). Além desses, foi nomeada duas vezes como enfermeira do Estado da Bahia e na SES-DF. Na área administrativa foi nomeada no CNJ, MPU, TRF 1ª região e INSS (2º lugar), dentre outras aprovações.

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8 de Dezembro de 2017

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